Sunday, December 21, 2008

Desafios de uma jovem residente, parte 2

pelos olhos de Alex McGregor Warrick

Aviso Importante: Se você ainda não leu a série Twilight, e não quer saber de spoilers, não leia este post.

- Não faz assim, Haley...- eu reclamava quando via Haley virar a cabecinha, rejeitando a mamadeira. Logan se aproximou e após me beijar intensamente disse olhando com adoração para a menininha no meu colo:
- Como vai a princesinha do papai? - e a menina olhou para ele com os olhos escuros e prestou atenção. Ele falava todo dia deste jeito com ela quando chegava par almoçar e ela já estava habituada. Esticou as mãozinhas e bateu os pés em resposta e ele a olhou apaixonado.
- Ela não quer mamar, e já passou do horário dela. Se continuar assim, vamos passar outra noite vendo estrelas. - resmunguei:
- Será que está doente?- ele perguntou preocupado, enquanto a pegava no colo e a deixava morder o seu dedo.
- Deve estar com as gengivas inchadas... Está na época. - expliquei.
- Mas ela é tão novinha ainda... Vem com o seu papai, e nós e nos vamos achar alguma coisa macia para morder, e depois vamos tomar toda a mamadeira enquanto papai mexe nos caldeirões dele. Mais tarde vamos ver televisão com o seu irmãozinho. Hoje tem... - e ele foi interrompido por um patrono na forma de um rabo córneo húngaro, que entrou pela janela da cozinha e se pôs a falar com a voz da Morgan:

“Alex preciso de você. Esposa de Caleb Langston, seu amigo, está morrendo por causa do filho que carrega. O Ministério está vindo, temo que ele se descontrole se o pior acontecer. Preciso de todo o conhecimento sobre vampiros que puder obter e toda a ajuda política que você tiver. Estamos no hospital, venha logo”


Olhei para Logan e ele me olhou curioso:
- Este não era o seu professor de defesa pessoal na Academia?
- Sim, é ele. E precisa de ajuda, nem sabia que ele havia se casado...Caleb... Há quanto tempo não ouço falar dele... - olhei para Logan e ele segurava nossa filha com carinho e me disse sério:
- Vá! Você não deixa os amigos na mão. Eu cuido das crianças. - beijei-o e subi para o quarto, precisava me preparar.

Enquanto me trocava e enviava meu patrono para Alucard e Mirian, minha mente voltou ao ano de 1979, quando entrei na academia de aurores.

A aula era de defesa pessoal e os outros alunos achavam esquisito e reclamavam muito.
- Somos bruxos, porquê temos que aprender a lutar com os punhos?- resmungou uma garota de Cambridge.
- Porque um bruxo pode perder a varinha e ainda assim ter uma chance de se defender ou em alguns casos poder socar seus irmãos mais velhos. - respondeu Megan e rimos quando os outros nos olharam chocados.
O professor entrou na sala e vinha acompanhado do professor assistente Caleb Langston. Ambos usavam agasalhos de ginástica como nós, e o homem mais velho começou a aula, explicando os objetivos de se aprender defesa pessoal, sob o olhar de seu assistente, que nos avaliava atentamente.
O assistente regulava a mesma idade do Logan, e tinha cabelos loiros, pelos ombros e olhos castanho claro, quase dourados. Tinha um rosto jovem, mas o olhar era experiente. As outras meninas da turma ficaram alvoroçadas, afinal queriam ver quem seria a sortuda de fazer dupla com ele.
O professor foi chamando os nomes e Megan foi fazer para com uma garota de Sussex, e eu fiquei sozinha.
- Você faz dupla com McGregor, Caleb.- E o jeito que o assistente me olhou, mostrava que ele não aprovava tal escolha.
Por ter sido criada com Dylan, Kyle e Ian, eu sabia alguns golpes e dei trabalho. Algum tempo depois ele conseguiu me imobilizar e me jogou ao chão, caindo por cima de mim. Ficamos nos encarando ofegantes, enquanto o professor explicava o golpe utilizado. O homem era pesado e mesmo depois de todo o esforço físico, senti suas mãos frias. Ele me olhava de uma forma intensa, quase raivosa, percebi ele inspirar profundamente e ao olhar para seus olhos notei um rápido brilho avermelhado, que ele logo disfarçou. Naquela hora descobri o porque ele era absurdamente bonito se comparado aos outros rapazes.
Ele era um vampiro.

o-o-o-o-o-o-o-

-... Porque esta explanação sobre seu amigo vampiro? Acho que você veio aqui atrás de outra coisa...- e se aproximou, me encarando. Sabia que ele ia usar a hipnose e resisti relembrando como fazer uma poção da verdade.
- Desculpe senhor Langston, mas eu não me interesso romanticamente por caras que eu tenha que cortar suas cabeças e botar fogo se eu quiser sobreviver. - e minha varinha estava apontada para o pescoço dele.
- Ouch! Você sabe desencorajar um homem. Pode tomar suspensão por atormentar um professor sabia?
- Não acho que o Ministério aprove vampiros circulando numa escola cheia de jovens. Não se preocupe, já percebi que você é uma boa pessoa. - e ele fez uma careta zombeteira.
- Vampiros são bons é? Daqui a pouco vai dizer que são ótimos parceiros de poker.
- Hellion não é, mas você me parece legal e Lu é uma pessoa incrível. - e ele bufou:
- Aquele Hellion faz parte da escória. Vendendo seus serviços a Voldemort e...Seu amigo, este ‘Lu’ foi mordido por ele?- e notei preocupação em seus olhos.
- Sim, ele foi. Por isso queria saber...Existe uma cura? Meu amigo acabou de se casar e ele merece ser feliz sabe? A mulher dele é incrível, o aceita como é, mas sei que ele sofre...Eu sei o quanto lhe custa manter o controle, ele já quase morreu por se recusar a saciar a sede, uma vez eu o alimentei e...
- Ele tem bom gosto, os escoceses são como o whisky que fabricam. Sabor doce e encorpado. - ele ainda tentou me amedrontar, mas eu o olhava séria e ele perguntou:
- O que você quer?
- Saber tudo que puder para ajudá-lo a ter uma ‘vida normal’. - ele pensou por um tempo e levantou a mão, e passou seus dedos frios pelo meu pescoço e disse após aspirar profundamente:
- Animais.
- Animais?
- Eu não me alimento de humanos há muito tempo, procuro caçar animais selvagens. Naquela aula eu estava com a guarda baixa e você estava tão...Atrativa.
- Obrigada por não dizer ‘gostosa’, como um peão de obra, acho repugnante... -e eu sorri e ele ficou me olhando descrente.
- Tudo que eu puder te dizer, sobre como ser um vampiro ‘bonzinho’, eu te conto durante suas aulas. Agora você deve ir dormir menina.
- Menina... Você não é muito mais velho que eu...- provoquei e ele respondeu sombrio:
- Tenho 150 anos, então você é uma menina para mim.
- Posso chamar meu amigo Alucard para você o conhecer?
- Você é estranha. Age como se conhecer um vampiro fosse um presente de Natal.
- Formar laços de amizade, é um bom presente de Natal você não acha Cal?- foi a primeira vez que eu o chamei pelo apelido.

o-o-o-o-o-o-

- Que droga Cal, você não se alimenta há dias e agora? Vamos ser mortos por um bando de lobos sujos, liderados por Grayback. - Estávamos presos num casarão ao norte da Inglaterra, onde tentamos desmantelar um bando de comensais da morte. Aquilo na realidade era uma armadilha.
- Alex, vai embora e eu me viro...
- Para você ser morto? Nem pensar. - notei seus olhos quase negros de sede e ele estava mais fraco, pois tentou rebater muitos golpes contra mim, usando o próprio corpo como escudo.
- Não abandono meus amigos, tome o meu sangue... Assim você fica forte mais rápido, meu sangue é bom. Testado e aprovado. - Suas narinas tremiam pelo esforço de se manter longe do sangue quente que fluía devagar de meus machucados.
- Não posso fazer isso...
- Terá que fazê-lo se quisermos sair vivos daqui. São 10 contra 2...
- E se eu perder o controle?
- Você já teve a oportunidade de morder meu pescoço várias vezes e não o fez, ou você acha que não percebi o jeito que você ficava quando tínhamos aquelas aulas de defesa pessoal? Você me segurava apertado demais. - ele pareceu envergonhado, mas disse firme:
- Posso perder o controle e te matar, já pensou nisso?
- Confio em você Caleb... Perdoe-me por obrigá-lo a fazer isso, mas se houver uma chance de sairmos disso, vou usá-la. - e ele me olhou de um jeito tão sofrido que eu quase recuei em minha decisão, mas não me deixei convencer. Eu mal havia começado a minha vida de auror e tinha tanto por que viver. E os lobos estavam tão próximos... Uma humana eles matariam rápido, mas Caleb... Sofreria por dias...
- Você saberá parar quando a minha vida estiver em risco. Mande estes cachorros para o Inferno por mim. - disse antes de fechar os olhos e ele descer a boca delicadamente sobre meu pescoço.
Senti apenas uma pontada, mas depois tudo ficou tão calmo e tranqüilo...Era como estar em minha cama dormindo e sonhando. Vi nos meus sonhos Logan, Kyle, meus amigos preocupados comigo, mas eu sorria dizendo que tudo estava bem, e acho que eles me ouviram, pois depois de algum tempo eles se foram e eu acordei no hospital, recebendo uma transfusão de sangue. Quando recebi alta, soube que Caleb havia desaparecido.

Dezembro de 1999

- A senhora não pode entrar. - um jovem residente segurou meu braço e olhei séria para ele.
- Se quiser manter todos os dedos da mão funcionado, tire-a daí agora. Estão me esperando.
Falei de um jeito macio e o rapaz piscou confuso.
- Claro a senhora tem razão, onde eu estava com a cabeça. Pode passar.
Entrei na sala e Morgan me olhou aliviada. Ela me apresentou à equipe que estava na sala, mas meus olhos estavam no casal à minha frente. O homem se levantou e me olhou sério. Aproximamo-nos devagar como dois inimigos se preparando para se enfrentar. Chegamos perto um do outro, olhei-o bem, e depois de alguns segundos, virei-me para Morgan, ignorando-o deliberadamente:
- O que houve Morgan? Vim o mais rápido que podia.
- É um caso de gestação de um meio vampiro, Alex. A única que conheço que conviveu com isso, foi você. A mãe está fraca, e não conseguimos alimentá-la pelos meios normais. Tenho tentado hidratá-la, mas as veias estão fracas... - e na hora ouvimos um som que parecia algo se quebrando, foi uma correria na sala, Morgan tentava fazer um feitiço para reparar o órgão lesionado, enquanto a mãe arfava com dor e perdia mais sangue.
Mirian entrou na sala e ergueu suas mãos sobre a paciente e o sangue foi coagulando e logo Megan respirava de forma normal. Mirian se apresentou e após dar um tapinha encorajador em Caleb, disse:
- Não posso usar minha magia de cura em todo o corpo dela, há barreiras. Meu poder não alcança o bebê, ele transformou a barriga dela numa ‘bolha’ impenetrável. Isso é incrível, nem quando Seth e Griffon estiveram na minha barriga, agiam assim.
- Talvez porque fossem gêmeos e precisassem um do outro para sobreviver. E você era forte o bastante para protegê-los. - opinei e ela concordou após pensar um pouco:
- Sim, você tem razão. Meus garotos formam uma unidade. Não é o caso desta criança. - ouvimos o estômago de Megan roncar e Mirian perguntou:
- Está com fome? Quer comer alguma coisa?
- Sinto fome, mas não consigo segurar nada...Meu bebê não gosta...
- Bom, ela é humana e o pai é um vampiro. Talvez a criança queira a comida dos vampiros, e por isso esta sugando o sangue da mãe. - opinou Morgan e o professor disse:
- É possível, doutora O’Hara. Tem alguma sugestão?- Morgan depois de olhar para Mirian e eu, disse:
- Devíamos tentar uma dieta a base de sangue humano, para a mãe.
- Intravenosa?- o professor perguntou.
- Não vamos conseguir, as veias dela não suportarão... Talvez disfarçado como comida normal. - e os outros alunos na sala protestaram:
- Mas ela não é vampira.
- Isso seria um desrespeito às leis humanas...
- O Ministério não vai aprovar...

