Friday, June 29, 2007

Quando Scott e Louise alcançaram a porta do escritório de McGonagall, perceberam que talvez fosse tarde demais. A gárgula que revelava as escadas em espiral para sua sala estava completamente destruída, e gotas de sangue eram visíveis nos degraus. Scott subiu as pressas na esperança de encontrar alguém vivo e Louise correu na direção oposta, encontrando Megan a meio caminho da sala.

- Scott está procurando por sobreviventes, mas não há mais ninguém na sala, Minerva não estava lá – ela falou afobada, tentando manter a voz controlada
- Acha que eles- - mas Megan não pode completar a frase, a palavra ficou presa em sua garganta
- Não, eles não conseguiriam com essa facilidade toda! – Louise falou convicta – Vou procurar por ela e ajudar Scott!
- Está na hora de me juntar a eles e pegar alguns de surpresa – Megan tirou as vestes de comensal da bolsa e vestiu – Vejo você nos jardins, não me acerte nenhum feitiço! – ela riu antes de colocar a máscara e descer as escadas correndo

Os jardins da escola já estavam sendo dominados quase em totalidade pelos comensais, mas logo dezenas de aurores e membros da Ordem da Fênix invadiram o gramado, surpreendendo-os. Era impossível distinguir quem duelava com quem, os jatos coloridos que cortavam o ar e iluminavam o espaço mesmo à luz do dia impediam uma visão clara. Trajando a manta dos comensais, eles deixaram que Megan se aproximasse sem saber quem ela era. Era um movimento arriscado, mas sua tropa estava ciente do que ela estava fazendo e isso lhe permitiu derrubar alguns deles sem grandes dificuldades.

- Potter, vá buscá-lo! – a voz rouca de Dashwood perto de seu ouvido a assustou – O Lorde das Trevas quer matá-lo pessoalmente, temos que levá-lo vivo, não se esqueça! Não posso sair daqui, terá que se virar sozinho! Dolohov e Rookwood já foram atrás dele, mas estão demorando demais com os outros! Tirem-no pelo armário que Draco consertou outra vez, depressa!

Ela assentiu com a cabeça e correu de volta para o castelo. Precisava tirar o garoto dali, aquilo tudo era por causa dele e os comensais estavam dispostos a dizimar toda a escola se fosse preciso isso para levá-lo embora. Estava tão centrada em encontrá-lo que esqueceu que ainda usava aquelas vestes. Livrou-se da máscara pelo caminho e percebeu que fez isso a tempo: Scott e Louise já estavam com as varinhas apontadas contra seu peito, prontos para derrubá-la.

- CALMA! – ela ergueu as mãos depressa e eles abaixaram as varinhas
- Por Merlin, tire essa roupa! – Scott brigou com ela, assustado por quase ter matado a irmã – Alguém do nosso lado vai acabar atingindo você!
- Essa roupa me permitiu saber que eles vieram para levar o Harry e como pretendem tirá-lo daqui, fui encarregada de buscá-lo! Onde está a Minerva?
- Na ala leste com os outros professores, tem muitos comensais lá, e sua brigada está lutando ao lado dela! – Louise respondeu aflita
- Droga, disse que eles deveriam se esconder!
- São seus alunos, Megan. Não sei o que andou lhes ensinando durante o ano, mas certamente não foi para correrem do perigo, e sim enfrentá-lo
- Preciso de ajuda para tirar o Harry daqui – Megan tinha um tom de orgulho na voz e Scott sabia que ela estava pensando nos garotos – Não posso sozinha
- Eu vou com você – Scott se pôs ao seu lado – Lou, pode ajudar os outros lá fora?

Louise concordou e logo desapareceu da vista dos dois. Os dois irmãos correram na direção oposta, sem saber aonde procurar. Era obvio que Harry não estava na torre da Grifinória como lhe foi ordenado, ele nunca obedecia a ordens superiores. O combate entre os professores e os alunos de Megan contra os comensais parecia equilibrado, e embora ela quisesse ajudar, sabia que tinha algo de mais importante a fazer naquele momento. Harry não podia morrer, ou ninguém mais seria capaz de derrotar Voldemort. Doeu-lhe muito ver que uma das meninas havia sido derrubada por um homem duas vezes maior que ela, mas ela precisava seguir.

Os gritos de várias pessoas vindo dos corredores do 7º andar chamou sua atenção e os dois dispararam escada acima. Vários alunos, muitos delas Megan reconheceu como do 7º ano da Grifinória, disparavam feitiços aleatórios em 5 homens encapuzados. Dois deles caíram desacordados, restando três. Eles avançaram na direção dos recém-chegados, mas Scott e Megan foram mais rápidos.

- ESTUPEFAÇA! – dois jatos vermelhos saíram ao mesmo tempo das varinhas dos irmãos, derrubando dois dos comensais ainda em pé
- Vá procurar o garoto, eu cuido dele! – Megan assentiu com a cabeça e no instante seguinte, Scott travava uma batalha com Dolohov
- Onde está o Harry? – Megan segurou o filho dos Longbotton antes que ele corresse. Ele tinha o mesmo distintivo dos corvinais, mas o seu era vermelho.
- Hermione e Ron o levaram daqui, foram na direção da torre de astronomia!
- Obrigado, vou atrás deles
- Eu posso ajudar você a encontrá-lo! Não sou tão bom quanto meus amigos, mas aprendi muitas coisas esse ano!
- Sei que pode, mas outras pessoas precisam mais da sua ajuda do que eu – Megan pôs as mãos nos ombros dele e sorriu – Tem um grupo de alunos no 5ª andar, perto do banheiro dos monitores, que precisa da sua ajuda. Já vi do que você é capaz, Neville, não deixe que ninguém diga o contrario e te coloque para baixo. Agora encontre quem mais puder ajudar e tire aquelas crianças em segurança dos corredores, encontrem um local seguro para todas elas, e não as deixem sozinhas, elas precisam de vocês lá!

O garoto deu um meio sorriso e apertou a varinha na mão, chamando os amigos para ajudá-lo. Megan ficou satisfeita em ver que ele liderava o grupo que estava indo ajudar os alunos do 1º e 2º ano que estavam sozinhos escondidos. Mas não havia mais tempo para sentir orgulho de alunos, e ela deixou seu irmão segurando Dolohov para ir atrás dos três.

