Saturday, March 25, 2006

No Moulin Rouge, o amor é de todas as cores!

Do diário de Alex McGregor

Descemos do palco sob aplausos e pedidos de bis, algumas mulheres ainda tentavam passar a mão no Scott, e ele ia escapando habilmente, fomos para uma mesa sentar com Kyle, Sergei e Remo. Louise estava dividida entre o constrangimento e vontade de pular no pescoço do Remo. Sim, ela vai negar até a morte, mas ela ainda é doida por ele. Mas quando você acompanha um amor como o deles por anos a fio, você tem o "dever divino" de juntá-los novamente ;) . Ui, falei igual a Endora agora rsrsrs.
Que as estrelas a iluminem!

You look into my eyes
I go out of my mind
I can't see anything
cause this love's got me blind
I can't help myself
I can't break the spell
I can't even try

Como não queria bancar o castiçal, puxei Kyle e fomos para a pista, pois estava doida pra dançar com meu marido, que estava lindo em trajes formais. Algumas mulheres lançaram alguns olhares de cobiça, que ele ignorou, para o bem delas:
KM- Chegamos bem na hora não? O show estava ótimo.
AM- Sim, cheguei a pensar que iriam ficar presos no trabalho. Queria muito que eles se vissem hoje....- disse enquanto eu beijava seu pescoço, e aspirava seu cheiro bom.
KM- O Remo ajudou bastante, disse a ele que se quiser, pode vir trabalhar aqui no meu departamento. Ele é um pouco tímido ainda né? Quase que tivemos que arrastá-lo para vir aqui e olha que ele ficou todo interessado quando contei que a Louise estava com vocês.
AM- Seria bom se ele viesse trabalhar conosco. Lou vai adorar saber que o lobão, ainda uiva por ela.
KM- Quer ficar aqui? - perguntou baixinho na minha orelha.
AM- Tem idéia melhor?
KM- Vi seu jeito de dançar e comecei a ter algumas...
AM- Ah é?
KM- Bem legal, aquela coisa de abrir os botões com os dentes...- disse tentando parecer casual.
AM- Quer ver como é? - perguntei maliciosa e ele sorriu aceitando meu convite.

You look into my eyes
I go out of my mind
I can't see anything
cause this love's got me blind
I can't help myself
I can't break the spell
I can't even try

Nos despedimos dos únicos do grupo que sobraram: Yulli e Sergei, e deixamos nossa parte da conta com uma boa gorjeta para os garçons. Saímos e fomos procurar um táxi. Kyle disse ao motorista aonde queríamos ir, e ficou me beijando no banco de trás, até chegarmos.
Chegamos no hotel, que íamos ás vezes e subimos. O quarto estava decorado ao estilo japonês, e ao olhar para o meio você via um poste destes típicos de boate de streap tease.
Entrei no clima e empurrei Kyle que caiu sentado na cama apenas olhando-me dançar, fazendo uma cara bem sacana.
Liguei o som, e comecei a dançar e a escorregar naquele poste ao ritmo da música, em dado momento joguei minha echarpe para ele, que a pegou no ar. Continuei a dançar sensualmente e a atirar peças de roupas, que ele ia pegando, sem desgrudar os olhos de mim.

Baby, I'm too lost in you
Caught in you
Lost in everything about you
So deep, I can't sleep
I can't think
I just think about the things that you do (you do)
I'm too lost in you

Quando restavam apenas duas peças mínimas, e saltos altos, comecei a me aproximar bem devagar, imitando um tigre numa caçada.
Vi quando seus olhos escureceram de desejo, comecei a desabotoar sua camisa com os dentes. Fazia pausas enquanto dava mordidas leves em seu peito, e via o esforço que ele fazia para se segurar. Passei a língua bem de leve por sobre seu pomo de Adão e senti quando ele estremeceu, não deu tempo de saborear o seu gosto, pois logo ele me derrubava na cama, fazendo-me rir, e usando suas mãos para me acariciar, fazendo-me suspirar para que ele me amasse sem demora.