- Deixe que com o Ministério meu marido se resolve, agora vamos cuidar de salvar estas vidas que estão em jogo. É para isso que nós estamos aqui. - disse Mirian enérgica e os alunos da sala silenciaram.
- Quero que tragam uma bolsa de O- negativo, e uma caneca com gelo. - disse Morgan e um residente saiu correndo para ir ao banco de sangue.
Olhei para Caleb e ele estava rígido, parecia uma estátua. Aproximei-me dele e o segurei pelos braços, olhando-o nos olhos. Ele me encarou por uns segundos e baixou os olhos.
- Você vem comigo agora, Langston! - e a jovem nos olhou preocupada.
- Caleb...- e ele se desvencilhou de mim e foi para o lado dela, parecia determinado. Perdi a calma com ele:
- Que droga Cal, você sabe que precisa sair da sala quando o sangue chegar não sabe? Está mantendo o controle, mas não por muito tempo, vejo que está faminto. E se você não estiver forte não poderá ajudar sua mulher quando for preciso. - ele me olhou preocupado e eu disse:
- Você não percebeu ainda que só você é que vai conseguir tirar o bebê da barriga dela? A proteção é forte, e precisaremos de garras para rompê-la. Alucard também o faria, mas ele está ocupado usando todo o poder político do nome Chronos e cobrando favores em meu nome, para evitar que você seja preso ou até mesmo executado, por fazer o cruzamento entre espécies diferentes. - virei-me para a garota:
- Megan, não nos conhecemos, mas saiba que eu jamais faria mal a Caleb, prometo cuidar dele para que volte para vocês, mas para isso preciso que você mande-o vir comigo. Você sabe que quando a hora chegar, precisaremos que ele esteja controlado e forte.
- Ela não precisa mandar, não sou criança... - Caleb protestou.
Megan olhou-me ainda desconfiada, Caleb a beijou carinhosamente e disse:
- Você estará segura com Mirian, não vou demorar. - a garota ainda me olhou desconfiada, mas acenou positivamente. Olhei para Morgan e pedi:
- Podemos ir para a Ilha?
- Sim. Carlinhos não vai interferir...
Era só o que precisava saber. Peguei na mão de Caleb, e saímos correndo daquele hospital para aparatar nas Ilhas Hébridas. Agora tudo era uma questão de tempo, e ele não estava sendo generoso conosco.

Friday, December 19, 2008

Piazza Navona, Roma, 17 de Julho de 1979


- Consegui alguns mapas – atirei vários papéis dobrados em cima da mesa e Louise se assustou – Não quero chegar à Suíça e ter que dormir na estação de novo.
- Nós não vamos dormir na rua de novo – Lou falou despreocupada, abrindo um dos mapas – Agora que já sabemos que os albergues têm toque de recolher, podemos nos programar. Seu café vai esfriar, bebe logo para tentarmos comprar as passagens ainda hoje.

Sentei outra vez na mesa e puxei a xícara para perto de mim, terminando de beber. Estávamos viajando há quase duas semanas e já tínhamos passado pela Alemanha e Bélgica antes de chegar à Itália. Louise ainda lia os mapas com atenção e fiquei observando o movimento das pessoas pela praça, quando vi um ponto pardo voando na minha direção, se aproximando cada vez mais. Fitei o ponto com interesse e me espantei ao constatar que se tratava de uma coruja. E o espanto foi maior quando reconheci aquela coruja parda como sendo a coruja da Megan. Estiquei o braço para deixá-la pousar e desamarrei a carta de sua pata enquanto ela beliscava o biscoito largado em cima da mesa.

- Essa não é a coruja da Megan? – Louise perguntou espantada e confirmei com a cabeça, receoso.

Megan dificilmente me mandaria uma coruja sabendo que estava de férias pela Europa sem um destino certo. E o fato de ter enviado Freya atrás de mim, sem saber aonde eu poderia estar, não era bom sinal. Abri a carta já com as mãos levemente tremulas, temendo ler aquilo que estou esperando desde as férias da Páscoa. E meu temor não era em vão.

- Cott? O que foi? – Louise puxou a carta da minha mão já gelada
- Minha mãe piorou – minha voz foi morrendo enquanto falava – Papai quer que eu volte para casa antes que... – mas não consegui terminar de falar
- Podemos fazer essa viagem outra hora – ela disse já se levantando e apertando minha mão – Vamos até a estação ver se tem algum trem saindo para a Suécia ainda essa noite.

ººº


Quando cheguei com Louise na manhã seguinte, a casa parecia deserta. Nem mesmo os empregados que estavam sempre passando de um lado para o outro deram sinal de vida. Deixei Freya no jardim e fomos até a cozinha preparar um lanche para comer. Aquele vazio na casa começava a me preocupar, mas não demorou muito até que Megan aparatasse no meio da sala. Corri ao encontro dela e antes mesmo de falar qualquer coisa, me abraçou apertado.

- Por que demorou tanto? – ela bateu no meu braço, mas sem força nenhuma, algo que nunca aconteceu antes.
- Vim assim que recebi a carta, saímos ontem à noite de Roma. Quando você mandou a coruja?
- Semana passada, Scott!

A resposta de Megan foi um baque. Minha mãe havia piorado há uma semana. Com o susto da mensagem, não me ocorreu que Freya estivesse viajando à minha procura há dias e que talvez quando me encontrasse, fosse tarde demais.

- Cadê a mamãe? Por que não tem ninguém em casa?
- Ela foi pro hospital há três dias atrás. Não para de perguntar por você.
- Qual hospital? Vou até lá agora! – e já fui calçando o sapato outra vez – Lou, se quiser ir pra casa, pode usar a nossa lareira.
- Não, eu vou ficar com vocês hoje – ela respondeu calçando o tênis também – Meus avôs estão bem, podem esperar mais um dia – e sorri agradecido
- Vamos então – Megan entrou na lareira e pegou um punhado de pó de flu – Hospital Geral de Gothenburg!

Megan desapareceu nas chamas e a seguimos. Cai na lareira da recepção do hospital engasgado por ter inalado um pouco de fumaça e Louise apareceu logo depois, também tossindo. Acompanhamos minha irmã até a ala de oncologia e empaquei no meio do corredor assim que vi a porta com o nome da minha mãe.

- Eu vou ficar aqui com a Louise – Megan falou abrindo a porta

Olhei para as duas e respirei fundo antes de entrar no quarto. Minha mãe estava dormindo, mas despertou no instante em que pisei lá dentro. Um sorriso sincero se desenhou em seu rosto e ela esticou a mão para que a segurasse. Caminhei depressa até a cama e apertei sua mão, puxando uma cadeira para sentar. Sorri de volta para ela, mas ele logo morreu. A imagem da minha mãe com uma máscara para ajudá-la a respirar me impedia de continuar sorrindo. Era a primeira vez que via aquela mulher sempre tão forte e cheia de vida, frágil.

- Que bom ver você, filho – ela tirou a máscara para falar e sua voz era fraca.
- Desculpa mãe, mas só ontem recebi a coruja de Megan.
- Não tem problema – ela apertou minha mão com toda força que tinha e a puxou para perto do seu rosto – O importante é que você veio e está aqui comigo.

Levantei da cadeira para me aproximar mais dela e a abracei. Minha mãe alisava meus cabelos e senti algumas lágrimas caírem, que ela mesma as secou quando a soltei. Passei o resto do dia naquele quarto, conversando com ela. E eu sabia que pela primeira vez minha mãe, que sempre fez tudo que os filhos pediam, não poderia atender ao meu pedido, pois naquela manhã, enquanto ela tentava me preparar para os próximos dias, eu pedi que não morresse.

Thursday, December 18, 2008

O Casamento - Parte II

Lembranças de Alucard W. Chronos

O Grande Dia

No dia seguinte, todos acordaram cedo para os últimos preparativos. Tomamos café juntos, que foi muito barulhento e divertido. Passaram a noite em Devon Hall eu, Mirian, Louise, Alex, Yulli, Scott, Ben, Kyle, Sergei, Celas, Sr. e Sra. Capter, alguns tios e primos da Mirian, alguns parentes próximos de nossos amigos, Caius e Nefertiri e um grande número de membros do clã. Totalizávamos mais de cem pessoas! O café da manhã foi o último momento que pude ver Mirian antes da cerimônia, e só trocamos um beijo rápido, pois logo em seguida, as garotas, a Sra. Capter e Nefertiri arrastaram-na para um dos cômodos da casa e “interditaram” o segundo andar, não deixando nenhum homem entrar, principalmente eu. Elas passaram o dia inteiro conversando e se arrumando e de longe ouvíamos suas risadas. O resto de nós passou o dia terminando os últimos preparativos e no final da manhã decidimos jogar um pouco de quadribol para esquecer o nervosismo. Caius e o Sr. Capter ficaram conversando sentados assistindo nosso jogo. Após o almoço, que foi rápido e calmo, comparado ao café da manhã, pois todas as mulheres foram para o segundo andar, comecei a ficar realmente nervoso, pois faltavam apenas algumas horas para a cerimônia, e eu sentia meu estômago dar voltas. Ficamos até o meio da tarde conversando e relembrando coisas da escola e tudo mais, quando finalmente vi que já era hora de nos arrumarmos.

Ocupamos o primeiro andar e cada um foi para seu quarto se preparando para o casamento. Sergei e o Sr. Capter foram os primeiros a se arrumarem e bateram em minha porta, oferecendo ajuda, pois sabiam que além de nervoso, eu não saberia dar um nó de gravata decente. Eles me ajudaram a terminar de arrumar, e quando estava terminando de me arrumar, os demais garotos chegaram, todos me dando os parabéns e me desejando sorte. Estávamos todos vestidos em ternos e smockings. O Sr.Capter vestia um terno preto assim como eu, porém com uma camisa azul. O terno de Kyle e Sergei era azul escuro, com camisa branca. Ben vestia um terno branco e Scott vestia um terno marrom escuro, de camisa branca. Todos os padrinhos possuíam uma rosa tingida de azul em seus bolsos, enquanto no bolso do Sr. Capter havia uma rosa “rosa”. Caius se juntou a nós no salão de entrada, e ele vestia um longo traje cerimonial branco, com algumas pedras brilhantes como estrelas.

Os convidados começavam a chegar e eu os recebi, junto dos demais padrinhos e do Sr. Capter. Dumbledore e Minerva foram os primeiros a chegar, junto de diversos outros professores de Hogwarts, como Kegan, assim como Hagrid e um imenso terno marrom. Abracei feliz Dumbledore e Minerva e eles me desejaram felicidade novamente. Hagrid me deu um abraço que teria quebrado a costela de um humano comum, enquanto os demais professores me abraçavam felizes também. Kegan me abraçou com força, me desejando felicidade e comentando como eu parecia uma pessoa diferente todo arrumado e feliz. Todos os professores, em especial Dumbledore, falaram com entusiasmo e respeito com Caius, e ele e Dumbledore foram para a ilha conversando juntos. Os Ministros de toda a Europa vinham ao casamento e me cumprimentavam também, em especial o Britânico, o Francês e o Alemão, aliados de longa data de nosso clã. Cada vez mais gente chegava, e parecia que o mundo mágico inteiro estava indo ao casamento. Cumprimentei com alegria os avôs da Alex, Josiah e Madeline Mcgregor, sentido-me feliz ao poder revê-los finalmente, e eles me desejaram felicidade. Kyle chegou com sua namorada, a Vitória Owen, e fiquei feliz ao ver que eles estavam bem juntos, cumprimentando-a com alegria.

Os convidados espalhavam-se pelas cadeiras da ilha, conversando animadamente. A primeira fila fora reservada às nossas famílias e amigos próximos, sendo portanto onde Dumbledore, Minerva, os Ministros e Hagrid estavam sentados. Eu esperava no mirante, conversando com os garotos, quando vi que as garotas chegavam, lideradas por Nefertiri. O nó em meu estômago aumentou, estava chegando a hora!! Nefertiri vinha vestida em um traje cerimônial egípcio, um vestido da cor do papiro com diversos hieróglifos, seus olhos estavam pintados ao estilo egípcio e conferiam um ar maior de mistério a ela. Alex vestia um vestido longo, cor de rosa e muito bonito, seus cabelos estavam brilhantes e eu sentia o perfume de longe. Pude ouvir a voz de Kyle mudar. Louise também estava linda, vestindo um vestido amarelo, longo e muito bonito. Seus cabelos ruivos brilhavam, e eu ouvi Remo suspirar. Yulli estava muito linda também, vestindo um longo vestido azul lindo. Seus cabelos também brilhavam e sua maquiagem realçava seus olhos magnificamente. Ouvi quando Sergei soltou um assovio, suspirando também, sem tirar os olhos dela Por último vinha Celas em um vestido verde longo, combinando com seus olhos brilhantes. Ela estava lindíssima. Elas ocuparam seus lugares ao lado de seus pares e ao meu redor, enquanto Nefertiri se posicionava ao lado de Caius, atrás de mim. Todas estavam lindas e eu mal podia esperar para ver Mirian. Notei que o Sr. Capter já havia ido busca-la, enquanto a Sra. Capter aguardava do lado de Mirian. Como meus pais já haviam falecido e eu não tinha outros parentes além de Celas, Dumbledore e Minerva aceitaram tomar o lugar de meus pais. A orquestra começou a tocar uma música lenta e bonita, e meu coração pulou. Era minha música e de Mirian, e isso foi uma surpresa para mim, pois esperava a Marcha Nupcial. E então o Sr. Capter e Mirian pisaram no início do tapete vermelho, e os membros do clã, que formavam um corredor ao lado das colunas, dispararam faíscas brilhantes para o alto. Eu senti o perfume dela, um perfume único, e isso fez minha pulsação saltar e meu estômago pular. Olhei primeiro para o Sr. Capter, vendo o olhar de felicidade e alegria dele, um orgulho imenso misturado a uma emoção palpável. E então olhei finalmente para Mirian, prendendo a respiração. Pois as garotas estavam lindas, mas ela estava magnífica, ela estava maravilhosa. E eu não havia me preparado para como ela estava linda.