Foi fácil encontrá-los. Com a quantidade de comensais espalhados pela escola, a corrida até a torre fora retardada diversas vezes. Hermione e Ron estavam no chão e ajudavam um ao outro enquanto Harry duelava com Mulciber, que estava com uma vantagem sobre o garoto: ele tinha coragem de usar maldiçoes imperdoáveis.

- AVADA KEDAVRA! – Megan usou a maldição da morte pela primeira vez naquela manhã. Ela só a usava quando era necessário, e aquele era um desses momentos – Depressa, os três venham comigo!
- O QUE ESTÁ ACONTECENDO? Harry berrou com raiva
- Estão atrás de você, e tenho que tirá-lo daqui!
- NÃO VOU A LUGAR ALGUM, NÃO VOU FUGIR!
- Ninguém está pedindo que fuja, estou apenas dizendo que você VAI vir comigo, a menos que queira morrer aqui mesmo e não cumprir com o seu dever! Agora pare de gritar e aja como alguém a altura do fardo que está carregando!
- HARRY, VAMOS EMBORA LOGO, POR FAVOR! – agora foi Hermione que gritou quase chorando e ele se assustou, obedecendo às ordens de Megan e correndo com ela para fora do castelo
- Quero que fiquem junto de mim, não se afastem sob hipótese alguma! – ela olhou firme para Harry – Me entendeu, Harry?

O garoto assentiu com a cabeça e os quatro apertaram o passo em direção aos jardins. Megan não fazia idéia de como ia tirar o garoto dos terrenos da escola sem ser impedida pelos comensais, mas não havia tempo para parar e montar uma rota. Uma vez que eles estivessem em Hogsmeade, poderiam aparatar.

- Estão todos bem? – Megan parou quando passou por seus alunos, todos muito machucados, mas inteiros. Alguns alunos da Lufa-lufa que foram treinados por Ben e usavam um distintivo amarelo estavam entre eles
- Sim, derrubamos todos eles! – Luna Lovegood era a menos machucada e parecia ter acabado de varrer a poeira para debaixo do tapete
- Onde estão Chloe e Bridget? – Megan demonstrou preocupação na voz pela primeira vez
- Foram com Terry e Anthony checar se Malfoy e os outros ainda estavam retidos, e reforçar o feitiço se fosse necessário – Ernie MacMillan respondeu depressa
- Ótimo – ela parecia aliviada – Vocês foram excelentes. Estou orgulhosa, de todos. Agora procurem se abrigar, pois preciso tirar Harry, Ron e Hermione da escola e não quero que nenhum de vocês corra mais riscos por hoje.
- Não! – Luna encarou Megan decidida – Vamos ajudá-la a tirá-los daqui e não pode nos impedir! Vocês nos ensinaram a enfrentar nossos medos de frente, e não temer a morte se fosse para lutar por algo que acreditamos. E todos nós acreditamos que Harry pode destruir Voldemort, e para isso ele tem que sair ileso do castelo! Portanto, somos sua nova guarda!

Os alunos da Corvinal e da Lufa-lufa que ela e Ben treinaram durante o ano inteiro formaram uma fila diante dela e dos três grifinórios, as varinhas em punho e expressões adultas nos rostos, nem de longe lembrando os alunos assustados e confusos com a morte de Alvo Dumbledore do começo do ano. Ela sentiu um orgulho imenso por ter tido a oportunidade de trabalhar com eles durante um ano inteiro, e sabia que estavam todos preparados para a vida fora dos muros da escola. Sentia orgulho em saber que suas filhas gêmeas também faziam parte desse grupo, e que apesar de terem apenas 14 anos, tinham maturidade o suficiente para encarar qualquer coisa.

- Não quero ninguém se atirando para receber feitiço de outra pessoa, me entenderam?? – todos concordaram e Megan recomeçou a correr, agora com mais de 10 alunos cercando ela, Harry e os amigos

Os duelos nos jardins estavam mais controlados agora. Muitos dos comensais foram detidos pelos aurores, alguns mortos, mas muitos ainda resistiam. Haviam baixas dos dois lados, mas Megan estava concentrada em alcançar os portões e não prestou atenção aos que estavam caídos no gramado. Seguindo suas ordens, nem Harry, nem Ron ou Hermione usaram as varinhas para rebater os feitiços, e corriam junto a ela apenas repelindo os que vinham em suas direções.

- Acabaram seus truques de mágica, ranhoso? – Megan ouviu Louise provocar Snape. Eles duelavam de igual para igual a poucos metros de onde ela estava com os meninos
- CRUC- Snape começou a pronunciar o encantamento, mas nunca chegou a terminá-lo
- SECTUSEMPRA! – Louise apontou a varinha para seu peito e Snape foi derrubado com seu próprio feitiço – Gostosa a sensação, não é?
- LOU, CUIDADO! – Megan berrou e Louise virou assustada

Um lobo imenso saltava em sua direção e suas patas a derrubaram com violência, fazendo sua varinha se partir em 2 pedaços. Megan empurrou Harry para trás e ia ao socorro de Louise quando dois jatos vermelhos bateram contra a pele do lobo e ele caiu para o lado, permitindo que Louise levantasse. Remo e Carlinhos vinham correndo na direção de Fenrir Greyback lançando feitiços para cima dele, mas a fera já estava outra vez de pé e avançada depressa para cima de Louise, que estava indefesa.

- AVADA KEDAVRA! – Remo não pensou duas vezes e derrubou o lobisomem antes que ele chegasse até ela – Você está bem??
- Sim, ele só me arranhou – sua respiração estava ofegante – Lobisomens não morrem apenas com bala ou punhal de prata?
- Não seja por isso! – Carlinhos puxou uma adaga da bota e cravou no peito do lobo, forçando tanto que o som de osso se partindo pode ser ouvido mesmo em meio aos gritos ao redor deles

Certa de que todos estavam bem e já se ocupando com novos comensais, Megan correu de volta até Harry. Os alunos cobriam a área ao redor deles e estavam derrubando os comensais com sucesso, mas logo cada um estava ocupado com um diferente, restando apenas três para dar cobertura. Neville agora estava nos jardins e duelava ao lado de Luna. Eles formavam uma excelente dupla, eram sem dúvida os alunos dos quais Megan e Quim mais se orgulhavam.