Well you whispered to me
And I shiver inside
You undo me and move me
In ways undefined
And you're all I see
And you're all I need
Help me baby (help me baby)
Help me baby (help me now)

Meu corpo tremia de paixão embaixo dele, não havia nada que ele pedisse que eu não fizesse, e vice-versa. Era sempre assim quando estávamos juntos, conhecíamos cada pedaço um do outro, havia uma cumplicidade, que levava à satisfação plena dos desejos mais primitivos do ser humano.
Kyle não era só o meu marido. Era meu amante, meu parceiro de trabalho, meu amor, minha alma gêmea. Passamos a noite, mostrando um ao outro o quanto nos queríamos após todos os anos juntos. O Sol nasceu, e nos encontrou exaustos, mas muito felizes.

I'm going in crazy in love for you baby
(I can't eat and I can't sleep)
I'm going down like a stone in the sea
Yeah, no one can rescue me
(No one can rescue me)
Oooh my baby (my baby)
Oooh baby, babyyy


N.A.- música:Too lost in you - Sugababes

Friday, March 24, 2006

Paixão sem limites

Por Louise Graham Storm

- Anda, sobe logo!
- Calma, assim eu caio!

Scott estava em cima do palco no Moulin Rouge com Yulli enquanto Alex e eu nos preparávamos para subir e dançar com eles, pois antes estávamos ocupadas colocando notas de 50 Euros nas calças de Scott. Alex se juntou a Yulli e Cott me puxou com força pra cima dele enquanto tocava uma musica pra lá de animada. O palco já estava tomado por varias pessoas que assim como nós, exageraram um pouco na bebida àquela noite. Entrei na brincadeira e embalada pelos gritos das mulheres que não sabiam que Scott era gay, comecei a tirar sua jaqueta enquanto dançava. Ele a girou e atirou pra platéia, que fez um escândalo maior ainda. Alex e Yulli puxavam o coro dos gritos enquanto as incentivavam a colocar mais dinheiro nas calças dele.

YH: Rebola mais Cott! Desse jeito você vai pagar a conta hoje!
AM: Pode ser nota inteira mesmo minha querida, não precisa trocar não... – Alex dizia a uma descontrolada que catava o dinheiro na bolsa.
SF: Dá uma ajuda Louise, vamos fazer o seguinte...

Ele cochichou algo no meu ouvido e cai na gargalhada quando entendi o que ele queria. Bom, já estava em cima do palco rebolando, não tenho mais do que me envergonhar... Agarrei Scott pela cintura e comecei a desabotoar sua camisa com os dentes. As meninas rolavam de rir do nosso lado enquanto dançavam empolgadas. Eu já estava chegando ao ultimo botão, quase ajoelhada e deixando as iludidas no chão enlouquecidas pensando onde aquilo ia parar, quando Scott me puxou pra cima depressa, um pouco alarmado.

LS: Que cara é essa? Cara bonito achando que você é hetero? – falei rindo
SF: Não, cara bonito que sabe que sou gay... Vira rápido.
LS: O que? Do que você ta falando?
SF: Cala a boca e olha pra trás...

Scott pegou meu rosto e virou na direção do bar. A principio não achei o que ele queria me mostrar, mas não demorou muito pra entender. Encostados numa mesa estavam Kyle, Sergei e Remo. Sim, o próprio, parado ao lado deles olhando para onde dançávamos e rindo. Podia sentir que meu rosto ia ficando cada vez mais vermelho por eles três terem presenciado o espetáculo que acontecia naquele palco e descemos depressa. Alex se adiantou e fomos logo atrás, nos ajeitando primeiro. Depois de todos se cumprimentarem e Yulli quase me empurrar pra cima do Remo, fomos nos sentar em uma mesa maior.

SM: Porque pararam? O show estava ótimo! – Sergei falou enquanto puxava uma cadeira para Yulli sentar, todo sorridente.
SF: Podemos descansar um pouco, o que arrecadamos dá pra pagar várias rodadas de drinks!
KM: Ótimo então essa é por conta de vocês.
LS: Vou buscar nossas bolsas.