For all those times you stood by me
For all the truth that you made me see
For all the joy you brought to my life
For all the wrong that you made right
For every dream you made come true
For all the love I found in you
I'll be forever thankful baby
You're the one who held me up
Never let me fall
You're the one who saw me through, through it all

Ela sorria feliz, em seus olhos havia uma felicidade intensa e uma emoção linda. Seu sorriso era mais brilhante que a luz do sol se pondo. Seus olhos me fitavam com energia e felicidade, e eu sabia que em meu rosto havia um sorriso de felicidade pura. Ela estava maravilhosa, não havia palavras para descrever. Seus longos cabelos castanhos ondulavam lentamente e brilhavam mais que nunca, terminando em cachinhos. Em seu cabelo haviam pequenas pedras brilhantes que cintilavam a cada passo, como estrelas capturadas para ela. O véu começava em uma pequena coroa de flores silvestres brancas, descendo em uma longa cauda branco-brilhante e presa em sua orelha havia uma rosa branca, idêntica a que eu possuía em minha lapela. Sua maquiagem era leve, mas perfeita, realçando seus olhos azuis e seu sorriso. O vestido era todo branco, com detalhes em dourado e em prata, com uma cauda longa. Eu entendi porque todas se emocionavam ao falar dele. Porém eu me emocionava por vê-la vestida nele, ela estava mais linda do que nunca. Mirian levava em suas mãos um buquê pequeno, mas muito bonito, ele misturava rosas vermelhas e brancas, assim como algumas flores silvestres, todas muito coloridas e bonitas. Em seu pescoço pendia um pingente redondo do mais puro branco, a Pedra de Isís.

Eles finalmente chegaram ao mirante, e eu desci os três degraus para recebê-los sorrindo. O Sr. Capter sorria também, emocionado e me dando um olhar de alegria. Mirian sorria e a emoção estava em seus olhos, que ela controlava.

- Dou-lhe aqui minha única filha, Chronos. Estou mais do que feliz, pois sei que vocês serão felizes. – O Sr. Capter falou quando me entregou a mão de Mirian, e eu sorri para ele, depois olhando novamente para Mirian.

- Você está maravilhosa, minha querida.

- Obrigada, meu amor. Você está lindo.

Nós subimos os degraus juntos, de mãos dadas, os dois felizes como nunca. Dumbledore, Minerva e a Sra. Capter sorriam também para nós, assim como todos os padrinhos, enquanto caminhávamos para Nefertiri e Caius.

- Irmãos e amigos bruxos, estamos aqui reunidos para celebrar a união de duas famílias, duas linhagens antigas. – Caius começou com sua voz forte. Seus olhos brancos vagavam pelas pessoas, sorrindo.

- As gerações anteriores foram apenas os passos para essa união, para unir esse casal, na felicidade e na tristeza, para todo o sempre. – Nefertiri completou, enquanto os dois levantavam a mão direita sobre nossas cabeças, para nos abençoar.

- Alucard Wingates Chronos, você aceita viver para sempre ao lado dessa mulher, e ama-la sempre? – Nefertiri falou enquanto mantinha a mão sobre minha cabeça.

- Eu aceito.

- Mirian Ofianders Capter, você aceita viver ao lado desse homem por toda sua vida, sendo um com ele? – Caius falou com sua mão sobre a cabeça de Mirian.

- Eu aceito.

You gave me wings and made me fly
You touched my hand I could touch the sky
I lost my faith, you gave it back to me
You said no star was out of reach
You stood by me and I stood tall
I had your love I had it all
I'm grateful for each day you gave me
Maybe I don't know that much
But I know this much is true
I was blessed because I was loved by you

- Que as energia desse mundo, a energia da felicidade e do amor, a energia da natureza e da vida dêem a vocês a felicidade e o amor eterno. – Caius falou enquanto abaixava a mão fazendo um sinal de proteção diante do peito de Mirian.

- Que os deuses os abençoem, protejam e os façam felizes sempre. Os Deuses quiseram essa união, trazendo-os até aqui. Sejam felizes, meus filhos. – Nefertiri falou ao descer a mão e desenhar com o dedo um Ankh em meu peito.

- Alucard Chronos, as alianças. – Caius falou estendendo a mão. Eu peguei as alianças de meu bolso e a coloquei em sua mão, junto da rosa branca.

- Mirian Chronos, o pingente da união. – Nefertiri falou, também estendendo a mão. Fazia parte ritual a troca de alianças, mas decidimos também pelo pingente. Mirian tirou o pingente do pescoço, e o colocou na mão de Nefertiri, junto de sua rosa branca. Nefertiri e Caius deram-se as mãos e fecharam os olhos, entoando um canto baixo.

Aqueles mais sensíveis às energias, como eu e Mirian, podíamos ver a energia convertendo do ar para as rosas e para as alianças e o pingente. Quando eles brilhavam, os sacerdotes abriram os olhos e sorriram. Caius me deu as alianças e minha rosa branca, enquanto Nefertiri dava o pingente e a rosa a Mirian. Ambas as rosas agora tinham uma pequena mancha vermelhava, que significava o parceiro. Eu me virei para Mirian e peguei sua mão, colocando a aliança de esmeralda em seu dedo, na mão esquerda. Em seguida, beijei a rosa e a prendi em seus cabelos. Mirian pegou a outra aliança e, sorrindo para mim, a colocou em meu dedo, pendurando o pingente em meu pescoço, e a rosa em minha lapela, após beija-la.

- Lu, meu querido, eu prometo ficar sempre ao seu lado, na felicidade, na tristeza, na alegria e na dor. Sempre te apoiando e te ajudando a enfrentar o que houver pela frente. Quando houver as trevas, eu serei sua luz. Eu amo você. – Ela falou o juramento, me olhando nos olhos.

- Mi, minha amada, eu prometo sempre estar com você, sendo nas horas de felicidade, quanto nas horas difíceis. Serei sua força quando você estiver fraca, seus olhos quando não puder enxergar, sua voz quando não puder falar. Sou tudo o que sou graças a você. Eu te amo. – Eu falei o juramento, enquanto a olhava nos olhos.

You were always there for me
The tender wind that carried me
A light in the dark shining your love into my life
You've been my inspiration
Through the lies you were the truth
My world is a better place because of you

- Pode beijar a noiva, Chronos. – Nefertiri falou sorrindo.

- Pode beijar o noivo, Chronos. – Caius falou, também sorrindo.

Eu sorri e passei a mão no rosto de Mirian, recebendo um sorriso de retribuição. Nos olhamos nos olhos e nos aproximamos lentamente, nos beijando lentamente, nosso primeiro beijo como casados. Os convidados soltaram vivas e bateram palmas e os padrinhos, os mais próximos de nós nos gritavam sorte e felicidade. Poderíamos ter ficado horas assim, mas após um segundo, nos afastamos, ainda sorrindo e nos viramos para os convidados para receber novas vivas e novas palmas. Eu a guiei para baixo do mirante, onde os convidados já se levantavam para nos dar os parabéns novamente, sendo os padrinhos os primeiros a nos dar os parabéns. Um sorriso não deixava o meu rosto, e a cada minuto eu precisava procurar os olhos de Mirian para ter certeza que era verdade.

Os convidados, com exceção dos padrinhos e dos amigos mais próximos, já estavam pegando as chaves de portal que os levariam para o local da festa. Os que ficavam estava participando de um seção de fotos para nosso álbum de casados e após alguns minutos também pegamos a chave de portal, indo para os jardins de La Force, recebendo nova salva de palmas e faíscas brilhantes. O local estava lotado e passamos um bom tempo cumprimentando convidados e tirando novas fotos. Os convidados já dançavam ao som da banda que contratamos e muitos outros passeavam pelo local conversando. No meio da noite, as luzes diminuíram e a valsa começou a tocar, e eu e Mirian fomos para o centro da pista de dança, onde dançamos a valsa juntos. Eu não tirava os olhos dos olhos dela, às vezes sem acreditar que era verdade.

- Você está lindíssima, meu amor. Eu te amo.

- E você está lindíssimo também, querido. Eu amo muito você.

Nos beijamos novamente enquanto dançávamos e ganhamos nova onda de urros e vivas. Os padrinhos vinham dançar junto conosco, assim como os Capter, Dumbledore e Minerva. Todos estavam sorridentes e olhamos para todos eles com alegria e gratidão. Kyle e Alex dançavam mais próximos de nós e nos lançaram sorrisos.

- Você está lindíssima, Sra. Chronos. – Alex falou rindo.

- Lu, você está com uma garota muito linda. Ei guarda essas presas! – Kyle falou rindo também.

- Olha o respeito com minha esposa! – Falei com orgulho na voz.

- Você está linda também, Alex. E Kyle você fica muito bem de smocking. – Mirian elogiou sorrindo, deixando Kyle meio sem graça e Alex rindo.

- Meus parabéns, de coração mesmo. – Alex falou. Os demais convidados vinham dançar também e após um tempo eu e Mirian saímos para nos sentarmos um pouco, abraçados.

Quando os convidados terminaram de dançar a valsa, Mirian subiu para o palco quando a banda parou de tocar por alguns instantes e pegou o microfone.

- Estou muito feliz por ter todos vocês aqui hoje, ao meu lado no dia mais feliz de minha vida. Portanto quero agradece-los e desejar a todos vocês muitas felicidades. Alguns de vocês sabem que são extremamente importantes para nós, e fazem parte de nossa família. Agora o momento que todas esperavam. – Ela sorriu, e virou-se de costas, levantando o buquê. Imediatamente as mulheres da festa correram para a pista de dança, disputando o buquê. Mirian ameaçou jogar o buquê uma ou duas vezes e finalmente o lançou, e quando o fez eu tinha certeza que era alguma armação dela. Pois no ar o buquê se desfez em quatro pedaços, indo cair cada um na mão de Celas, Louise, Alex e Yulli. Com um sorriso olhei em volta, notando os homens a quem esse buquê significava algo. Remo, Sergei e Logan.

Após mais algumas horas, subi no palco da banda e pedi licença, enquanto pegava o microfone. Mirian ficava sentada em uma das mesas, conversando e me observando. Eu sorri para ela e para todos e fiz uma pequena reverência.

- Gostaria de agradecer a todos vocês por estarem aqui hoje. Sua presença torna essa festa ainda mais bela e feliz, obrigado novamente. Espero que todos estejam aproveitando a festa, e aproveito esse momento apenas para dizer uma coisa: Mirian, eu amo você! – Vi Mirian ficar vermelha,enquanto as luzes se deslocavam para ela. – Agora gostaria de deixar-lhes uma surpresa. Ben, poderia subir um pouco aqui? Que acha de tocar um pouco para nós?

Ben ficou surpreso, mas subiu rapidamente ao palco, me dando um abraço, e em seguida pegando o microfone e uma guitarra da banda para começar a tocar. Os convidados gostaram do som e curtiram muito a apresentação e foi um ótima forma de mantê-los ocupados. Mirian já estava na saída do jardim, acompanhada pelos pais e por nossos amigos, pois todos sabiam que iríamos sair para nossa lua-de-mel agora. Todos estavam emocionados e muitos não seguravam as lágrimas, e os sorrisos. Vitória estava ali também, e eu sabia que o Kyle fazia de propósito para mostrar que estava bem sem a Alex. Alex estava com o Logan abraçada, assim como Remo e Louise, Yulli e Sergei. É quem sabe em breve não haverá outros casamentos?

- Chronos, meus parabéns aos dois novamente! – Sergei falou sorrindo, com um olhar de juízo, ainda abraçado a Yulli.

- Ai Mi, Lu, foi tão emocionante!! Eu estou tão feliz por vocês!! – Yulli falou se jogando em nosso abraço, sorrindo e chorando.

- Foi uma festa maravilhosa, e estou muito feliz por vocês! – Lou falou quando beijou eu e Mirian.

- Parabéns, Lu, vocês formam um lindo casal! – Remo falou, me puxando para um abraço.

- Vocês dois são pessoas importantes para mim, então eu desejo toda felicidade do mundo! E não tenham presa de me dar sobrinhos, não quero ser tia tão cedo! – Alex brincou quando nos abraçou, com lágrimas nos olhos, demorando em cada abraço.

- Felicidades, vampirão!! Te desejo tudo de bom de verdade, meu amigo, obrigado por tudo! – Kyle falou, segurando a emoção e me abraçando.

- Felicidades, aos dois. – Vitória nos desejou quando nos abraçou.

- Meu amigo, você finalmente ta crescido! Já é até casado! Felicidades Lu e Mi! Mi cuida dele hein? Ele não sabe se virar, acredite dividi quarto com ele por sete anos! – Scott falou rindo.

- Cunhadinha, cuida bem do meu irmão hein! Sei que ele é muito feliz graças a você, e sempre será. Cuida do Cardizinho! – Celas falou quando nos beijou.

- Olha aqui, Chronos, é bom cuidar da minha filha ouviu! Estou feliz por vocês, e orgulhoso! – O Sr. Capter falou com emoção na voz.

- Sejam felizes, meus queridos. Obrigado por fazer minha filha feliz, Lu. – A Sra. Capter falou sorrindo.