- Neville, Luna, tirem Harry daqui! – Megan gritou para os dois
- Aonde você vai?? – Luna gritou sem saber o que fazer

Lucius Malfoy derrubou três de seus alunos de uma vez só e vinha correndo na direção de Harry, a varinha apontada para sua direção e uma expressão de ódio estampada no rosto pálido. Megan olhou na direção da entrada do castelo e viu Scott descer as escadas correndo direto até onde estavam. Malfoy atirou Ron para longe em um gesto rápido e apontou a varinha outra vez na direção de Harry.

- AVADA KEDAVRA!
- NÃO!! – a maldição lançada por Malfoy foi abafada pelo grito de Scott

Harry estava caído no chão, os olhos arregalados de pavor. Ao seu lado, o corpo inerte de Megan. Quando viu que Malfoy ia matar Harry, Megan se atirou em sua frente, sem pensar duas vezes. Agora Luna e Hermione gritavam para que Harry levantasse da grama, mas o garoto não se movia. Malfoy se aproximava outra vez e dessa vez não tinha ninguém para se jogar na frente dele.

- AVADA KEDAVRA!

Outra vez Harry tinha os olhos arregalados em pavor, dessa vez encarando o corpo de Malfoy desfalecido no chão. Ele desviou os olhos do corpo para ver Scott com a varinha apontada para Malfoy, sua respiração falhando e os olhos vermelhos. Os gritos de Luna e Hermione pareciam distantes com tudo que acabara de acontecer.

- Não faça com que a morte de minha irmã tenha sido em vão, Harry – a voz de Scott saiu vacilante – Vá com elas, outros darão cobertura a você quando alcançarem o portão.

O garoto sacudiu a cabeça assustado e levantou do chão, sendo agarrado pelos braços por Hermione e Luna. Neville ajudou Ron a se levantar e correram atrás deles. Logo os cinco alcançaram os portões da escola e todos os aurores e membros da Ordem haviam dominado todos os comensais. Mas o som dos feitiços cortando o ar foi substituído por choros, soluços e gritos, à medida que cada um reconhecia o corpo que Scott segurava nos braços. Sua irmã gêmea, aquele que sempre fez tudo por ele, estava morta em seus braços e ele não teve a chance de ajudá-la...

Someday I'll wish upon a star
Wake up where the clouds are far behind me
Where trouble melts like lemon drops
High above the chimney top that’s where you'll find me…

Somewhere Over the Rainbow

Thursday, June 28, 2007

- Eu vou ficar bem, juro.

Abriu os olhos, afastando as lembranças das últimas palavras trocadas com seu marido. Seus olhos estavam secos. Olhou ao redor e viu seus amigos a olharem com um pesar tão grande que ela queria gritar para que não fizessem isso, ou ela não iria suportar. E ela precisava ser forte. Olhou para um ponto mais afastado e Logan estava com os olhos fixos nela e parecia enviar-lhe um recado e dizer: Reaja! Você é mais forte que isso...
Sim, ela iria reagir, outros ainda dependiam dela e a guerra ainda não havia acabado. Era apenas uma trégua para as despedidas, e isso era feito em ambos os lados.
Olhou para o jovem alto ao seu lado. O filho estava sério, e vez ou outra disfarçava uma fungada. Uma mancha azulada no queixo dele a lembrou de que quase o perdera também e não conseguiu evitar um arrepio ao perceber que a dor o fizera crescer rápido demais.
Desviou os olhos para a familia reunida. Sua sogra era amparada pelos filhos, a dor em seus olhos era tão grande que ela havia envelhecido uns vinte anos da noite para o dia.
- Nenhuma mãe merece ver o filho morto, Alexandra... Esta não é a ordem natural das coisas...- as palavras dela ainda ecoavam em sua mente e para não começar a chorar, fixou os olhos nos sobrinhos, seus olhares para ela tinham a revolta misturada as lágrimas. Eles faziam uma barreira de proteção em volta de seu filho e ela conhecia o jeito de cada um daqueles garotos: eles queriam vingança e vingança só traria mais dor. Forçou-se a olhar para onde ele estava, seu coração falhou uma batida, ao vê-lo tão bonito. Parecia dormir, quase sorriu ao sentir vontade de mandar que ele se levantasse. Olhou para seus amigos buscando apoio novamente e Alucard disse telepaticamente:
- Precisamos deixá-lo ir Alex....
- Não sei se vou conseguir, Lu. Acho que ele está só dormindo...- ela teimou mais uma vez, mas respirou fundo, segurou a mão do filho e pegou a mão de Emily e caminharam juntos em direção ao barco na beira do lago. Os filhos tocaram a mão do pai em despedida e ficaram ao lado. Dava pra ver como Ty trancava o maxilar e Emily deixou suas lágrimas correrem livremente. Alex pela ultima vez beijou-o enquanto acariciava seus cabelos e sussurrou:
- Adeus meu querido. Continue a olhar por nós, esteja onde estiver.
Suas mãos tremeram quando ela levantou a tocha que segurava e ateou fogo ao barco quando ele começou a deslizar. As gaitas de fole começaram o seu lamento. O barco deslizou queimando rápido até quase o meio do lago, quando uma onda escura se ergueu e o levou ao fundo. Nessie havia vindo buscar mais um dos McGregors. As ondas ainda se remexeram por um tempo e depois se acalmaram. Começou a voltar para os amigos quando percebeu através da pele pálida e dos olhos avermelhados a fúria de Alucard atingir seu limite. Ele apenas olhou mais uma vez para onde o corpo de Kyle havia desaparecido e saiu intempestivamente. Seth e Griffon o seguiram e Mirian após um pedido de desculpas, foi atrás deles. Ela só teve forças para pedir em pensamento que eles ficassem bem. Já haviam perdido gente demais.