Caminhei ate a mesa que estávamos antes e quando voltei, qual não foi a minha surpresa ao constatar que o único lugar vago na mesa era ao lado dele? Olhei atravessado para meus amigos e me sentei sem falar nada. Logo engatamos em uma conversa animada, mas aos poucos todos iam levantando da mesa. Scott foi o primeiro a sair para conversar com um francês do outro lado do cabaré, seguido por Alex e Kyle que resolveram dançar. Sergei logo se animou com a musica e puxou Yulli, nos deixando a sós na mesa. Começava a desconfiar que aquilo tudo havia sido armado, porque era coincidência demais eles por acaso aparecerem no mesmo cabaré onde estávamos, tendo tantos nessa cidade. Remo ia dizer alguma coisa, mas levantei depressa dizendo que precisava ir ao toilet, não o deixando falar. Ele veio atrás de mim, me puxando no meio do caminho com força.

RL: Será que podemos conversar?
LS: Não, acho que não podemos não.
RL: Porque não? Do que você esta fugindo?
LS: Eu não acredito nisso! Você sumiu por 15 anos!
RL: Você também desapareceu, não jogue a culpa em mim!
LS: Minhas amigas sabiam onde eu estava. Com um mínimo de esforço você me encontrava! Coisa que não pude fazer por você, já que você desapareceu sem deixar rastro!
RL: Não estou mais sumido, estou aqui, não é?
LS: E você acha que é só reaparecer depois de tanto tempo que tudo vai voltar a ser como era antes? Não é bem assim que...

Mas não terminei a frase, pois ele calou a minha boca com um beijo. O empurrei de volta irritada, tentando soltar meus braços de suas mãos, mas ele era mais forte.

LS: Me solta. – pedi por fim, mas não muito convencida de que queria isso.
RL: Não. Será que dá pra você ficar parada?

Ele me puxou pra junto dele e me beijou de novo, mas dessa vez não o afastei. Não sei se era efeito colateral do excesso de drink que misturei ou se foi o beijo mesmo, mas o fato é que estava sem forças para lutar contra ele e não fiz esforço para resistir. Se ele não tivesse segurando firme minha cintura, teria sem duvida alguma desabado no chão, sentia minhas pernas bambas, como se tivesse 15 anos de idade. Antes que eu pudesse perceber já estávamos enroscados em um canto do cabaré, como se tentássemos recuperar o tempo perdido.

RL: Vamos embora.
LS: Embora pra onde?
RL: Não sei... É você quem decide.
LS: Meu hotel não é muito longe daqui, só vou pagar minha parte na conta.

Paguei a conta apressada enquanto ele me esperava do meu lado, sem soltar minha mão. Acho que ele pensava que se a soltasse, poderia me perder de novo. Estávamos quase na porta quando cruzamos com Scott, acompanhado de um francês lindo. Ele riu, fazendo a cara mais debochada que podia.

SF: Já estão de saída?
LS: Já. Avisa as meninas pra mim? Nos vemos amanha pra almoçar.
SF: Ok. Divirtam-se crianças... E juízo hein??

Não pude deixar de rir da cara que ele fez ao nos ver passar juntos, no mínimo comemorando porque o plano deu certo. Fomos para o hotel caminhando, não ficava a mais de 4 quadras do Moulin Rouge. Na altura em que chegamos lá, já não conseguíamos mais tirar as mãos um do outro. Remo me cercou no elevador e saímos dele aos tropeços ate alcançarmos a porta do meu quarto. Eu tateava a procura do lugar pra passar o cartãozinho e ela abrir, ocupada demais para olhar onde estava tentando encaixar ele. Quando finalmente consegui abrir a porta, entramos afobados e pendurei um aviso de “Não Perturbe” do lado de fora antes de trancar e reviver os uivos do passado...

Thursday, March 23, 2006

The Rhythm Of The Night


Da atolada agenda de Yulli Vanderheid

When it feels like
the world is on your shoulders
and all of the madness
has got you goin' crazy

Saímos para jantar àquela noite. Sentia meus pés reclamarem muito, gritando algo como hidratantes e molho em uma bacia quente, mas nem lhes dei atenção. Meus dias de férias chegavam ao fim... Chegamos ao Taillevent e logo fomos guiadas a uma mesa ao fundo. O lugar estava lotado, mas Alex já o conhecia então foi fácil reservar a mesa antecipadamente...