- Mirian e Alucard, parabéns e sejam sempre essas pessoas maravilhosas, muito felizes como sempre! Estou orgulhosa de vocês! – Minerva falou rindo e nos abraçando, emocionada também.

- Meus filhos, que toda a felicidade do mundo não seja suficiente para descrever vocês. Se tornaram pessoas maravilhosas, tenho orgulho! – Dumbledore falou nos abraçando, emocionado também, demorando no abraço.

- SEJAM FELIZES!! – Hagrid falou, puxando nós dois para um único abraço e chorando lágrimas do tamanho de uma bola de golfe.

- Vão em paz, meus filhos, que sejam felizes. – Caius falou conosco, com lágrimas nos olhos.

- Que Gaia, Isís, a Mãe e todos os deuses cuidem de vocês e lhes dêem a sua graça – Nefertiri falou nos saudando, chorando também.

- Obrigado a todos vocês, obrigado de verdade. – Falei, sem conseguir segurar a emoção, me despedindo quando eu e Mirian nos afastamos para o carro que nos levaria para a casa de campo onde nos prepararíamos para a viagem de lua-de-mel.

- Obrigada pela presença e aproveitem mais a festa por nós, felicidades a vocês! – Mirian também falou, sorrindo, mas com lágrimas escorrendo.

Nós entramos no carro e eu dirigia enquanto dávamos tchau para nossos amigos. Eles ficaram até virarmos a esquina na estrada, na direção de Paris.

- Eu amo você, Sra. Chronos. – Disse enquanto me debruçava para beija-la, sem me preocupar com o transito.

- E eu amo você, Sr. Chronos – Ela disse sorrindo.

Agora finalmente estávamos casados. Finalmente, éramos um.

You were my strength when I was weak
You were my voice when I couldn't speak
You were my eyes when I couldn't see
You saw the best there was in me
Lifted me up when I couldn't reach
You gave me faith 'cause you believed
I'm everything I am
Because you loved me

N.A.: Because you loved me, Celine Dion

Monday, December 15, 2008

Desafios de uma jovem residente, parte 1

Do diário de Morgan Shannon McFust O’Hara Weasley

- Aluna O’Hara, você ainda não arrumou os quartos para os novos pacientes, aquela ala está atrasada. - disse a enfermeira chefe do Hospital Geral de Dublin, onde eu fazia estágio para a escola de Curandeiros.
Quer dizer, por fazer poucas matérias por causa do meu trabalho na Ilha, meus professores me relegaram aos serviços de enfermagem, achando que eu atrasaria a turma, um deles me disse claramente que já que eu era casada e mãe, deveria estar em casa cumprindo meus deveres, fazendo com que eu me sentisse péssima, mas depois de conversar com Carlinhos, eu resolvi não dar ouvidos aos machistas preconceituosos e continuei fazendo o melhor que podia. Então para que eu desistisse, eles me deixavam de fora das rondas, e me empurravam os serviços mais exaustivos do hospital, como limpar comadres, dar banho em pacientes, reorganizar os materiais utilizados nos atendimentos, cuidar da triagem, verificar o estoque de poções, levar os corpos para o necrotério, arquivar os relatórios dos meus colegas. Alguns ali, não deviam conhecer o nosso alfabeto e escreviam cada atrocidade, que eu ficava arrepiada com os erros, mas fazia o que era mandada.
Mal sabiam meus professores que as enfermeiras me passavam os pacientes mais complexos e tudo o que elas sabiam me ensinavam. Algumas inclusive trabalharam com minha mãe, e muitas vezes me chamavam de doutora O’Hara. Como se pudessem matar as saudades dela.
- Já estou indo para lá, enfermeira Bloom, eu estava alimentando o senhor Perkins. Já cuido dos outros quartos. - respondi enquanto tomava um copo de água e a velha enfermeira que tinha a aparência de um buldogue, mas um coração de fada disse:
Acho um absurdo com o seu dom para a cura, não estar no nível avançado. Tem garotos lá que sequer viram uma catapora trouxa, que dirá uma varíola draconiana. E você já as viu e sabe cuidar delas. Não entendo porque não está fazendo as rondas com seus colegas.
- E o professor acha que a Morgan, é o exemplo do que uma jovem não deve fazer antes de terminar os estudos. Velho invejoso, aquele nunca se casou, quem teria coragem? - disse a enfermeira Dolley, enquanto revirava os olhos.
- Anda logo menina, e depois que fizer isso vá tomar um café e comer alguma coisa, você está abatida. Seus olhos estão com sombras arroxeadas... Os gêmeos não dormiram esta noite novamente? Ou foi aquele seu marido bonitão que não te deixou em paz??
- Não entrarei em detalhes, mas só o eu posso dizer, é que havia penas, use a imaginação minha cara. - disse sorrindo, para a velha senhora. Não demorou muito e nosso professor encarregado dos casos clínicos entrou no corredor com a turma. Alguns colegas me cumprimentaram e outros me olharam com o típico desprezo dos que se acham superiores.
- A senhora O’Hara Weasley, pode se juntar a nós hoje...- disse o professor Sherman, e ele começou mostrando alguns casos em que eu já estava familiarizada. Alguns colegas deram suas opiniões, algumas eram um tanto quanto sem noção, e outras coerentes, porém com isso eu pude mostrar que estava atualizada com as matérias, e o professor começou a me olhar de jeito menos crítico. A última parte de nossa ronda, era no pronto socorro. Estávamos vendo alguns casos de feitiços invertidos, algumas queimaduras por explosões de caldeirões de baixa qualidade, quando um barulho chamou nossa atenção.
Um homem jovem entrou no hospital e pedindo ajuda. Trazia nos braços uma jovem com o abdômen avantajado e uma palidez mortal. Começamos a nos movimentar e como eu conhecia a rotina do PS melhor que meus colegas, disse enérgica:
- Sala de trauma 1, se ela entrar em trabalho de parto é a maior sala que temos e está equipada. De quantos meses você está?- ela me olhou preocupada e embora parecesse frágil sua mão segurou meu braço com força.
- Não deixe fazerem mal ao meu bebê. Prometa, que se eu morrer, meu bebê vai ser salvo...
- Ninguém aqui vai morrer se eu puder evitar, de quantos meses você está?- respondi confiante.
- 2 meses e meio... Sou Megan, meu marido é Caleb Langston. - antes que eu processasse a informação, um dos colegas disse:
- Ela está delirando, está com uma barriga de quase 39 semanas...- porém quando eu coloquei minhas mãos sob sua barriga, o chute forte e o som estranho me fizeram parar. Olhei para o marido dela com maior atenção e o homem que me olhou tinha sombras escuras sob os olhos, e os olhos quase negros. Isso contrastava muito com sua pele pálida e seus longos cabelos loiros, e um rosto absurdamente bonito. Ele não parecia ter mais de 20 anos e a garota a mesma coisa.
- Parem tudo o que estiverem fazendo, agora! - falei alto na sala.
- Precisamos salvar a paciente...
- Temos que saber mais coisas antes de fazermos alguma coisa, não é uma gravidez normal, não é? O bebê quebrou a costela dela. - e olhei para o homem e ele falou:
- Quero a doutora O’Hara cuidando da minha mulher... Tirem essa coisa de dentro dela...
- A doutora O’ Hara morreu. Nós é que teremos que cuidar de sua esposa. - disse o meu professor e o homem nos olhou preocupado.
- Não pode ser... Uma amiga disse que quando minha mulher precisasse deveria procurar a doutora O’Hara. Eu não posso perdê-la...
- Você não vai perdê-la. O bebê é um híbrido não?- e o homem me olhou e disse cansado:
- Sim, você tem razão...
- Que história é esta? Temos uma jovem morrendo e a O’Hara falando de criação de híbridos... Eu disse que uma criadora de dragões não tinha nada a oferecer a esta turma. Tire-a da sala professor e nos deixe ser curandeiros de verdade... - disse um dos alunos.
- Cale a boca, Green.- disse o professor ríspido e os alunos se mexeram desconfortáveis.
Os olhos do marido da paciente se iluminaram e perguntou:
- O’Hara? Mas você é tão jovem...
- Sou Morgan O’Hara Weasley. A doutora O’Hara era minha mãe, e ela morreu há 4 anos. Mas eu sei que posso ajudar vocês, porém preciso saber algumas coisas antes...
A jovem segurou minhas mãos e olhou para o marido pedindo:
- Caleb!
O professor ia dar a ordem para que eu saísse da sala quando o homem disse, após olhar para a esposa:
- Ela fica!
- Mas ela nem é uma curandeira de verdade senhor, é uma estudante e está confusa, saia Weasley...- disse meu professor:
- ELA FICA! - E o homem mostrou as presas de vampiro e os olhos brilhando em vermelho, os alunos começaram a recuar com medo, um deles conseguiu sair da sala, devia ter ido chamar a segurança. Eu me mantive em meu lugar e olhei para ele:
- Caleb, se você perder o controle não conseguirei ajudar Megan. Quem disse a você que procurasse minha mãe?
- Uma amiga minha, há muito tempo atrás, por isso quando minha mulher... Adoeceu, eu quis procurá-la, mas Megan não deixou, teve medo... - E a paciente gemeu na mesa e o homem logo estava ao lado dela e continuou falando:
- Alex McGregor, disse que eu procurasse sua mãe, que ela saberia o que fazer. Mas agora... Faça o que for preciso, mas salve a minha mulher.
Olhei ao meu redor e vários colegas ainda estavam em choque pela situação e meu professor que parecia estar recuperado disse:
- O caso é seu Weasley. Conte com meu auxílio, mas seja rápida, logo o Ministério vai estar aqui, espero que todos sobrevivam. - percebi as implicações das palavras de meu professor, peguei minha varinha e conjurei meu patrono e o enviei a Alex pedindo ajuda.
Não bastariam os meus conhecimentos e minha vontade para cuidar daquele caso, precisaria da ajuda de uma auror acostumada com os vampiros, e que tivesse algum conhecimento político se quisesse salvar aquela família.

Wednesday, December 10, 2008

O Casamento - Parte I

Lembranças de Alucard W. Chronos

Ano de 1979 – Dias após a formatura em Hogwarts

Alex, Louise e Yulli gritaram de felicidade ao serem informadas de que seriam madrinhas do casamento, e já conversavam animadamente com Mirian sobre as possibilidades de vestidos, ornamentos e enfeites. Scott e Ben me davam os parabéns também, e felizes por poderem ser padrinhos também. Sergei, Kyle e Celas já haviam sido convidados para padrinhos e madrinha, e estavam felizes. Como Mirian disse, Kyle aceitou ser nosso padrinho ao lado de Alex, que também não teve objeções. Me preocupei em Logan não aceitar, mas ele gargalhou e disse que tudo bem. No final seriam os seguintes casais: Kyle e Alex, Yulli e Sergei, Louise e Ben e Celas e Scott, dois casais de padrinhos para cada noivo, e todos aceitaram os convites. Remo brincou comigo dizendo que se fosse para ele ser padrinho também, haveriam mais padrinhos do que convidados. Os Potter, Lílian e James, assim como Black também nos deram os parabéns por carta, confirmando presença. Alvo e Minerva confirmaram presença, assim como quase uma delegação de Hogwarts, Kegan e Hagrid entre eles.

Estávamos nós sete conversando na sede do clã em Londres, onde havíamos nos reunido para conversar sobre os preparativos do casamento e convida-los para padrinhos. As garotas ainda conversavam animadamente, cada vez mais animadas com a perspectiva de escolherem vestidos para o casamento e não pude segurar um riso ao trocar um olhar com Mi. Ela também sorriu, sabendo o que eu pensava.

- Garotas, queria interromper só um instante.

- Você pode tudo, Lu! É o noivo! Além de você, só a Mirian pode mais! – Yulli falou animada, abraçando Mi com felicidade.

- Bem, já que é assim, tudo bem, não reclamem depois. – Ri enquanto dava de ombros.

- Ah, Lu, quando é o casamento? – Alex perguntou, também sorrindo. Eu sorri em retribuição, um largo sorriso.

- É verdade, vocês já tem uma noção? Precisamos de tempo para procurar vestidos e tudo mais. – Lou completou, também sorrindo.

- Sim, na verdade temos sim. – Eu falei, um largo sorriso ainda no rosto.

- E é quando? – Yulli perguntou, começando a ficar intrigada.

- Semana que vem, para ser mais exata, no próximo domingo. – Mi respondeu, com um lindo sorriso no rosto.

As outras três garotas ficaram pasmas, sem fala, com os olhos arregalados, tentando assimilar a informação. Ben e Scott caíram na gargalhada ao notarem mais rápido que elas o que isso significava.

- VOCÊS ESTÃO MALUCOS?! – Lou foi a primeira a reagir, exaltando-se.

- UMA SEMANA?! – Yulli fez coro.

- COMO QUEREM QUE ENCONTREMOS VESTIDOS DECENTES EM UMA SEMANA! – Alex completou.

- Ai Merlim, não dá tempo! Scott, Ben, estão intimados em vir conosco procurar roupas! Vamos achar algo decente nesse tempo, para vocês também!! – Yulli comandou, pulando da cadeira e puxando Scott pela mão, me lançando um olhar de “vocês são doidos”.