Remember,
I will still be here
As long as you hold me
in your memories
Remember,
when your dreams have ended,
Time can be transcended,
Just remember me

O dia finalmente havia chegado ao fim.
Ela entrou no quarto que dividiu com o marido por tanto tempo e percebeu como ele estava vazio. Olhou para o pijama dele dobrado em cima da cama e o pegou, abraçando-o junto ao corpo. Seus olhos começaram arder e sua garganta, se apertava. E ela gritou! Gritou como um animal ferido, gritou até ficar rouca, e sua cabeça girar. Sentiu-se exausta. Adormeceu agarrada ao pijama dele, como se pudesse atraves do cheiro, traze-lo de volta. Nem que fosse pra brigar com ele pela sua imprudência, pela sua traição. Sim, ele a havia traído. Não a traição através da infidelidade, mas a traição de se deixar matar. Ele não conseguiu cumprir a última promessa feita, a promessa de que ele ficaria bem e voltaria sempre para ela.

Remember
When your dreams have ended
Time can be transcended
I live forever
Remember me
Remember me
Remember…
Me.

N.AUTORA: música do filme Tróia: Remember, Josh Groban

Wednesday, June 27, 2007

- O que estão fazendo?? – Megan veio correndo na direção dos recém-chegados parecendo alarmada – Querem desencadear o pânico? Há alunos tendo aula na orla da floresta!!
- E por onde quer que a gente passe? Não íamos largá-lo no meio da floresta, pode nos ser útil de alguma maneira – Scott fez o corpo de Yaxley cair sem delicadeza alguma no chão
- Na verdade, já encontrei uma utilidade para ele. Podmore, retire suas vestes de comensal – Megan tinha uma expressão divertida no rosto e olhou para o irmão – Onde está a máscara dele?
- O que pretende fazer com isso? – ele lhe entregou a máscara, desconfiado
- Me infiltrar – ela dobrou as vestes e cuidadosamente as guardou – Mas não agora, no momento certo
- Já estão todos aqui? – Louise perguntou – Não encontramos com nenhum comensal além desse pelo caminho, e isso está estranho. Eles já deveriam estar por perto, não?
- Sim, também não estou gostando disso, estou desconfiada de que possa ter alunos da Sonserina envolvidos na operação deles
- E o que vamos fazer? McGonagall deixou claro que não poderíamos interferir nas aulas ou fazer qualquer coisa contra os alunos, a não ser que tivéssemos provas
- Não se preocupem com isso, tenho um grupo de alunos da Corvinal que venho treinando desde o inicio do ano, e eles estão me passando relatórios diários sobre os alunos dos quais estou suspeitando. Ah, ai vem um deles!

Um garoto de porte forte, alto e cabelos castanhos vinha correndo na direção do grupo, carregando uma prancheta. Era fácil notar que ao lado do brasão da Corvinal tinha um distintivo azul com as letras OdF desenhadas. Scott achou melhor não perguntar nada e apenas observou o menino se aproximando.

- Diga, Entwhistle. Algum problema? – Megan de repente ficou séria
- Professora, é a Parkinson – o garoto lhe entregou um pedaço de pergaminho e assumiu um ar adulto – Lisa e Padma estão com ela no banheiro da Murta, mas não acho que conseguirão retê-la por muito mais tempo, Malfoy e Zabini já notaram sua ausência
- Por que estão com ela presa no banheiro da Murta?
- Parkinson estava com um espelho de suas vias passando coordenadas a alguém de fora do castelo e pelo susto que levou quando as meninas a surpreenderam, nossas suspeitas se confirmam
- Ok, quero que faça o seguinte: encontre o Cornfoot, Goldstein, Boot e Corner e segurem Malfoy, Zabini, Nott, Crabbe e Goyle. Não deixem que eles se aproximem do banheiro sob hipótese alguma, prendam os cinco em algum lugar e montem guarda. E quero a Lovegood naquele banheiro em 5 minutos, encontre-a primeiro e peça que vá até lá – o garoto assentiu com a cabeça e atravessou o gramado apressado – Scott, Lou, vocês vem comigo nessa. Doge, Podmore, encontrem os outros membros da Ordem que já estão no castelo e fiquem preparados. Tenho razoes para acreditar que os comensais já estão aqui

Megan saiu andando em direção à turma que assistia à aula de Trato de Criaturas Mágicas e parou perto dos alunos. Hagrid sorriu para ela e interrompeu a aula, como se já esperasse por isso.

- Hagrid, vou ter que roubar uma de suas alunas, se me permite, é claro
- Sem problemas Megan, não precisa de minha autorização
- Claro que preciso, você é o professor! – Megan sorriu de volta para Hagrid e olhou para os alunos – Chloe, preciso que venha comigo, por favor.

Uma menina loira de olhos verdes e óculos levantou do gramado e seguiu o grupo. Ela também tinha o distintivo azul no peito e o mesmo ar sério de sua mãe. Scott riu ao ver as duas caminhando lado a lado. Chloe era Megan com 14 anos, usando óculos.

- Oi dindo, oi tia Louise – a menina falou sorrindo, abandonando o ar adulto
- Oi meu amor – Scott beijou sua testa e a abraçou, encarando a irmã em seguida - Alguém pode me explicar o que está acontecendo?
- Prometo explicar depois, quando tiver tempo. No momento, isso é algo que não temos!

ººº

Mesmo antes de pisarem no corredor do 2º andar onde ficava o banheiro da Murta-que-geme, o grupo pode ouvir os gritos de uma garota. Megan foi a primeira a correr, sendo imitada pelos demais. Uma menina ruiva abriu a porta do banheiro no momento em que eles a alcançaram e tinha o rosto arranhado e os cabelos bagunçados.