Notei um lindo francês sentado ao bar nos encarando. Sabia que os franceses eram lindos e educados, mas aquele lá me chamou a atenção... Sabe quando você pensa ter alguma coisa nele familiar? Fiquei devolvendo o olhar pra ele, que logo se levantou e veio andando até a nossa mesa.

It's time to get out
Step out into the street
Where all of the action
Is right there at your feet
Well...

YH: Ai, Merlin...
LS: O que foi?
YH: Aquele gato está vindo falar comigo... Vou faturar hoje a noite!

Louise soltou uma risadinha e pegou o cardápio e Alex levantou os olhos para a figura em movimento soltando um assobio de aprovação...

SF: Olá... É uma festa particular ou vou ser convidado a sentar com vocês aqui?
YH: Er, bem... Pode sentar! – Falei confusa pro estranho que sorria com satisfação...
LS: Pensei que você ia se atrasar, Cott... – Louise levantou os olhos para ele sorrindo.
AM: Cott?
YH: COTT???

Meu susto foi tão grande que me levantei depressa e me joguei em cima do Scott que apenas ria muito da situação.

AM: Uau, você está show! O que anda fazendo?
YH: Show? Merlin, Merlin... O que falar?
SF: Não exagerem meninas! Não acredito que não me reconheceram... Vi de longe que eram vocês!
AM: Depois dos problemas que passamos não é todo dia que um deus grego vem andando até nós não é?
LS: Um desperdício não é? Falo isso todos os dias!
AM: Se você não gostasse da mesma fruta que eu Scott, não teria escapado!
LS: Sai dessa Alex... Se ele gostasse, eu já teria laçado! Acha mesmo que ia ficar solteira com o pecado morando ao lado?
YH: E eu sempre fui apaixonada por você, lembra Scott? Se eu soubesse que você ia ficar tão... exuberante! Ai ai, ainda está em tempo... Quem sabe consigo te converter hein?
SF: Não, Yulli, já era... Mas vamos mudar o rumo da prosa ou meu ego vai inflar de tal maneira a sair voando pelo restaurante... Não gosto da aparência daquelas pedras pontudas no teto, podem me machucar...

I know a place where we can
Dance the whole night away
And it's called the Moulin Rouge
Just come with me and we can
shake your blues right away
You'll be doing fine once the music starts
Oh...yeah

AM: Bom, o que vamos fazer depois do jantar?
LS: Ai, queria dançar... Tanto tempo que não sei o que é isso!
YH: Apoio!
SF: Conhece algum lugar bom Alex? Quem sabe, um cabaré?
AM: Sim, conheço vários bons, mas vou levá-los no melhor hoje... Moulin Rouge!
LS: Uhlá-lá! A noite hoje vai render!
YH: E eu que pensei que Moulin Rouge era ficção dos trouxas...
AM: Sim, mas vamos primeiro dar um jeito nessas roupas! Lá só vamos entrar de trajes formais...
SF: Isso não é um problema... Ser bruxo é tão prático! Mas antes disso, podemos jantar?

Após comermos e fazermos as devidas “trocas” de roupas, seguimos até o mais famoso dos cabarés de Paris. O lugar era realmente fantástico! Mal entramos e fomos arrastados por alguns dançarinos até uma mesa perto do palco... Grande equívoco! As bebidas começaram a chegar de todos os tipos e involuntariamente, após poucos minutos, todos nós estávamos com copos nas mãos.