- Eu vou chamar o Remo, ele vai me ajudar a procurar algo, e tenho que ver algo para ele também. Merlim, ainda tem os presentes!! – Lou falou enquanto puxava a mão de um gargalhante Ben, rumando pra lareira. – Vou usar sua lareira, Lu.

- À vontade. – Falei rindo.

- Você vem Alex? – Yulli perguntou antes de entrar na lareira também.

- Estou logo atrás de vocês. – Após Yulli e os outros sumirem nas chamas ela se virou para nós – Vocês são definitivamente o casal mais maluco que eu conheço! E vou conhecer! Mas já devia esperar algo assim de vocês...De coração, felicidades aos dois. Agora deixem-me procurar algo, até porque a madrinha tem que estar bonita também. Mi, depois vamos sair juntas para procurar um vestido para você, ou vamos te ajudar a preparar um. Lu, arranje um terno decente! – Ela falou enérgica, saltando para as chamas também.

- Adorei a reação delas, foi maravilhosa! – Disse rindo, enquanto puxava Mirian para um abraço, e beijava seu rosto.

- Cheguei a ficar com pena delas. Elas vão encontrar lindos vestidos. Por falar nisso, tenho que ver o meu, ele vai ser especial. E temos que organizar os preparativos da festa! Também não temos tanto tempo assim.

- Vai dar tempo, não se preocupe. Que acha de fazermos o casamento na sede francesa? Ou na fazenda de seus pais? Nessa época do ano as flores vão estar lindas. – Disse enquanto beijava o seu pescoço.

- Vamos fazer a cerimônia na fazenda de minha família, e a festa na sede francesa, assim podemos decorar tudo melhor. Vamos, temos muito o que fazer!

- Nem um beijinho? – Falei fazendo bico, enquanto a abraçava mais forte. Ela sorriu.

- Teremos todo o tempo do mundo, dentro de uma semana, até lá, espere um pouquinho.

Ela sorriu, colocando um dedo em meus lábios, mas não deixou de me beijar e de nos deitarmos no sofá.

Uma Semana Depois – 3 de Julho de 1979

O grande dia havia finalmente chegado.

A última semana foi uma semana corrida, cheia de preparativos e ansiedades. Eu e Mirian passávamos a semana aparatando da França para Devonshire na Inglaterra, onde ficavam a sede francesa do clã e a fazenda da família Capter, respectivamente. Celas era a responsável pelos preparativos para a festa de casamento na França, enquanto na Inglaterra, a Sra. Capter fazia questão de fazer os preparativos para o casamento de sua única filha. Eu e Mirian, porém, fazíamos questão de dar nosso toque nos dois locais. Os dois locais estavam cheio de flores, rosas de todas as cores, jasmins, orquídeas, mas principalmente rosas brancas e vermelhas.

Devon Hall, o nome da grande casa de campo dos Capter, estava toda enfeitada seguindo padrões naturais e clássicos. Haviam sido colocadas estátuas gregas, obeliscos egípcios, e figuras nórdicas, como decoração, com muitos arranjos de flores. As árvores de todo o local estavam enfeitiçadas com luzes douradas e brancas, piscando a cada alguns segundos, dando a impressão de estrelas. Havia um grande lago, com uma ilha no meio, que era ligada à terra por uma pequena ponte de madeira em forma de arco. O lago foi enfeitado com flores flutuantes e peixes de diversas cores que nadavam por toda sua extensão. A ilha era grande o suficiente para acomodar todos os convidados do casamento, que eram alguns milhares, já que a família de Mirian era enorme e todo o mundo mágico queria presenciar tal acontecimento, e para acomodar ainda mais gente, a ilha foi encantada magicamente, aumentando a sua área. A ponte também foi aumentada, e em toda sua extensão, havia uma grande tapete vermelho brilhante, que levava até o mirante onde se daria a cerimônia. Ao longo de todo o tapete, haviam sido colocadas colunas gregas, enfeitadas com plantas enroladas nelas, e encantadas para brilharem em branco.

La Force, a sede francesa dos Chronos, era a maior sede do clã, pois possuía uma imensa área nos arredores de Paris, e possuía diversos andares subterrâneos. A festa aconteceria no nível térreo, com o primeiro andar aberto ao público. Force foi toda decorada em padrões mais mágicos e atuais, porém seguindo o esquema clássico, haviam também estátuas egípcias e gregas, pois eu e Mirian não abríamos mão disso. Celas, porém, usou toda sua imaginação para decorar o lugar, enchendo-o com estátuas enfeitiçadas para cantar músicas românticas e calmas, fontes mágicas que faziam um show de luzes e águas, árvores brilhantes e teto inspirado em Hogwarts, encantado para parecer um céu cheio de estrelas. Por todo o jardim foram espalhadas grandes mesas cobertas com toalhas brancas e detalhes em dourado, detalhes estes em forma de flores e de plantas, mas também da águia do clã. No meio do jardim, debaixo de luzes mágicas e brilhantes, havia uma grande pista de dança, onde seria dançada a valsa e os convidados poderiam dançar. A cerimônia de casamento seria no final da tarde, e a festa seria até o dia seguinte. É óbvio, foram colocados feitiços desilusórios no local das duas festas, para que bruxos pudessem aparatar para lá a qualquer momento. E o importante, Mirian e eu trabalhamos pessoalmente na segurança das festas. Nada impediria essa festa, nada atrapalharia. Haviam feitiços de barreiras e defesa por todos os lugares, e seria impossível alguém entrar tanto em Devon Hall quanto em La Force sem nosso conhecimento. Fora que não acho que alguém seria idiota o bastante para atacar um lugar onde todo o clã Chronos estava reunido, assim como metade dos Aurores do mundo...

Como haviam prometido, após conseguirem encontrar os vestidos que elas queriam, Alex, Yulli, Louise, Celas e a Sra. Capter, ajudaram Mirian com o vestido de casamento. Elas juntas conseguiram dar vida ao vestido que Mirian imaginara, e não me deixavam ver de jeito nenhum, Mirian havia inclusive criado barreiras em sua mente, como se eu fosse ter coragem de invadir sua mente. O que eu sabia pelas conversas delas, é que o vestido estava lindo, e de acordo com os desejos de Mirian. Elas todas ficavam com lágrimas nos olhos só de pensar no vestido. O que aumentava a minha curiosidade.

Kyle, Sergei, Scott, Ben e o Sr. Capter me ajudaram a comprar um smocking decente, uma vez que eu não fazia a mínima idéia de como deveria ser um. Escolhemos um smocking todo negro, com camisa branca e uma gravata vermelha com listras douradas, e na lapela havia uma rosa branca presa. Kyle e Sergei implicavam comigo, dizendo que eu finalmente estava parecendo gente. Scott e Ben, diziam que eu parecia não saber me movimentar, e que parecia um boneco de madeira andando. Até mesmo, o Sr. Capter, implicava comigo, mas via felicidade em seus olhos.

No dia anterior ao casamento, estávamos todos hospedados em Devon Hall, e Ben e Sergei organizaram uma festa de Despedida de Solteiro para mim, mas não quis ir, ficando vermelho quando falaram dela. Novamente fui zoado demais, mas me mantive firme, porém lhes dizendo para irem a festa. Como se precisasse falar, eles foram para a festa mesmo sem mim. Kyle ficou um pouco mais para conversar comigo.

- Você deve ser o noivo mais bem comportado da história, Lu.

- Que posso fazer?

- Bem, é seu jeito. Lu, meus parabéns novamente, eu realmente estou muito feliz por você. E obrigado...Obrigado por me convidar para padrinho. Na verdade, obrigado por tudo. Você tem sido um grande amigo.

- Você não tem nada a agradecer, eu que preciso lhe agradecer, muito! E é óbvio que você deveria ser meu padrinho. Confesso que fiquei com medo de você não aceitar, por causa da Alex... Mas queria muito que vocês dois, meus melhores amigos, fossem meus padrinhos.

- Eu entendo você...E já é hora de eu e a Alexandra sermos adultos...E eu irei com minha namorada à festa, se importa? Quero apresenta-la a vocês, o nome dela é Vitória.

- Claro que não me importo, fico feliz que você encontrou alguém.

- Mesmo não sendo quem eu queria... – Ele falou meio cabisbaixo, mas muito baixo, como se esquecesse que eu podia ouvir. – Bem, Sr. Certinho, eu quero aproveitar sua festa de despedida. Até amanhã, Lu. – Ele falou me dando um forte abraço, que eu retribui com força, até ele bater em meu ombro fingindo estar doendo. Ele saiu rindo e eu fui para a sala principal da casa, onde encontrei Mirian sentada em uma das poltronas, lendo um livro, tentando se acalmar. Assim que ela me viu, largou o livro e deitou a cabeça em meu ombro, quando sentei ao seu lado.

- Nem acredito que já é amanhã, querido.

- Sim, passou rápido. Parece que foi ontem que eu lhe pedi em casamento. Parece que foi ontem que eu te conheci.

- Sim...Os dias mais felizes de minha vida. – Ela sorriu, segurando minha mão enquanto eu acariciava sua cabeça. Ficamos sentados assim, os dois sorrindo, apenas abraçados por talvez horas, quando um dos membros do clã, pediu licença e entrou na sala. Nós nos levantamos, ficando de mãos dadas.

- Com licença, senhores.

- Diga, Lucas.

- Senhor, há duas pessoas no portão de entrada, dizem terem sido chamados pelos senhores,mas o nome não está na lista.

- Como eles são? – Mirian perguntou.

- É um casal, a mulher é morena, parece egípcia, e o senhor é muito alto. Os dois parecem muito idosos, mas pode ser algum disfarce, pois sentimos energia mágica neles, poderosa.

- Deixe-os entrar! Dê a eles nossas maiores honras! – Mirian falou entusiasmada e eu soube quem eram na hora.

Nós dois corremos para a porta de entrada, e esperamos enquanto uma tropa inteira do clã escoltava duas figuras calmas e bem idosas. A mulher era morena, com olhos puxados e um cabelo negro liso, apesar da idade. O homem era alto, muito barbudo e esguio, cabelos brancos da idade. Eles caminhavam lentamente, sorrindo para nós e olhando de vez em quando ao redor. Eles iriam fazer a cerimônia do casamento. Ele era um druida, o líder dos druidas que ainda existiam. E ela era uma sacerdotisa, a maior das sacerdotisas e a mais antiga. Ambos eram amigos dos Capter e dos Chronos há anos.

- Caius, Nefertiri, que alegria enorme é revê-los! Há anos não nos encontrávamos. – Mirian falou feliz, descendo para abraçá-los. Eles foram seus tutores quando criança, e ela os admirava muito.

- Que bom revê-los, meus mestres. Há anos não os via. – Falei também descendo as escadas, abraçando-os. Na época de meus pais eles visitavam bastante nossa casa, às vezes apenas para conversar.

- Minha pequena Mirian, você está linda, está tão crescida. – Nefertiri falou enquanto olhava para Mirian com olhos cheios d’água. Seus olhos eram pretos, e transmitiam um mistério e uma força intensos. – Alucard, você cresceu tanto. Fico feliz que tenha consigo vencer a luta com suas trevas. Você se parece tanto com seu avô. – Ela falou quando me abraçou e passou a mão pelo meu rosto.

- Venham cá, meus filhos, quero poder senti-los novamente. – Caius falou enquanto passava a mão pelos nossos rostos. Ele era cego, seus olhos eram brancos e leitosos, com uma profundidade intensa. Mas a falta da visão aumentara seu poder de percepção e ele podia enxergar muito mais do que outras pessoas, apenas com seu poder. – Alucard e Mirian, suas energia estão tão lindas, vocês foram feitos um para o outro e sei que serão muito felizes.

- Caius!! Nefertiri!! Que saudades, meus bons amigos! – O Sr. e a Sr. Capter apareceram nas escadas, para cumprimentar os grandes amigos. Celas os seguia, também sorrindo, para ir falar com seus amigos.

- Celas! Você está magnífica! – Caius falou sorrindo, quando a abraçou. – E vocês não mudaram nada, meus jovens Capter.

- Só ficamos mais velhos. E amanhã estarei dando a mão de minha única filha em casamento! – O Sr.Capter falou rindo.

- Estará dando-lhe uma grande felicidade. – Nefertiri e a Sra. Capter falaram sorrindo e se cumprimentando.

- Hum... Interessante, vocês reuniram uma quantidade surpreendente de bruxos nessa casa, posso sentir suas auras daqui. Os Mcgregor, os Storm e os Hakuna estão aqui, certo? – Caius comentou, olhando para a casa.

- Sim, serão nossos padrinhos, vocês precisam conhecer nossos amigos. – Mirian falou sorrindo. – Venham, vamos entrar e jantar juntos.