- Turpin, o que aconteceu?
- Parkinson está resistindo, nosso feitiço não está sendo suficiente para segurá-la! Padma e Su estão lá dentro, mas ela está gritando muito!
- Chloe, sabe o que fazer, não é? – a garota assentiu com a cabeça e entrou no banheiro. Os gritos ecoaram pelo corredor quando ela abriu a porta – Onde está a Lovegood?
- Aqui, já cheguei! Kevin que tirou de uma aula de Herbologia muito interessante, estávamos discutindo os efeitos colaterais em quem é mordido por uma planta carnívora...
- Depois podemos discutir sobre isso, sei tudo sobre os efeitos. Agora preciso que você use o que lhe ensinei sobre legilimência, pode fazer isso?
- Claro que posso! – Luna apontou para o distintivo e sorriu – Prometi ajudar e tenho palavra!
- Ótimo, então vamos entrar. Chloe já deve tê-la acalmado, não ouço mais gritos

Quando a porta do banheiro foi novamente aberta, não se ouviam mais gritos. Padma e Su estavam apoiadas na pia do banheiro com a respiração acelerada e Chloe estava ajoelhada em frente a Pansy, com as mãos em sua testa e os olhos fechados. Quando viu que sua mãe entrara, ficou de pé outra vez e estava fraca.

- Li, pode levar Chloe até a enfermaria?
- Eu estou bem, mãe – a garota reassumiu o ar adulto – Quero ficar e ajudar
- Vai ajudar mais se estiver em condições de se manter em pé sem ajuda. Obedeça, poderá voltar quando se recuperar

Su deixou que Chloe se apoiasse em seu ombro e seguiu para a enfermaria com ela, fechando a porta ao passar. Pansy estava presa à cadeira sem cordas, apenas com um feitiço de cola muito bem executado por Padma Patil, e foi à vez de Luna Lovegood se ajoelhar diante dela. A menina perdeu o ar lunático e desconcentrado que a marcavam e olhou Pansy dentro dos olhos muito séria.

Ninguém interrompeu o contato visual entre as duas, e o dom que Chloe possuía de enfraquecer as pessoas apenas com o toque das mãos permitiu que Luna tivesse total acesso à mente de Pansy sem que a garota a repelisse. Luna estava tão concentrada que dificilmente alguém que não a conhecesse, diria que seu apelido era Di-Lua. A garota abriu os olhos de repente e saltou do chão, procurando Megan.

- Os comensais já estão no castelo! Malfoy deixou que eles entrassem apenas há algumas horas e eles estão indo para o escritório da professora McGonagall!
- Não se chegarmos lá primeiro! – Scott abriu a porta com violência e saiu disparado com Louise ao seu lado
- Procurem os meninos, esperem que Chloe se recupere e peçam que ela faça Malfoy e seus amigos adormecerem profundamente. Alertem todos os alunos para procurarem um local seguro e não deixem que saiam de lá. Não quero nenhum aluno nos jardins, e nem vocês, isso é uma ordem!

As meninas assentiram com a cabeça e deixaram o banheiro carregando uma Pansy desacordada nos braços na direção da sala onde os meninos mantinham Malfoy e os amigos presos. O som de vidro se partindo vindo de todos os lados do castelo não deixava duvida: a guerra havia começado.

TO BE CONTINUED...