Feel the beat of the rhythm of the night
Dance until the morning light
Forget about the worries on your mind
We can leave them all behind
Feel the beat of the rhythm of the night
Oh the rhythm of the night..
Forget about the worries on your mind
We can leave them all behind

AM: Devia estar me sentindo culpada... Devia estar trabalhando!
LS: Só você? Vim a Paris saber notícias do meu filho e estendi a viagem...
AM: Mas Kyle e Sergei iam cobrir minha parte junto com o Remo.
SF: Huum, chegamos na parte interessante da conversa!
YH: Cof, cof! Remo está em Paris... Por isso ando ouvindo uns uivos... Aúúúú
LS: Ele ainda não foi embora?
AM: Não, vai ficar mais dois dias! Foi até o Ministério hoje falar com o Kyle.
LS: E você o viu?
SF: Porque tamanho interesse Louise? – rindo.
YH: É, não estou te entendendo... Pensei que não andava mais escutando nem latido por aí!
LS: Não é interesse, só curiosidade, e não comecem, por favor! Você o viu Alex?
AM: Sim, conversamos durante um bom tempo... Sabe como é charmoso!
YH: Só posso imaginar!

Louise soltou um sorriso um pouco forçado e não falou mais nada e nem fez questão de participar de outras conversas. Se limitou a pegar todo e qualquer tipo de bebida que uma bandeja pudesse lhe oferecer, e temi que ela vomitasse a qualquer momento se não parasse de fazer muitas misturas alcoólicas.

Look out on the street now
the party's just beginning
The music's playing
A celebration's starting
Under the street lights
A scene is being set
A night for romance
A night you won't forget

SF: E o que Remo conta de novo?
AM: Falamos sobre os tempos da escola, perguntamos sobre amigos em comum... Ele continua solteiro Lou... Disse a ele os amigos que também continuam nessa condição!
SF: Precisamos marcar um encontro com a turma toda! Tem gente que não vejo há anos...
YH: Sim, tem uns desaparecidos por aí!
AM: Uma coisa que me deixou muito triste, foi a morte do Sirius ano passado. Remo estava lá!
YH: Natural que estivesse!
LS: Ainda não entendi bem essa morte... Muito mal explicada!
AM: O pior é o Petiquinho que ainda vive... Remo parecia bem irritado ao lembrar disso!
LS: Aquele gordo já irritava qualquer um nos tempos da escola, imagino o estrago que deve fazer agora como adulto!
YH: Era um prego, um mala, e não passava disso... O caminho dele estava traçado e nem era preciso fazer uma previsão da Endora!
SF: Que Merlin a tenha...
AM: Scott, se você quiser eu entro em contato com o Lu. Como semi-vampiro, ele tem trânsito livre entre os Ministérios...
LS: Semi-vampiro? Com o que ele andou se metendo?
YH: O Lu sempre foi um maluco... Não tinha medo de nada! Com certeza o atrevimento dele o levou a essa condição! Uma tragédia!
AM: Foi uma coisa bem complicada, mas a Mirian está com ele. É difícil ver o amor daqueles dois e não poder fazer nada para ajudar... Mas como ele é de família ilustre, ninguém se mete com ele... Yulli, e o Mark? Curou?
YH: Se não tivesse curado, eu estaria com uma aliança no dedo, o que não está acontecendo... Não sei dele!
SF: É verdade! Vocês tiveram um caso...
LS: Mark mora no Brasil também, em São Paulo. Sempre que dá nos encontramos para bater papo, mas é muito difícil, ele trabalha como louco...
AM: Ah, mas ele vem para a reunião do Cott né?
SF: Tenho certeza que é só avisarmos e ele dará um jeito de ludibriar aqueles funcionários dele rapidinho...
AM: Que o Kyle não nos ouça, mas o Logan ofereceu uma das casas dele se precisarmos de um local seguro!
LS: Não vamos criar um conflito por causa de uma reunião! Aluguei uma casa em Londres por dois meses para o período das férias do Gabriel... Podemos ir para lá!
YH: Ótimo... Londres é um lugar mais plausível para todos os desaparecidos...
AM: Ótimo, facilita para todos!
SF: Sim, vamos derrubar a casa da Lou mesmo, ficaremos mais a vontade se algo quebrar...
AM: Lou, Remo me perguntou se você estava com algum problema...
LS: Problema? Por que? Que tipo de problema?
YH: Ixi... Lá vem!
AM: Ele queria saber o motivo do seu berrador para ele... Estava a meio caminho para cá. Ele não entendeu a culpa dele ao atentado aos estudantes... Kyle começou a enrolar, disse que você estava estressada, por causa do stress do hospital, e que ele tinha mandado muitos pacientes em estado crítico para seus cuidados...
SF: Como assim??? Você mandou um berrador pra ele???
YH: E ainda por cima brigando por causa dos atentados??? Você é mais doida do que eu pensava amiga...
LS: Ai, droga, eu já me arrependi disso, ok? Ele vai entender meus motivos quando contar do Gabriel, mas por enquanto, não vou me preocupar com isso, uma vez que não vou vê-lo até julho...
SF: Vamos deixar de conversa? Quero dançar! Esses torpedos e pedidos estão me irritando...
YH: Cott já conseguiu uma legião de fãs em pouco tempo...
LS: Ótima idéia! O show acabou e liberaram a pista...

