Monday, June 25, 2007

‘Quando vier a primavera, se eu já estiver morta, as flores florirão da mesma maneira e as árvores não serão menos verdes que na primavera passada. A realidade não precisa de mim. Sinto uma alegria enorme ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma... Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo; e gosto porque assim seria mesmo se eu não gostasse... ...O que for, quando for, é que será o que é’

Alberto Caeiro



- Odeio esse lugar – Scott reclamava enquanto caminhava depressa - Não poderíamos ajudar o grupo que está em Paris?
- Merlin, como você é chato! Estudamos aqui, não consegue guardar sequer uma boa lembrança daquela época? – Louise tentava alcançar o amigo na caminhada
- Não tenho lembranças ruins da nossa época de escola, Lou. Mas não gosto de voltar, essa coisa de mexer com o passado é legal pra quem trabalha em museu – ele pulou um muro pequeno e estendeu a mão para ajudá-la – E também, agora que a escola não tem mais Alvo Dumbledore, é uma sensação estranha estar de volta, como se fosse sempre faltar alguma coisa. Hogwarts jamais será como antes
- Ok Lino… - Louise conseguiu passar pelo muro e parou ao seu lado, descansando as mãos na cintura - Que bicho do sentimentalismo te mordeu nessa caminhada?
- Nenhum. Vamos embora
- Ei não, espera – Louise o segurou pelo braço – O que houve?
- Estou com um mau pressentimento, só isso
- Relaxa Cott, já fizemos isso milhares de vezes, vai dar tudo certo
- Espero que tenha razão... – ele se esforçou para sorriu para ela antes de contemplar a visão de Hogwarts do alto das montanhas – Vamos, ainda temos um longo caminho pela frente

ººº

O acampamento da Ordem da Fênix estava montado nas colinas que cercavam a Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts e depois de horas de caminhada, Louise e Scott conseguiram encontrá-lo, mas não foi fácil. A equipe de aurores, sob o comando de Megan Foutley, protegera toda a área contra intrusos, sejam eles trouxas ou bruxos, e as trilhas demarcadas para os membros da ordem mudavam de percurso a cada 15 minutos. O humor de Scott estava extremamente alterado quando eles encontraram as barracas, cerca de 5 horas depois de saírem de Hogsmeade.

- Por que diabos as malditas trilhas mudam toda hora? – Scott largou a mochila no chão irritado. Seu rosto estava vermelho e suado – Achamos que nunca encontraríamos esse lugar!
- Quer que os bichinhos adestrados de Voldemort nos encontrem no meio da noite e acabem com tudo que planejamos até agora em 5 minutos? – uma mulher loira parou em frente a ele de braços cruzados, mas não parecia irritada
- Isso foi idéia sua, não foi?
- Tem mais alguém inteligente assim por aqui?
- Seu irmão gêmeo não conta?
- Você sabe o que dizem, não é? Só um fica com o cérebro...
- Sim, claro. O outro fica com a beleza...
- Nossa irmãozinho, você sabe mesmo estragar uma brincadeira!
- Também senti sua falta, Meg – Scott puxou a irmã para um abraço e ela o cobriu de beijos
- Também estava com saudades, Cott
- Então, quais os planos por aqui? Todos já chegaram? – Louise se aproximou e abraçou Megan
- Ei Lou... Já estão todos aqui, vocês são os últimos. Ben e Kegan acabaram de sair para fazer umas marcações que pedi, e Remo está no castelo com o David, mas já deveriam ter voltado. Ah, olha eles ali!

Duas figuras caminhavam de volta ao acampamento parecendo abatidos, mas seus rostos perderam o ar de cansaço dando lugar a um sorriso ao avistarem suas esposas perto das barracas. Louise correu para abraçar Remo enquanto David beijava Megan, passando o relatório da visita ao castelo.

Logo anoiteceu e Kegan e Ben conseguiram voltar da floresta. Traziam consigo alguns arranhões, mas tinham expressões satisfeitas estampadas nos rostos, que indicavam que a tarefa que lhes foi delegada havia sido cumprida. Megan reuniu todo o grupo em volta de uma mesa montada por ela e por horas durante a noite, discutiram os planos para proteger a segurança dos alunos de Hogwarts.

- Quero pegar o Greyback, ele é meu – Carlinhos falou exasperado, dando um soco na mesa
- Calma Carlinhos, você vai ter sua chance – Megan respondeu com calma – Tenho certeza que você tem seus motivos, assim como sei que Remo tem os mesmos para querer a cabeça dele, mas se nos afobarmos, podemos pôr tudo a perder
- Eu sei, eu sei, mas não consigo me controlar quando penso que- - Remo pôs as mãos em seu ombro e ele parou de falar
- Vai com calma, Carlinhos. Sozinho você não pode com ele, mas acho que com a minha ajuda, podemos vencer
- Ótimo então. Remo dará cobertura ao Carlinhos se ele precisar. Vou deixar o Greyback por conta de vocês, não deixe que ele chegue perto dos alunos
- Pode deixar, não vamos decepcioná-la – Carlinhos respondeu mais calmo
- Sei que não vão, estamos preparados.

Ela era uma boa líder, ninguém tinha duvida disso, e todos estavam confiantes. No dia seguinte, quando os comensais chegassem a Hogwarts, seriam recebidos com uma bela surpresa.

ººº

As aulas da última semana do ano letivo já haviam começado e todos os alunos se encontravam dentro do castelo, com exceção da turma do 4º ano, que estava sentada em circulo na orla da floresta para a aula de Trato de Criaturas Mágicas. E não muito longe de onde eles se encontravam, um grupo de bruxos caminhava atento pela mata, direto para o castelo.

- Eu não disse que ele não vai conseguir, Louise – Scott vinha à frente de seu grupo – Estou apenas dizendo que ter o destino da comunidade bruxa, e conseqüentemente a vida de milhares de pessoas, nas mãos do clone de Tiago Potter não é muito reconfortante.
- Dumbledore sempre acreditou que ele seria capaz de destruir Voldemort – Louise rebateu cansada da discussão – Se ele acreditava no Harry, também devemos acreditar.
- Dumbledore também acreditava que Snape era uma boa pessoa. Vai concordar com ele nessa também?
- Só o que estou dizendo – Louise arrancou um galho do caminho e alcançou o amigo – é que precisamos dar um crédito ao garoto, ele já passou por muita coisa. E também temos que apoiá-lo, pois se nem mesmo o nosso lado acreditar que ele é capaz, quem vai acreditar?

Os outros bruxos que caminhavam com eles concordaram com a cabeça, mas Scott já não estava mais ouvindo. Ele esticou o braço e cobriu a boca de Louise com uma mão, indicando um ponto mais escuro da mata com a outra. Todos ficaram imóveis e apertaram as varinhas não mãos, mas ninguém via nada além de árvores. Scott apontou a varinha para a mata e deu alguns passos para frente, sem fazer qualquer barulho. Ele apertava os olhos na direção do ponto mais escuro da floresta enquanto se aproximava dele.

- ESTUPEFAÇA!

O jato vermelho acertou algo sólido e eles puderam ouvir o barulho de um corpo caindo. Doge e Podmore correram para dentro da mata e voltaram segundos depois carregando um corpo desacordado com a roupa dos comensais.

- Yaxley – Louise jogou sua máscara para o lado
- Vamos continuar andando, mas mais atentos – Scott recolheu a máscara e a guardou – Eles não andam sozinhos. Vamos levá-lo conosco, pode vir a ser útil.
- Mobilicorpus – Doge enfeitiçou o corpo de Yaxley – Vamos embora, eles devem estar próximos...

TO BE CONTINUED...

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