Tuesday, June 26, 2007

Dos escritos de Sergei Menken

Resolvi colocar no papel tudo o que sei, quem sabe assim posso aliviar um pouco a saudade que sinto, e entender como o ser humano pode ser tão cruel a ponto de machucar uns aos outros sem remorso, e não se cansar disso.
Tudo começou com as informações que obtivemos sobre um ataque surpresa no vilarejo próximo da escola Beauxbatons. A escola já estava com aurores caçando um psicopata de codinome Lobo, que já havia matado algumas pessoas e seqüestrado outras. Após uma reunião com os Ministros da França, da Suécia, Irlanda, ficou decidido que faríamos nossa resistência e que os lugares alvos seriam protegidos. Teríamos que fazer isso sem o conhecimento de Rufus Strugeus, que tinha reservas contra os homens de Dumbledore, e apesar da morte dele, ainda seguíamos o ideal de proteger nosso mundo contra Voldemort, custasse o que custasse.
Estes locais seriam: Beauxbatons, o vilarejo próximo da escola, as Ilhas Hébridas, e Hogwarts. Kyle se encarregaria da segurança do vilarejo com uma equipe menor, mas experiente, eu ajudaria os outros aurores em Beauxbatons, mas se fosse preciso nos deslocaríamos ao vilarejo. Yulli ficaria no vilarejo junto com Sam e Josh, pois não poderiam ficar no castelo comigo. Até parece que eles ficariam longe da ação com o perigo rondando a nossa Miyako e os filhos de nossos amigos.
Alex fora encarregada das Ilhas Hébridas, já que Carlinhos havia ido para Londres e integrava o grupo de resistência de Megan Foutley, responsável por Hogwarts junto com Scott, Louise, Remo e Ben. Claro que lá, tínhamos McGonagal com seus professores e Hagrid, havia treinado seu irmão gigante para ajudar, tudo parecia estar nos eixos.
Infelizmente, as coisas não foram tão simples assim...
Eu estava rondando a ala norte do castelo, quando Ducasse, passou rápido ao meu lado:
- Menken, a última vítima do Lobo está com Máxime.
Ele não precisou dizer duas vezes, corremos até o escritório da diretora e a menina seqüestrada, estava machucada, mas dizia claramente tudo o que era perguntada. Então ela contou que ele estava na floresta e nisso ouvimos um barulho parecido com um tiro, alguns aurores correram para lá enquanto outros de nós mantínhamos a segurança no castelo. Enquanto aguardávamos, parecia que os estudantes haviam percebido a movimentação e começaram a se espalhar para os corredores, e por mais que disséssemos para se recolherem um ou outro conseguia burlar a ordem e paramos de nos estressar com isso, e os deixamos lá. Vi quando Miyako, Griffon e Seth se aproximaram.
- Pegaram o Lobo?- perguntou Seth ansioso.
- Parece que sim, e pelo jeito não é você. – respondi enquanto bagunçava seu cabelo.
- Ele é teimoso, só vai acreditar quando olhar bem para o safado e der um chute no traseiro dele. - respondeu Griff provocando o irmão.
- Onde está o Ty? – perguntei.
- Está com a Rory. Pode cair o mundo que nada faz ele largar a namorada. - respondeu Miyako. Ficamos conversando quando a Rory se aproximou de nós, e vinha com uma cara preocupada:
- Com licença... Vocês viram o Ty?
- Ele foi se encontrar com você nos jardins a um tempão atrás. - respondeu Miyako.
- Não, ele não foi. Ele me mandou um bilhete, disse que me encontraria na biblioteca. Esperei até agora e com esta movimentação toda vim ver se ele estava aqui. Ao ouvir a menina falar, tive um mau pressentimento e me pareceu que Seth sentiu o mesmo.
- Seth, quero que faça uma busca rápida no castelo e tente encontrar o Ty, eu vou para o outro lado, nos vemos nos jardins. Griffon, fique com elas. - como fizeram caras de que iriam desobedecer, eu disse mais enérgico:
- É uma ordem! Não ousem sair daqui.
- Sim, senhor. – eles responderam de olhos arregalados, e logo eu e Seth fazíamos nossa busca. Encontramo-nos no jardim e não havia sinal do Ty, nossa atenção foi desviada, pelo grupo de aurores vindo da floresta trazendo um prisioneiro, mas o que me gelou foi ver Ducasse trazendo um garoto no colo. Aproximamo-nos e vimos que se tratava de seu filho, e ele jazia morto.
- Havia mais alguém com ele?- perguntei apontando com a cabeça para o prisioneiro.
- Ele não falou nada. Teremos que interrogá-lo com Veritasserum. - respondeu-me Lafayette.
Durante o interrogatório, perguntei se ele havia aprisionado o Ty, mas ele disse que não. Saí porta afora e os garotos me esperavam, querendo noticias do amigo e já fui dizendo:
- Ele não está com o Ty, preciso buscar o pai dele.
- Deixa que eu vou tio, sou mais rápido. – disse Seth e assenti com a cabeça, enquanto ele com uma agilidade incrível desaparecia de vista.
- Nós precisamos fazer alguma coisa... - disse Rory nervosa.
- Vocês devem ficar aqui, não quero ter que me preocupar com a segurança de vocês. Com o Kyle e o Seth ajudando vamos achar o Tyrone logo. - disse para confortá-las, mas eu precisava ouvir isso em voz alta.
- Eu quero ajudar também. - pediu Griffon.
- Há gente aqui precisando dos seus poderes Griffon, então vá até a enfermaria e ajude no que precisar. Pegamos o Lobo, mas há comensais lá fora ainda, portanto nada de tentar um resgate sozinho. - avisei a eles e tornei a sair do castelo.
Algo me dizia que o Ty estava perdido em algum lugar, precisando de ajuda e eu estava certo. Seth me encontrou a meio caminho e seguindo sua intuição fomos rápido até uma cabana abandonada bem no meio da floresta. Chegando lá, um combate violento estava sendo travado, eram oito comensais contra dois. Kyle e Alucard lutavam com determinação, e nos pusemos a lutar também.
Vi quando uma mulher loira se aproximou pelas costas do Kyle e o atacou antes que ele conseguisse retirar o Ty do meio do fogo cruzado. Ele projetou o cotovelo para trás e a golpeou com força, e ela caiu desmaiada. Continuamos a lutar violentamente e vi quando Kyle pegou o filho e aparatou com ele. Pude ver que o garoto tinha a face pálida como papel e precisava de ajuda o mais rápido possível. Acabamos vencendo graças á força sobre humana de Alucard e Seth.
Estava conjurando cordas para prender os comensais, e levá-los ao castelo quando percebi que a mulher loira havia sumido, mas no lugar onde ela estava havia um punhal negro, sujo de sangue. Alucard se aproximou rápido e o tirou de minha mão, e o cheirou, após fazer isso soltou um urro como se tivesse sido golpeado, seus olhos estavam injetados de sangue e suas presas á mostra, isso fez os prisioneiros se encolherem, Seth começou a falar e tinha a voz embargada:
- Pai... O tio Kyle... - e Alucard apenas balançou a cabeça afirmativamente e me olhou sério. Vi a dor em seus olhos e me recusei a acreditar que algo muito sério havia acontecido com o Kyle.
Fomos até o castelo e entregamos os prisioneiros aos outros aurores. Encaminhamo-nos para a enfermaria e alguns estudantes estavam pelos corredores chorando e sussurrando sobre o que havia acontecido na floresta, Yulli havia chegado ao castelo e chorava abraçada a Miyako e Emily. Griffon disse agitado:
- Não me deixam entrar lá, tio. Sei que posso ajudar. Eu não pude fazer nada pelo tio Kyle... - e algumas lágrimas caíram de seus olhos.
- Vou cuidar disso Griff.
Respirei fundo e comecei a andar para entrar na enfermaria, quando ouvi o som de uma porta se abrindo e ao redor tudo ficou quieto. Virei-me para trás e Alexandra caminhava em minha direção. Ela estava pálida, os olhos brilhavam com lágrimas não derramadas e percebi o quanto seu maxilar estava travado. Só havia visto aquele ar dolorido em seu rosto uma vez, há muitos anos atrás, quando ela e Kyle haviam se separado na juventude. Esperei enquanto ela vinha na nossa direção, Alucard entrou na sua frente e disse rouco:
- Se eu tivesse tido mais tempo eu o faria, só para você não passar por isto.
- Eu sei meu amigo, mas ele não aprovaria e iria nos chamar de crianças irresponsáveis como daquela vez, não é? – disse com um meio sorriso e Alucard concordou com ela. Ela me olhou e disse:
- Quero ver meu filho primeiro. – e entramos na enfermaria juntos. Quando entramos a enfermeira veio rápido e disse:
- Senhora McGregor, preciso que espere lá fora, seu filho está muito machucado e... - mas ela não parou para ouvir, aproximou-se da cama e ficou encarando o corpo inerte do filho e seu queixo tremeu um pouco, mas ela se segurou, enquanto acariciava o rosto dele. - a enfermeira começou a dizer:
- Pedi ajuda ao St. Napoleon, seu filho foi torturado e não tenho os recursos necessários para fazê-lo melhorar, temo que haja seqüelas...
- Por favor, Madame Magaly, deixe Griffon Chronos entrar, ele saberá como ajudar o meu filho. Depois disso, a senhora poderá fazer a transferência para o St. Napoleon, se julgar necessário. Meu marido disse alguma coisa antes de morrer?
- Não senhora. Corremos para atender ao seu filho, nem sabíamos que ele estava ferido, só fomos descobrir quando ele caiu sem vida no corredor, nos braços da professora Emily. Após examiná-lo, verifiquei que ele foi golpeado por algum objeto envenenado, que perfurou o seu pulmão, precisou de uma força sobre humana para conseguir aparatar com o filho até aqui. - Alex fez que havia entendido, e a enfermeira se retirou. Vi quando a mulher trouxe Griffon para dentro e o levou até o Ty, isolando-os com a cortina. Alex caminhou devagar até o final da enfermaria e havia dois corpos deitados em macas. Ela passou e olhou o primeiro corpo que era de Michel Ducasse e uma lágrima caiu de seus olhos, e eu respirei fundo mais uma vez. Não pude evitar o pensamento de que poderia ser o Ty deitado ali. Demos mais alguns passos e ela parou ao lado do corpo do Kyle, ele estava todo sujo de sangue ainda, mas parecia dormir. Ela pegou um pano com água numa mesinha próxima e começou a limpá-lo devagar e acabei perguntando, enquanto a ajudava:
- Como soube Alex?
- Estava junto com a Morgan e havíamos terminado de expulsar alguns invasores da Ilha, quando olhei para frente e vi o Kyle sorrindo. No princípio achei que ele estava realmente lá, mas notei que ele tinha a mesma aparência de quando vocês se formaram na academia, até os cabelos estavam mais compridos, lembra? Andei devagar em sua direção e antes que eu chegasse perto ele sorriu e disse: "Eu vou te amar para sempre, nosso filho precisa de você", e desapareceu. Nesta hora algo aqui dentro de mim, se partiu. Senti que ele havia nos deixado. Peguei a chave de portal que ele havia me dado antes de ir para a Irlanda e vim para cá o mais rápido possível. Quando cheguei ao vilarejo, Josh me disse que ele havia vindo para o castelo, e... – e as lágrimas dela começaram a cair.
Não havia mais nada a dizer. Abracei-a e choramos juntos por um longo tempo. Eu havia perdido meu melhor amigo, o irmão que a vida havia me dado, e ela havia perdido o seu companheiro. Era dor demais para suportar, e parece que alguém lá em cima resolveu enviar ajuda. Mirian Chronos havia entrado na enfermaria e com seu abraço, aliviou a pressão em nosso peito.
Pedi a Odin com todas as minhas forças, que o sacrifício do Kyle não fosse em vão e que meu afilhado sobrevivesse. Depois que isso estivesse resolvido, eu iria atrás da assassina do meu amigo, mesmo que isso fosse a última coisa que eu fizesse na vida. Infelizmente antes do fim da guerra para salvar o nosso mundo, o nosso lado sofreria mais perdas irreparáveis.