Todos nós entramos e fomos jantar juntos. Caius e Nefertiri conheciam quase todas as famílias bruxas, principalmente as mais antigas, e já haviam visto Yulli, Alex e Louise quando crianças, e agora as reviam como adultas. Ficamos conversando durante muito tempo, porém os dois disseram que precisavam dormir cedo, e o mesmo valia para todos nós. E assim cada um foi para seu quarto, querendo descansar para o grande dia. Eu e Mirian, porém, estávamos sem sono de entusiasmo e nervosismo e ficamos abraçados no mirante do lago, enquanto observávamos a luz da lua. Seria a nossa última noite enquanto namorados, pois a partir de então seríamos casados. O peso dessa noção nos deixava mais feliz do que nunca, e não sei até que horas ficamos abraçados, olhando as estrelas, indo dormir apenas quando ela adormeceu em meus braços e a levei para seu quarto.

Monday, November 17, 2008

All This Words I Don't Just Say - Parte II

Lembranças de Mirian O. Capter - Ano de 1979

Dia da Formatura

O dia da formatura foi um dia inesquecível para todos. A correria para todos se arrumarem, os últimos retoques, as ultimas visitas a lugares especiais, as inimizades desfeitas, a união e o companheirismo de quem passou sete anos unidos. Havia um clima de separação impossível de ser rompido, mas sabíamos que manteríamos contato e trabalharíamos juntos, e isso era uma semente de esperança para todos.

A cerimônia de formatura foi maravilhoso, os professores todos estavam ali, sorrindo e felizes por nossa formatura. Eu podia sentir os sentimentos no ar, a emoção era palpável. Os diretores das casas olhavam com olhos de puro orgulho para todos nós, as vezes se demorando em algum ou em outro. O Diretor também nos olhava com orgulho, e seu olhar encontrou o meu, dando-me uma piscadela quase imperceptível, que retribi com um sorriso. Alucard também sorriu de volta para o Diretor, que inclinou sua cabeça para ele. Eu e o Lu estávamos sentados lado a lado, pois fazíamos questão disso, assim como nossos amigos estavam ao nosso redor, e mantínhamos nossas mãos dadas e apertadas, sorrindo todos juntos. De acordo com os nomes que o Diretor chamava, os alunos iam levantando para receber os diplomas das mãos dos diretores da caça e cimprimentar cada membro do corpo docente.

- Capter, Mirian. – O Diretor chamou enquanto a Professora Minerva se levantava com o diploma em mãos e um sorriso em seu rosto sério que eu aprendera a amar. Peguei o diploma de suas mãos e a abracei, recebendo um abraso caloroso de volta, ambas com emoção visível. Depois me dirigi aos demais professores, cumprimentando-os todos com felicidade genuína e recebendo o mesmo em troca. Cumprimentei o Diretor por ultimo, dando-lhe um abraço também, falando ao meu ouvido:

- Parabéns novamente, Mirian. – Ele sorria quando nos separamos e chamava o outro nome da lista – Chronos, Alucard.

Nós nos cruzamos enquanto eu voltava para os bancos dos formandos e trocamos um sorriso. Ele também abraçou com força a Professora Minerva e trocaram palavras rápidas, e recebeu um aperto de mão caloroso do Diretor, também com novas palavras trocadas. Depois ele se sentou novamente ao meu lado e vimos os nossos amigos recebendo os diplomas. Yulli não resistiu e se jogou em cima da professora Sprout, abraçando-a com força e evidente emoção nos olhos.

Quando todos haviam recebido seus diplomas, ficamos todos de pé e fizemos o juramento lido por Ben, para finalmente nos considerarmos bruxos formados e jogarmos todos juntos nossos chapéus para o alto e poder nos divertimos, abraçando amigos e familiares.

Depois era só alegria, união e felicidade. Emocionávamos facilmente, e muitas garotas não seguravam as lágrimas de emoção, eu entre elas, e procurava o ombro do Lu para me acalmar, enquanto ele afagava meus cabelos. Celas veio correndo para nos abraçar nos dando os parabéns e abraçando nossos amigos também. Todas as famílias estavam reunidas e comemorando.

Eu notei que Kyle observava a Alex de longe, meio escondido. O Lu também o notou e me indicou que iria falar com ele, e enquanto ele se afastava devagar, notei o olhar de Kyle para Logan, que abraçava Alex com carinho e lhe contava algo em seu ouvido, deixando um sorriso nos lábios dela e se retiraram em seguida. Vi quando Lu conversou brevemente com ele, e pude ver como o Kyle estava machucado e magoado, e me senti triste por ele, por estar sendo obrigado a ver o amor de sua vida com outra pessoa. Ele respondeu rapidamente o Lu e depois saiu, e quando Lu voltou para meu lado parecia também chateado com tudo isso.

- Como ele ta, Lu? – falei preocupada com o Kyle.

- Tentando ser forte, mas quando viu o Logan com a Alex foi demais para ele...Queria tanto que ele e a Alex estivessem juntos...

- Mas ela escolheu o Logan, e como amigo você deve apóia-la.

- E eu apoio. Se o Logan vai faze-la feliz, sou o primeiro a querer ele perto dela. Mas que eu queria ela e o Kyle juntos eu queria, eles foram feitos um para o outro.

- Se eles não fossem irmãos, sei que eles estariam juntos hoje.

- Sim com certeza...Mi, eu queria chamar eles dois para nossos padrinhos, mas já não sei se é certo. Pode ser ruim para os dois.

- Não custa nada tentar, e acho que devemos chamá-los sim. A Alex faria isso por nós, e o Kyle também. Na verdade, eu quero chamar todos nossos amigos para padrinhos, não há limites para padrinhos.

- Gostei da idéia! Vamos dar essa surpresa a eles depois!

- Eu imagino a reação deles. E temos que avisar da data também, eles ainda não sabem que queremos casar em no máximo uma semana.

- Hahahaha isso também vai ser uma nova surpresa pra eles! Acho que eles imaginavam que demoraríamos mais um pouco.

- Mas não quero esperar nem mais um dia, sequer mais semanas! – Comentei sorrindo enquanto nos abraçávamos para um beijo.

Passamos o resto da festa conversando com todos e algumas vezes longe dos demais, com um tempo só pra nós, ou simplesmente abraçados. No meio da noite, Lu foi para a pista de dançar encontrar a Alex para que eles assumissem as posições deles na dança de tango que eles haviam preparado, como uma espécie de surpresa para os demais. A dança foi linda, todos dançando muito bem e dando tudo de si, e o melhor de tudo foi quando Yulli roubou um beijo do Scott no meio da dança!! Pude ver o tom de surpresa nos olhos do Scott ao se recompor e olhar triunfante de Yulli. Depois da dança Alucard veio me abraçar feliz e decidi revelar a surpresa.

- Vem comigo.

- Onde?

- Quero que veja um lugar...Vem. – Falei puxando-o para fora do salão e o levando para os jardins. Contornei o castelo até onde ficaria a Torre da Grifinória e parei olhando pra ele. – Primeiro, preciso ir até a Torre. Me dá uma ajuda? – perguntei enquanto fazia uma cara de coitada, ele riu e me pegou no colo, e sem tirar os olhos de mim saltou para o alto, pegando impulso de janela em janela, me levando para o topo da Torre.

- E agora?

- Agora você vai fechar os olhos e vir comigo. – Quando tive certeza que ele estava de olhos fechados o puxei para dentro da torre, para uma sala secreta que eu havia descoberto recentemente. Eu a havia decorado com fotos nossas, com almofadas e panos de cores diferentes e tomei o cuidado de deixar meu perfume espalhado pelo quarto e pude ver que seus sentidos captavam tudo aquilo, deixando-o intrigado. Falei que ele ficasse ali esperando e me afastei um pouco. – Pode abrir.

Assim que ele abriu os olhos, estalei os dedos e a sala explodiu em luzes, cada canto brilhando com luzes brancas, douradas e prateadas. Ele ficou surpreso com tanta luz e piscou enquanto olhava em volta. Viu nossas fotos juntos, nossos objetos especiais, como presentes que trocamos, bilhetes e cartas, tudo que nos unia estava ali e eu havia reunido. Caminhei para ele lentamente e abracei seu pescoço.

- Quis lhe dar uma amostra de como será o nosso quarto, Sr. Chronos.

- Eu estou encantado, Sra. Chronos. Parece que você me enfeitiçou.

- Isso é apenas o começo, considere isso meu presente de casamento.

Dizendo isso eu o beijei, enquanto puxava-o para mais perto de mim, abraçando-o com força contra mim. Ele me segurava em seus braços e beijava com amor. Eu o levei para as almofadas, ainda beijando-o e o deitei, sussurrando em seu ouvido:

- Eu amo você, Alucard.

- E eu amo você, Mirian.

So close no matter how far
Couldn't be much more from the heart
Forever trusting who we are
And nothing else matters

Never opened myself this way
Life is ours, we live it our way
All these words I don't just say
And nothing else matters

Trust I seek and I find in you
Every day for us something new
Open mind for a different view
And nothing else matters

Never cared for what they do
Never cared for what they know
But I know

N.A.: Nothing Else Matters, Metallica

Thursday, November 13, 2008

- Você a acordou?- resmunguei ao abrir os olhos e ver Logan de pé em frente à janela de nosso quarto com Haley no colo.
- Ela já estava acordada...- ele respondeu culpado e a aconchegou mais ao peito nu.
- Você a acordou! Não consegue se separar dela, Logan. - levantei e me aproximei abraçando-o por trás enquanto ele segurava a nossa filha.
- Mas ela é tão frágil e estava no berço sozinha... Ok! Não consigo ficar longe dela... - confessou e eu ri.
- Ela tem os seus olhos...- disse olhando para os olhos de Haley, que a cada dia ficavam mais escuros. Com certeza ela tinha os olhos do pai.
- Ainda é muito novinha, para determinar isso...Acha mesmo?- ele perguntou coruja.
- Ela já tem 3 meses, na idade dela, Ty já tinha os olhos cinzentos. - ficamos conversando baixinho e logo a pequenininha dormia no colo dele. Ajudei-o a colocá-la no berço cheio de babados, que ficava no quarto interligado ao nosso, e ele após olhá-la mais uma vez disse passando a mão em meu rosto:
- Nunca pensei que um dia seria tão feliz! Obrigado por me deixar ser o pai do Ethan e da Haley.
- Não foi sacrifício ter filhos com você cowboy. Agora sabemos o que fazer para termos outros. - rimos enquanto eu ficava na ponta dos pés e o beijava.


o-o-o-o-o-o-o

O dia das Bruxas havia sido muito agitado. Foi o primeiro dia das bruxas do Ethan, e a escola dele promoveu uma festa onde os alunos deveriam ir fantasiados, e distribuiu muitas guloseimas, e ele como um bom irmão do Ty, fez algumas travessuras, como soltar pequenas bombinhas perto das meninas para assustá-las, deu sustos nos distraídos, usou alguns artigos Weasley, e comeu muitas coisas estranhas, e acabou ganhando uma boa dor de barriga quando voltou para casa, após toda a euforia., mas nada que uma poção de Logan não resolvesse. E depois que tudo passou, ele já fazia planos para o ano seguinte durante o jantar. Estávamos sentados à mesa quando o quadro que temos em cima do aparador, avisou que Ty estava vindo nos visitar. Estranhei, pois no dia anterior eu havia recebido uma carta dele contando sobre o Torneio Tribruxo em Durmstrang e que Gabriel era o campeão de Beauxbatons. Ele estava todo animado pelo amigo e eu já havia até mesmo conversado com Louise sobre o torneio e feito planos de ir assistir as tarefas.
Não demorou muito e ele saiu da lareira na sala, e após espanar as cinzas de Flú, nos abraçou e veio sentar-se à mesa conosco e jantar. No começo tudo foi animado com Ty contando sobre como estavam as aulas, a excitação pelo torneio, falando que levaria mais casacos para ele e os amigos, pegando Haley no colo e fazendo gracinhas para ela sorrir, porém depois de algum tempo, ele ficou sério, parecia preocupado. Troquei olhares com Logan, e ele me lançou um olhar tranqüilizador, respirei fundo e continuei a jantar. Após algum tempo, Ethan perguntou:
- Ty você tá encrencado?- Ty o olhou surpreso e respondeu:
- Eu? Porque você acha isso maninho?- e os olhos de Ethan brilharam com o tratamento carinhoso, mas ele não se distraiu.
- Porque você não tá comendo, você nunca deixa comida no prato. Você tá chateado pelo Boomer ter comido aquela sua luva?
Ty vendo que eu e Logan concordávamos com Ethan e o encarávamos, respondeu:
- Não tem nada a ver com a luva, Ethan. Eu só preciso falar com a mamãe em particular depois do jantar. - e algo no seu tom de voz, indicava que eu não gostaria do que iria ouvir.