Come join the fun
This ain't no time to be staying at home
The moulin rouge is going on yeah
Tonight is gonna be a night like you've never known
We're gonna have a good time the whole night long
Oh yeah...

Fomos até a pista abarrotada de pessoas. Algumas mulheres olhavam assanhadas pro Cott, e jogavam piscadinhas a canto de olho. Ele olhava intrigado, e eu e as meninas estávamos tendo acessos de riso ao pensar na ilusão delas. Quando a música foi ficando mais agitada e a bebida começava a subir na cabeça, me lembrei dos velhos tempos de dançarina em Hogwarts, e sem raciocinar direito, puxei Scott pelo antebraço e subi com ele até o palco. O verdadeiro show estava prestes a começar...

To the beat of the rhythm of the night
Dance until the morning light
Forget about the worries on your mind
We can leave them all behind
To the beat of the rhythm of the night
Oh the rhythm of the night..
Forget about the worries on your mind
We can leave them all behind

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N.A: Música - The Rhythm of the Night - Moulin Rouge

Wednesday, March 08, 2006

O verdadeiro espírito de Paris

Por Louise Graham Storm

YH: Não acho que consiga andar agora Alex...
LS: Nem eu! Será que, por favor, podemos pegar um táxi?
AM: Quando foi que vocês começaram a ser preguiçosas? Perdi essa fase...

Descíamos pelo elevador de volta a terra firme depois de um verdadeiro banquete no restaurante Júlio Verne. Atendendo aos nossos apelos, Alex parou um táxi, nos acomodamos e ele nos deixou minutos depois de volta ao Arco do Triunfo. Olhamos meio sem entender o que ela estava planejando, mas a ficha caiu assim que minha amiga estendeu os braços indicando a movimentada avenida à nossa frente: estávamos no inicio da Champs-Elysées, lugar onde se encontram as melhores lojas do mundo, uma perdição para três mulheres descontroladas e com dinheiro no bolso. Alex tomou o cuidado de pedir ao motorista para nos deixar naquele local especifico, pois a avenida ia descendo até a Place de la Concorde, portanto não nos cansaríamos muito com a caminhada. Mas até parece que fazer compras cansa né? Por mais que a gente esteja esgotada, parece que dá uma renovada no animo e até o peso das bolsas desaparece. Respiramos fundo e começamos a descer a avenida.

Não demos nem 10 passos e entrei em uma loja de óculos à minha esquerda, puxando as duas comigo. Faz muito calor no Brasil, o que mais tenho em casa são óculos de sol. Comprei mais ou menos uns 5, tanto pra mim quanto para Gabriel e Scott, e as meninas também pegaram alguns, já pensando nas possíveis férias comigo por lá. Saímos da loja e Yulli parou no meio da calçada, hipnotizada. Acompanhei o olhar dela e logo entendi: do outro lado da rua, cobrindo todo um prédio, uma enorme pasta estilo executivo brilhava. Bem no canto dela uma discreta porta que dava como Yulli mesmo disse, no paraíso das bolsas chiques. Ela saiu atravessando a rua sem prestar atenção e corremos atrás, desviando dos carros.

AM: Ta louca? Não sei como são as pessoas no Japão, mas os franceses não são tão educados no transito quanto são para uma conversa.