Monday, June 25, 2007

‘Quando vier a primavera, se eu já estiver morta, as flores florirão da mesma maneira e as árvores não serão menos verdes que na primavera passada. A realidade não precisa de mim. Sinto uma alegria enorme ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma... Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo; e gosto porque assim seria mesmo se eu não gostasse... ...O que for, quando for, é que será o que é’

Alberto Caeiro



- Odeio esse lugar – Scott reclamava enquanto caminhava depressa - Não poderíamos ajudar o grupo que está em Paris?
- Merlin, como você é chato! Estudamos aqui, não consegue guardar sequer uma boa lembrança daquela época? – Louise tentava alcançar o amigo na caminhada
- Não tenho lembranças ruins da nossa época de escola, Lou. Mas não gosto de voltar, essa coisa de mexer com o passado é legal pra quem trabalha em museu – ele pulou um muro pequeno e estendeu a mão para ajudá-la – E também, agora que a escola não tem mais Alvo Dumbledore, é uma sensação estranha estar de volta, como se fosse sempre faltar alguma coisa. Hogwarts jamais será como antes
- Ok Lino… - Louise conseguiu passar pelo muro e parou ao seu lado, descansando as mãos na cintura - Que bicho do sentimentalismo te mordeu nessa caminhada?
- Nenhum. Vamos embora
- Ei não, espera – Louise o segurou pelo braço – O que houve?
- Estou com um mau pressentimento, só isso
- Relaxa Cott, já fizemos isso milhares de vezes, vai dar tudo certo
- Espero que tenha razão... – ele se esforçou para sorriu para ela antes de contemplar a visão de Hogwarts do alto das montanhas – Vamos, ainda temos um longo caminho pela frente

ººº

O acampamento da Ordem da Fênix estava montado nas colinas que cercavam a Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts e depois de horas de caminhada, Louise e Scott conseguiram encontrá-lo, mas não foi fácil. A equipe de aurores, sob o comando de Megan Foutley, protegera toda a área contra intrusos, sejam eles trouxas ou bruxos, e as trilhas demarcadas para os membros da ordem mudavam de percurso a cada 15 minutos. O humor de Scott estava extremamente alterado quando eles encontraram as barracas, cerca de 5 horas depois de saírem de Hogsmeade.

- Por que diabos as malditas trilhas mudam toda hora? – Scott largou a mochila no chão irritado. Seu rosto estava vermelho e suado – Achamos que nunca encontraríamos esse lugar!
- Quer que os bichinhos adestrados de Voldemort nos encontrem no meio da noite e acabem com tudo que planejamos até agora em 5 minutos? – uma mulher loira parou em frente a ele de braços cruzados, mas não parecia irritada
- Isso foi idéia sua, não foi?
- Tem mais alguém inteligente assim por aqui?
- Seu irmão gêmeo não conta?
- Você sabe o que dizem, não é? Só um fica com o cérebro...
- Sim, claro. O outro fica com a beleza...
- Nossa irmãozinho, você sabe mesmo estragar uma brincadeira!
- Também senti sua falta, Meg – Scott puxou a irmã para um abraço e ela o cobriu de beijos
- Também estava com saudades, Cott
- Então, quais os planos por aqui? Todos já chegaram? – Louise se aproximou e abraçou Megan
- Ei Lou... Já estão todos aqui, vocês são os últimos. Ben e Kegan acabaram de sair para fazer umas marcações que pedi, e Remo está no castelo com o David, mas já deveriam ter voltado. Ah, olha eles ali!