- Mãe, tem uma garota na escola...
- Numa escola mista é normal haver garotas...- tentei brincar mas ele continuou sério e começou o discurso novamente:
- Há uma garota na escola, que saiu comigo algumas vezes...
- Certo...Você é jovem, saudável e...
- Ela está grávida!- ele soltou de uma vez, e eu fiquei chocada, tentando assimilar a informação por alguns segundos, depois disso reagi.
- Como assim ‘está grávida’? Você mal tem barba na cara, não pode ficar fazendo filho por ai...
- Aconteceu mãe...
- Não tem esta de ‘aconteceu’. Nunca ouviu falar que existe proteção? Aquilo não é um balão de aniversário.
- Eu sei que não é mãe...
- Ainda não acabei, Tyrone John McGregor...
- Sim senhora...
- Quem é a garota que vai arrebentar com a sua vida?
- Savie...Quer dizer, Savannah Bouvier.E ela não fez nada sozinha. - senti um pouco de admiração por ele defender a menina, mas isso logo passou.
- Dos Bouvier de Marselha? Uma lourinha enjoada? Que pensa que é uma bruxa melhor que as outras porque é de “família antiga?” Ela nem faz o seu tipo.
- Ela não é tão intratável assim...
- Claro que não, se você estiver de porre...- como ele ficou calado, perdi a cabeça e acabei gritando:
- VOCÊ ESTAVA BÊBADO? *&¨%#. Vou dar um nó no seu #%$#$. Onde você estava com a cabeça? Além de uma barriga, ela esta te dando o quê de brinde? Um chaveirinho da banda “Sou Otário?” - e enquanto gritava, segurei-o pela camisa, dando-lhe umas sacudidas. Após uns bons safanões, e a falta de reação do Ty, me controlei.
- Mãe, ela está grávida de um filho meu e vamos nos casar, sou maior de idade. Sabe que tenho condições de manter uma família com conforto...- Ty falou rebelde.
- Ora, ora, está valente o ‘homenzinho’. Tem certeza que o filho é seu?
- Sim, tenho.
- Você a ama?
- Esta não é a questão aqui. - olhei-o nos olhos, e percebi que aquela era uma batalha perdida. Meu filho sabia ser tão teimoso quanto eu ou o pai dele. Suspirei e disse:
- Ty você tem o seu dinheiro, é maior de idade, mas ter um filho não é como ter um cachorro. Acha que um filho não vai exigir comprometimento? Que mesmo quando os dois estão apaixonados, as coisas se tornam difíceis, imagina com uma gravidez não planejada.
- Eu sei, você tem razão em tudo que diz mãe, e acrescento: fui um idiota completo. Sei que fiz besteira, mas eu tenho que consertar as coisas da melhor maneira possível.
- Já pensou que ela pode optar por não ter a criança... - sugeri e ele negou com a cabeça.
- Aborto não é uma opção. - ele respondeu firme e tentei outra argumentação.
- Você pode ajudar na criação do bebê, não precisa se casar com ela, afinal os tempos mudaram...Louise criou o Gabriel sozinha e ele é um rapaz maravilhoso.
- Gabriel teve o privilégio de ter tio Scott como pai em todo o sentido da palavra, então tia Lou, não estava sozinha. - não pude rebater este argumento, e ele continuou:
- Não quero um filho meu andando por ai, sem reconhecimento, mesmo que eu e a mãe dele não tenhamos nada em comum. Você e papai sempre me ensinaram que mesmo que um casamento não dure, um filho é pra sempre e ele é prioridade. Posso não ser um bom exemplo, mas quero que meu filho saiba, que embora não planejado, eu vou amar e cuidar dele, sei que posso fazer isso. Mas para isso, preciso que fique do meu lado, mesmo não concordando. - eu o olhava séria e ele continuou com a voz um pouco mais suave:
- Vou me casar com a Savannah, mas a mulher que amo e respeito acima de tudo é você, mãe, e sem você...Não sei se vou dar conta... Desculpa te decepcionar mais uma vez. - eu sabia a que ele se referia.
- Que droga Ty, seu pai te ensinou como me convencer das coisas não?- e abracei meu filho enquanto enxugava umas lágrimas teimosas, notei quando ele fungou no meu pescoço, seu corpo estava tenso. Ele podia ter o tamanho de um homem, mas ainda era o meu menino, e precisava da minha ajuda. Afastei-o um pouco e olhei nos olhos dele enquanto falava séria.
- Saiba que você dará conta, não porque eu vou estar ao seu lado, mas porque você é forte e enfrenta o que aparece em seu caminho. Kyle e eu sempre nos sentimos abençoados e muito orgulhosos por sermos os seus pais. E de uma vez por todas, você não teve culpa pela morte do seu pai, já estava no destino dele nos deixar, e ele partiu sabendo que protegeu o ser que ele mais amava, não torne a morte dele sem sentido, se culpando. - e Ty me abraçou forte, ficamos um tempo abraçados, e depois de algum tempo nos soltamos. Olhamos um pro outro e sorrimos, com a certeza de que tudo ficaria bem. Voltamos para a sala e ao olhar para Logan e Ethan, vimos que eles haviam escutado tudo. Logan passou os braços sobre meus ombros e perguntou:
- O que posso fazer para ajudar com os preparativos?
- Preciso de um anel e marcar de ir conhecer os pais dela...
- Ty, você quer o anel que seu pai me deu? É um direito seu, ficar com ele. - comentei.
- Não mãe, obrigado. Aquele anel é seu e foi dado com amor. E ele é delicado, não faz o estilo da Savie. Ela quer algo grande e bonito.
Conversamos e após algum tempo, chamei Sergei pela lareira e contamos a ele, que primeiro riu achando que era uma pegadinha, quando viu que o assunto era sério, quase pulou da lareira no pescoço do Ty, só não fez isso porque Hiro estava chorando de fome e ele ainda não havia trocado as fraldas do garoto, ouvimos quando Yulli gritou com ele, pedindo a mamadeira da Keiko também. Então ficou acertado que ele e eu iríamos falar com a família da Savannah e acertar os detalhes para o casamento, já que minha futura nora, queria que tudo fosse da maneira tradicional. Humpft!
E pensar que vou ter que agüentar a zoação das minhas amigas, pois vou me tornar a primeira (arrepios) avó do grupo e nem idade para isso eu tenho. Porque eu Merlim??

Tuesday, November 04, 2008

All These Words I Don't Just Say Parte I

Junho de 1979

Lembranças de Mirian O. Capter

- Sim, Alucard Wingates Chronos, eu aceito.

Com um beijo nós selamos nosso noivado. Eu sabia que iria viver toda a minha vida ao lado dele, mas não esperava um pedido de casamento antes mesmo de sairmos da escola. Mas ele sempre me surpreendia. Ainda mais com o local onde me pediu em casamento, no meio da cerimônia de pose do clã Chronos, como quase toda a comunidade bruxa internacional assistindo. Nunca me senti tão vermelha, mas também nunca fui tão feliz. O mundo pareceu desaparecer enquanto ele segurava minha mão e eu via o brilho de felicidade de seus olhos.

Ele era tudo que eu havia sonhado, e muito mais. Bondoso, carinhoso, amoroso, educado, fiel, amigo, companheiro, lindo, fofo, único. Desde a primeira vez que o vi, eu sabia que havia me apaixonado. Nunca me esquecerei aquele dia.

- Vamos filha, estou tão animado! Minha única filha está indo para Hogwarts! – Papai falava rindo enquanto me abraçava e corríamos para o trem. Havíamos nos atrasado um pouco e a estação estava praticamente vazia, e os alunos acenavam de dentro do trem.

- Rápido querida, corra. Assim que chegar em Hogwarts mande-os uma coruja avisando e contando como foram os primeiros dias! – Mamãe falava também feliz enquanto me passava a mala para dentro do vagão.

- Vou sentir saudades de vocês!! E se eu não me acostumar com a distância? – Falei com algumas lágrimas nos olhos, pois sempre fui muito ligada a eles.

- Você encontrará novos amigos lá, capaz até de nos esquecer! – Papai falou sorrindo.

- Nunca faria isso!

- Tenho certeza minha querida, você encontrará amigos únicos e verdadeiros naquela escola. Você encontrará sua felicidade ali. – Mamãe falou com um toque de certeza, e não sei porque fiquei encabulada.

- Amo vocês! – falei enquanto o trem se afastava. Eu consegui achar uma cabine sossegada e vazia e me sentei nela. Eu não conhecia praticamente ninguém, uma vez que a maioria da minha família estudava em Beauxbatons e Durmstrang, apenas eu iria para Hogwarts e tinha um pouco de medo. Será que eu realmente faria amigos?

Enquanto eu pensava nisso, um garoto passou pela minha porta e parou para me olhar. Seus olhos verdes eram os olhos mais lindos que eu já havia visto e seus cabelos loiros pareciam refletir a luz. Eu fiquei sem fôlego. Por um momento também parecia que ele havia ficado estático, sem fôlego também, e ficamos apenas nos olhando, como se pudéssemos ver mais do que apenas o que os olhos permitiam. Ele sorriu e se sentou próximo de mim. Seu sorriso também era lindo, e tive que me segurar para não suspirar. Ele parecia algum ser enfeitiçado.

- Olá, você é nova também? Muito prazer, me chamo, Alucard Wingates Chronos, e você?

- Prazer. Meu nome é Mirian Ofiandes Capter. Você é dos Chronos?!

- Sim, sou do clã, filho dos líderes. E você é dos Capter! Pensei que todos fossem para Durmstrang ou Beauxbatons.

- Eu sou a única que vim para Hogwarts, não queria ir para Durmstrang nem Beauxbatons.

- Seria realmente um desperdício você ir para Durmstrang... – ele falou meio corando e eu também corei, e nós ficamos um pouco quietos, e quando ele ia puxar mais conversa uma outra garota, também novata apareceu. Ela também era linda, e sua presença transmitia uma sensação boa. Parecia que eu já a conhecia.

- Ah, Lu, você estava aqui. Quando me deixou sozinha lá atrás achei até que ia ficar perdida.

- Olá, Alex, vim passear um pouco pelo trem. Está é a Mirian Capter, Alex. E Mirian, está é a Alexandra Mcgregor.

- Muito prazer, Mirian.

- O prazer é meu, Alexandra.

- Pode ser apenas Alex. Você vai continuar andando pelo trem, Lu?

- Vou sim, eu já vou. Você quer ir conosco, Mirian?

- Não, obrigada. Estou meio cansada. – Na verdade não sabia quanto tempo poderia ficar ao lado dele sem ficar louca. E tinha um pouco de ciúme da Alex.

- Eu vou indo na frente então, Lu. Te espero no próximo vagão. – Ela falou enquanto saia me dando um tchauzinho. Ficamos em silêncio novamente e não consegui resistir a comentar.

- Sua namorada é muito bonita.

- Namorada? Não. A Alex é apenas uma amiga, acabamos de nos conhecer. Mas parece que a conheço há muito tempo...Você não quer mesmo vir? Seria divertido ter você conosco. – o olhar dele praticamente implorava, mas estava realmente cansada.

- Muito obrigada, Alucard. Mas estou mesmo meio cansada.

- Tudo bem, nos vemos depois. Talvez possamos ir para a mesma casa! – Ele falou enquanto me dava um tchau e saia.

Ele ficou gravado em minha memória. Sem saber eu havia me apaixonado completamente. Ele emanava uma aura de bondade, parecia ser uma ótima pessoa e sem conseguir esconder a felicidade, pensei que era bom ele e Alex não serem namorados. Acabei cochilando, e em meus sonhos vi seu rosto e seus olhos verdes...

Pouco tempo depois, conheci a irmã dele, Celas, uma garota tão linda quanto o irmão, porém parecia mais bela devido a sua maturidade. Ficamos amigas e ela notou que eu gostava dele. Por isso quando houve uma festa na Lufa-Lufa e fui convidada, ela fez de tudo para que eu fosse e me declarasse pra ele. Mas eu tinha medo de não ser correspondida, apesar de no fundo saber que ele também gostava de mim. Nós passávamos muito tempo juntos, pois nós dois entramos para a Grifinória e ele sempre parecia querer estar comigo e me ajudar. Aos poucos me apaixonei ainda mais, e vi que ele realmente era uma ótima pessoa. Na festa não resisti e me confessei pra ele. Seus olhos brilharam de felicidade e ele me beijou.

A melhor sensação do mundo. Por anos eu não teria uma sensação melhor que o beijo dele. Meu primeiro beijo foi o mais lindo que poderia ser, cheio de um amor puro e verdadeiro. Era o primeiro beijo dele também, mas parecia que já havíamos nos beijado antes. Eu parecia conhece-lo há anos, talvez há vidas passadas e me senti completa. Minha felicidade começou ali e nunca fui tão feliz. Sempre graças a ele. Começamos a namorar e ficamos amigos de diversas pessoas. Minha vida em Hogwarts estava apenas começando, mas já estava radiante de felicidade.

- Está pensando em que, Mi? – Lu me perguntou enquanto me puxava para um abraço e me beijava no rosto.

- Lembrando do meu primeiro dia em Hogwarts. Você se lembra?

- Claro que me lembro! – Ele ficou encabulado antes de continuar – Foi o dia em que te conheci, como esqueceria. Nos conhecemos no trem, e desde então não parava de pensar em você.

- E eu em você...Mas foi sua irmã que me fez criar coragem para me declarar. – Nós dois andávamos pelos corredores da escola. Decidimos visitar cada centímetro daquela escola juntos, relembrando nossos momentos juntos.