Yulli não deu atenção às reclamações de Alex e entrou na loja. Ela parecia criança perdida dentro de loja de brinquedos. Para falar a verdade, todas nós parecíamos. Com menos de 2 minutos lá dentro já havíamos nos perdido umas das outras! Quando conseguimos nos encontrar, mais de uma hora depois, cada uma carregava no mínimo três sacolas com bolsas.

YH: Eu morri e estou no céu não é?
LS: Acho que sim, tenho a sensação de estar no paraíso...
AM: Ai, ai, meninas... Vocês ainda não viram nada! Vamos, a avenida é grande e só entramos em duas lojas.

Daquela loja magnífica, voltamos para o lado esquerdo da avenida e continuamos a andar. Foi a vez de Alex nos arrastar loja adentro, ao passarmos por uma famosa perfumaria. Logo na entrada nos encheram com milhares de tiras de papel, cada uma com um perfume diferente. Era difícil andar por entre as prateleiras com aquela quantidade toda de frascos frágeis carregando tantas sacolas, mas não somos inexperientes nesse assunto e tiramos de letra. Logo nossas cestas já estavam pesadas com tantas caixinhas, é impossível não comprar lembrançinhas paras os amigos e parentes que ficaram em casa. Se eu pisar no Brasil sem pelo menos 3 perfumes diferentes pro Scott, perco o amigo! Falando nele, quando ainda estava procurando seu 2º perfume meu celular tocou e era o próprio.

LS: Oi Cott, tudo bem ai?
SF: Aqui sim, estou mais calmo depois que você ligou avisando que o Gabriel tinha sido encontrado. Esta com as meninas? Onde estão agora?
LS: Estou com elas sim, mas nos separamos dentro dessa loja, estamos na Sephora.
SF: Ah Lou, por Merlin, não esquece de trazer meus perfumes! Você não perdeu o papel onde anotei o nome deles não, né?
LS: Não perdi nada, já ate achei um deles e estou com o 2º na mão, pode ficar tranqüilo.
SF: Ah que bom! Mas não liguei pra isso... Vocês ainda vão ficar por ai uns dias, certo?
LS: Sim... Não pretendo voltar agora, por quê?
SF: Ótimo! Estou chegando aí hoje à noite então!
LS: O QUE? Conseguiu o visto??
SF: Fala baixo, não quero que elas saibam, queria fazer uma surpresa. Consegui sim, vou ficar no mesmo hotel que você está. Vou chegar por volta das 18hs, não sai sem antes me passar o nome do restaurante que vocês vão, senão não vai dar certo isso.
LS: Pode deixar, quando eu chegar ao hotel ligo pra saber onde você esta. Vou desligar agora, elas estão vindo pra cá, beijos!
SF: Beijos! E não esquece minha loção também! – ouvi a voz dele baixa, enquanto desligava o celular depressa.
AM: Achou tudo que queria?
LS: Não, falta um perfume do Cott ainda, só peguei 2 até agora.
YH: Bom, eu acho que não esqueci de ninguém. Se tiver esquecido, tenho a desculpa de voltar e comprar!

Logo encontrei o que estava faltando e pudemos pagar tudo. Ficava cada vez mais difícil carregar as sacolas, mas quem disse que nos importamos? Era a vez agora das lojas de roupa. Era impossível dar mais de 5 passos sem entrar em uma loja e só sair quase uma hora depois. Quando finalmente alcançamos a Place de La Concorde, estávamos esgotadas! Já passava das 17hs e decidimos encerrar o tour do dia, para podermos descansar um pouco antes de sair outra vez. Ficou combinado de nos encontrarmos às 20hs no Taillevent, um restaurante que ficava ali mesmo, no Champs-Elysées. Despedimos-nos de Alex e cada uma entrou em um táxi, empurrando as bolsas sem delicadeza alguma para que todas coubessem no banco traseiro junto conosco. Agora era só encontrar o Cott, largar isso de qualquer jeito perto da mala, tomar um banho de no mínimo uma hora naquela banheira convidativa que tem no quarto do hotel e me arrumar, para uma noite que promete ser bem divertida.