- Ela foi nosso cupido, pois vivia me falando que você também gostava de mim, mas eu ficava em dúvida. Nunca havia sentido por alguém o que senti por você. Quando nossos olhos se cruzaram aquela vez no trem, eu senti um arrepio me percorrer, e uma sensação maravilhoso de estar contemplando um pedaço de mim que estava faltando... – Nós paramos ao lado de uma armadura e encostamos a mão nela, sentindo o aço frio, e lembrando das vezes que usamos essa passagem secreta.

- Quando nos conhecemos, eu senti como se não fosse a primeira vez que havia visto você. Parecia que já havíamos nos encontrado. Pelo menos nossas almas pareciam unidas. Quando ficamos juntos foi como se eu estivesse sendo completada.

- Eu também...Eu amo você, Mirian.

Ele me beijou e ainda hoje acho incrível como cada beijo me deixa sem ar, faz meu coração palpitar e querer sair pela boca. Nós ficamos o resto do dia conversando e caminhando pela escola, voltando as salas de aula, as estufas, aos jardins, relembrando e nos emocionando...Ao final do dia, nos separamos, pois sabíamos que as aulas estavam terminando naquele dia e cada um queria conversar com um professor em particular. O Lu ia procurar a Mcgonogall, a professora favorita dele, e eu sabia que ele voltaria à sala da Endora, relembrar a professora que foi a segunda mãe dele. E eu iria procurar o Diretor, queria muito agradecer tudo que ele me ensinou.

Quando cheguei a entrada de seu escritório, disse a senha para a gárgula de pedra e fui aceita, subindo lentamente os degraus em espiral. Cada passo era uma lembrança, cada lembrança mais intensa e diferente da outra. Relembrei de quando fui chamada porque o Lu havia sido torturado na Floresta. Quando ele foi seqüestrado. Quando ele foi mordido e estava a beira da morte. Para receber a notícia de que os Chronos haviam sido atacados. Quando o Lu fugiu de Hogwarts. A maioria das vezes que fui chamada a esse escritório foi por causa do Lu, e isso me fez rir e me emocionar, me lembrando das situações que ele me fez passar. Sempre ficava triste e enfurecida por ele fazer esse tipo de besteira, mas também ficava preocupada a ponto da dor física. Mas também havia as lembranças boas. Meus pais indo me visitar para contar de meus dons. Dumbledore me chamando para conversar sobre meus dons (isso foi uma surpresa). Dumbledore me convidando para treinar. Os diversos dias de treinamento, em que ele me ensinou tudo que eu sei hoje. O Diretor dizendo que me considerava uma aluna especial. Eu e Lu treinando juntos. Não era a toa que Dumbledore era o professor que eu mais gostava e que mais admirava.

- Entre. – Ouvi sua voz calma e conhecida falando do outro lado da porta.

- Com licença, professor. – Falei enquanto entrava, ainda meio sem jeito de procura-lo sem um motivo em especial. Ele estava sentado em sua mesa, com a Penseira a sua frente enquanto escrevi alguns documentos. – Desculpe-me atrapalha-lo.

- Ah, Mirian! Como é bom vê-la! Você não está me atrapalhando nunca. – Ele sorriu e seus olhos por trás dos óculos revelavam alegria. Assim que entrei ouvi um pio alto e uma ave de um vermelho intenso como o fogo voou para os meus braços, aninhando-se em meu peito. Era Fawkes a fênix do diretor, que devido ao meu treinamento com ele, afeiçoara-se a mim.

- Boa tarde também, Fawkes. Diretor, eu gostaria de conversar um pouco com o senhor.

- Mirian, nós treinamos juntos por meses e você ainda me chama de diretor? Gostaria de pelo menos o Dumbledore.

- Desculpe, Dumbledore. Eu respeito demais o senhor, então as vezes não consigo chamar apenas pelo nome.

- Não se preocupe, eu também respeito você e a considero bastante. A propósito, parabéns pelo pedido de casamento. Eu já devia imaginar que o Alucard faria algo do tipo.

- Obrigado, Dumbledore. Obrigado também por comparecer à cerimônia. – Falei encabulada lembrando-me da cena, mas não sem deixar escapar um sorriso.

- Não faltaria a uma cerimônia como aquela. Meus parabéns também por assumir o Clã Chronos, é um clã importante para a segurança bruxa. Eu conheci o avô do Alucard, eles se parecem muito.

- Já me falaram a mesma coisa. Inclusive no gênio.

- Sim, os dois são extremamente teimosos, mas fiéis e corretos. Admiro isso neles. Mas o que a traz aqui, estou mudando o assunto o tempo todo.

- Ah sim....Eu queria...Na verdade, eu queria muito agradecer por tudo que você fez por mim. Por ter me ensinado e treinado. O senhor não sabe a honra que isso significa para mim! – Falei enquanto encarava seus olhos azuis, feliz por ele poder entender meus sentimentos.

- Meus alunos em geral tem o costume de se menosprezarem. Essa turma que vai se formar esse ano, é uma das melhores turmas em anos, com tantos alunos bons, todos corajosos e fortes. Eu que sinto orgulho de ter ensinado a vocês. E sinto um orgulho especial por ter lhe administrado aulas particulares, Mirian. Não se é todo dia que tem a chance de conviver com alunos especiais como vocês. E você é uma aluna que eu considero realmente especial. Posso dizer que em você eu vejo a filha que nunca tive e que gostaria de ter. Fico feliz por ver que meus ensinamentos lhe fazem bem e lhe ajudam.

- Dumbledore, eu não... Eu não sei como agradecer, realmente não sei. Muito obrigada pela consideração, e tenha certeza que você é como um pai para mim também. Aprendi muito com você, não apenas feitiços ou encantamentos, mas aprendi sobre a própria vida. – Eu estava me emocionando, e lágrimas escorriam de meus olhos e notei os olhos do professor brilhantes também. Fawkes soltou um pio alto e começou a cantar para mim, enquanto enxugava minhas lágrimas com suas penas macias.

- Não chore, criança. Eu não tenho dom nenhum para presciência, mas posso ver um futuro maravilhoso para você. Na verdade, eu desejo isso de coração. E tenho algo para você. – Dizendo isso ele se levantou e cruzou o escritório até uma de suas estandes, deixando-me sentada, curiosa e confusa. Ele trouxe uma caixa que cabia em sua mão e entregou para mim.

– Considere um presente de formatura e um presente de casamento. Vamos aceite.

Eu peguei a caixa com delicadeza com minhas mãos tremulas e a abri. Fiquei surpresa ao ver o que era. Era um artigo mágico raro, que ele próprio havia mencionado para mim. Era uma pedra de magia, uma pedra rara que era composta por energia mágica condensada e solidificada, às vezes conhecida como Pedra de Ísis.

- É uma Pedra de Ísis! Professor eu não posso aceitar algo assim! – Tentei devolve-la para ele, mas ele as empurrou de volta para mim com um sorriso.

- Claro que pode! Essas pedras são especiais, se você concentrar sua energia e sua vontade nela, elas perduraram para sempre com esse sentimento, como amuletos. Podem ser amuletos de boa sorte, de proteção, ou até mesmo de maldição. Por isso são tão raras e perigosas, mas confio e conheço você para confiar minha Pedra de Ísis, assim poderá proteger todos aqueles que lhe são importantes.

- Professor...Digo, Alvo. Muito obrigada mesmo! – Eu não pude mais me conter e me levantei, abraçando-o com força, sabendo que sentiria falta de sua presença como professor e amigo. Ele me abraçou também e Fawkes estava acima de nós olhando. Em seguida, sem graça por meu ímpeto, pedi desculpas, mas havia um sorriso em seu rosto que me deixou feliz.

- Não precisa se desculpar, Mirian. Guarde essa pedra, até você achar a hora certa de usa-la. Novamente, meus parabéns.

- Nunca me esquecerei de tudo que o senhor fez por mim, e pelo Alucard também. Seria uma honra para mim se pudesse manter contato com o senhor.

- Claro que manteremos contato. Esquecesse que lutamos juntos? – Ele deu uma piscadela, me lembrando da Ordem, e mostrando que continuaríamos lutando lado a lado. Isso me fez lembrar do clã, e pela primeira vez realmente notei o tamanho da tarefa que eu recebi. O clã seria de enorme ajuda para a Ordem, e eu faria de tudo para ajuda-la.

- Sim, sempre lutaremos juntos. Alvo, eu devo ir então, já atrapalhei demais o senhor.

- Já disse que você não me atrapalha. E eu queria mesmo conversar a sós com você, para lhe dar esse presente.

- Obrigada novamente, só mais um assunto. Quando eu tiver meus filhos, será com um orgulho e satisfação enorme que os colocarei sobre seus cuidados, para que você possa ensina-los tudo que me ensinou.

- Será com prazer que continuarei educando bruxos, seus filhos em especial.

- Obrigada novamente, Alvo. Nunca esquecerei tudo que fez. Obrigada de verdade.

Nos despedimos novamente enquanto eu pedia licença para me retirar. Ele sorriu e seus olhos brilhavam por trás dos óculos de meia-lua. Fawkes vôo para meu colo e a abracei novamente, acariciando sua cabeça. Ela cantava para mim e notei que o tempo todo em que conversei com o diretor, ela cantava ao fundo, como uma dádiva para mim, o presente dela pela minha formatura.

Sai de lá com lágrimas nos olhos, mas leve e feliz como nunca. Abraçava com todas as forças contra meu peito a caixinha que Dumbledore me deu, pois ela era valiosíssima para mim, não apenas pelo poder daquela pedra, mas principalmente pelo teor sentimental que ela continha. A Pedra de Ísis é uma pedra raríssima, na verdade não é nem uma pedra, é pura energia mágica concentrada, que tomava a forma de uma pedra sólida. Era um artefato tão raro que poucos sabiam de sua existência, e um número ainda menor a possuía, mas um número enorme de pessoas matariam por ela. Por ser pura magia condensada, ao simplesmente se concentrar em um desejo, ela amplificava esse desejo perdurando para sempre como uma espécie de amuleto. Com os encantamentos corretos, ela poderia se tornar o maior artefato de defesa já visto, capaz de proteger que a possuísse sem nem mesmo a pessoa notar. O Diretor estava certo, eu a usaria com certeza. Nunca para mim, apenas para aqueles que eu amava. E mesmo se eu deixasse de existir, ela manterá para toda eternidade o meu amor, carinho e proteção.

Encontrei-me com o Lu no saguão, onde havíamos combinado. Vi que ele estava tristonho e vi que ele havia chorado. Visitar o gabinete da Endora era um choque para ele ainda, pois ela fora a segunda mãe dele, uma das pessoas que o ajudou a enfrentar seus problemas e a dominar seus dons, usando-os para o bem. E também devido a conversa com a Professora Mcgonogall, pois apesar dela ser séria, ela tem um carinho enorme por seus alunos, e tenho certeza que os dois se emocionaram. Ele também trazia um pequeno embrulho nos braços e o levantou sorrindo para mim enquanto nos abraçávamos. Ele também notara que eu estava emocionada.

- Então conversar com o Dumbledore também foi emocionante pra você, né?

- Com certeza...Cada vez eu o admiro mais...Você não vai acreditar o que ele me deu!

- A Minerva também me emocionou. E coincidentemente, ela me deu um presente também. Veja, é o uniforme que eu usei nos jogos de Quadribol, e essa ampulheta. Na verdade é uma espécie de diário dela, que ela decidiu confiar a mim, mas o transfigurou na forma de uma ampulheta e me deu de presente. Disse que aqui há diversos feitiços que ela gostaria de ter me ensinado...Vou sentir falta dela...E o que o Diretor deu a você?

- Você não vai acreditar... – Eu abri a caixinha e mostrei a ele. Os olhos dele também se arregalaram e não segurou uma exclamação de surpresa.

- EU NÃO POSSO ACREDITAR! É o que estou pensando?!

- Shhhh!! É isso sim. Ainda estamos na escola, mas você deve saber que algum aluno já ouviu falar dela. É um segredo para mim.

- Alvo é um homem incrível realmente...Sinto-me tão honrado de ter sido ensinado por ele...O que pretende fazer com ela? – Ele perguntou, mas já sabia minha resposta. Nós nos conhecíamos a ponto de um poder antecipar os pensamentos do outro, sem a necessidade de Oclumência nem nada.

- Quando tivermos filhos, colocarei todo meu poder nela para criar amuletos para eles. Irá protege-los, e meu carinho perdurará para sempre. E farei um para você também.

- Eu não preciso...Eu que devo fazer um para você. Não resistiria perde-la...

- Claro que precisa! Você tem o costume de ser descuidado em lutas. Eu não quero ficar viúva antes da hora.

- Você não ficará meu amor, nunca deixarei seu lado. Vamos guarda-la apenas para nossos filhos...Serão três.

- Como?

- Sinto que serão três. No mínimo dois. Posso sentir isso, mas é meio turvo no futuro.

- Não vejo a hora de me casar com você...Agora que estou prestar a me casar, sinto-me mais unida a você que nunca.

- Nos casaremos assim que terminar a formatura. Obrigado por existir, e por me amar, Mirian.

- Obrigado por me fazer a mulher mais feliz do mundo, Alucard.

So close no matter how far
Couldn't be much more from the heart
Forever trusting who we are
And nothing else matters

N.A.: Nothing Else Matters, Metallica