Duas figuras caminhavam de volta ao acampamento parecendo abatidos, mas seus rostos perderam o ar de cansaço dando lugar a um sorriso ao avistarem suas esposas perto das barracas. Louise correu para abraçar Remo enquanto David beijava Megan, passando o relatório da visita ao castelo.

Logo anoiteceu e Kegan e Ben conseguiram voltar da floresta. Traziam consigo alguns arranhões, mas tinham expressões satisfeitas estampadas nos rostos, que indicavam que a tarefa que lhes foi delegada havia sido cumprida. Megan reuniu todo o grupo em volta de uma mesa montada por ela e por horas durante a noite, discutiram os planos para proteger a segurança dos alunos de Hogwarts.

- Quero pegar o Greyback, ele é meu – Carlinhos falou exasperado, dando um soco na mesa
- Calma Carlinhos, você vai ter sua chance – Megan respondeu com calma – Tenho certeza que você tem seus motivos, assim como sei que Remo tem os mesmos para querer a cabeça dele, mas se nos afobarmos, podemos pôr tudo a perder
- Eu sei, eu sei, mas não consigo me controlar quando penso que- - Remo pôs as mãos em seu ombro e ele parou de falar
- Vai com calma, Carlinhos. Sozinho você não pode com ele, mas acho que com a minha ajuda, podemos vencer
- Ótimo então. Remo dará cobertura ao Carlinhos se ele precisar. Vou deixar o Greyback por conta de vocês, não deixe que ele chegue perto dos alunos
- Pode deixar, não vamos decepcioná-la – Carlinhos respondeu mais calmo
- Sei que não vão, estamos preparados.

Ela era uma boa líder, ninguém tinha duvida disso, e todos estavam confiantes. No dia seguinte, quando os comensais chegassem a Hogwarts, seriam recebidos com uma bela surpresa.

ººº

As aulas da última semana do ano letivo já haviam começado e todos os alunos se encontravam dentro do castelo, com exceção da turma do 4º ano, que estava sentada em circulo na orla da floresta para a aula de Trato de Criaturas Mágicas. E não muito longe de onde eles se encontravam, um grupo de bruxos caminhava atento pela mata, direto para o castelo.

- Eu não disse que ele não vai conseguir, Louise – Scott vinha à frente de seu grupo – Estou apenas dizendo que ter o destino da comunidade bruxa, e conseqüentemente a vida de milhares de pessoas, nas mãos do clone de Tiago Potter não é muito reconfortante.
- Dumbledore sempre acreditou que ele seria capaz de destruir Voldemort – Louise rebateu cansada da discussão – Se ele acreditava no Harry, também devemos acreditar.
- Dumbledore também acreditava que Snape era uma boa pessoa. Vai concordar com ele nessa também?
- Só o que estou dizendo – Louise arrancou um galho do caminho e alcançou o amigo – é que precisamos dar um crédito ao garoto, ele já passou por muita coisa. E também temos que apoiá-lo, pois se nem mesmo o nosso lado acreditar que ele é capaz, quem vai acreditar?

Os outros bruxos que caminhavam com eles concordaram com a cabeça, mas Scott já não estava mais ouvindo. Ele esticou o braço e cobriu a boca de Louise com uma mão, indicando um ponto mais escuro da mata com a outra. Todos ficaram imóveis e apertaram as varinhas não mãos, mas ninguém via nada além de árvores. Scott apontou a varinha para a mata e deu alguns passos para frente, sem fazer qualquer barulho. Ele apertava os olhos na direção do ponto mais escuro da floresta enquanto se aproximava dele.

- ESTUPEFAÇA!

O jato vermelho acertou algo sólido e eles puderam ouvir o barulho de um corpo caindo. Doge e Podmore correram para dentro da mata e voltaram segundos depois carregando um corpo desacordado com a roupa dos comensais.

- Yaxley – Louise jogou sua máscara para o lado
- Vamos continuar andando, mas mais atentos – Scott recolheu a máscara e a guardou – Eles não andam sozinhos. Vamos levá-lo conosco, pode vir a ser útil.
- Mobilicorpus – Doge enfeitiçou o corpo de Yaxley – Vamos embora, eles devem estar próximos...

TO BE CONTINUED...

Monday, June 11, 2007

Uma questão de sobrevivência

By Morgan Shannon McFust O’Hara Weasley

Alguns dias antes no Departamento dos Aurores em Paris:

- É certo que precisaremos de todos nesta batalha, mas eu acho que você deveria ficar com sua mulher e seus filhos. A Ilha seria um prêmio muito bom para o outro lado, e com você lá, eles pensariam duas vezes antes de atacar. – disse Kyle McGregor a Carlinhos Weasley.
- A Ilha está bem protegida, nós reforçamos os feitiços de proteção e lá tenho Yuri, Nick e Irina para ajudar a Morgan junto com a Bertha. Se houver uma chance de pegar o Grayback, eu quero tentar Kyle. Não só pelo Gui, mas por meus filhos também, alguém tem que parar este maluco. Preciso estar no grupo de Londres.
Kyle após pensar um pouco disse:
- Está bem, você fica com o grupo da Megan, mas mandarei alguém ficar com a Morgan. Sei que ela é capaz de defender-se, mas um auror lá, pode fazer diferença e já sei quem pode cuidar disso. – disse enquanto acenava para que sua secretária entrasse na sala:
- Peça para Alexandra vir à minha sala, por favor. - quando a mulher saiu, Kyle se explicou:
- Pode não parecer, mas é uma decisão prática. Alex através da projeção astral pode cobrir várias áreas da Ilha rapidamente, além de ser experiente em batalhas. E reconheço que minha mulher me mataria se mandasse algum novato que mal sabe para que serve uma escama de dragão e atrapalhasse a Morgan. Preciso evitar uma guerra em casa. – ambos riram.
- Acha que vai haver encrenca na Ilha? Estou agindo errado em não ficar lá? – perguntou o ruivo preocupado.
- Vai haver encrenca em todo lugar, mas eu acredito que o nosso lado vai vencer, mesmo que o preço a pagar seja alto. – e ambos ficaram pensativos enquanto aguardavam a mulher.

Dia da partida para Londres, antes do Sol nascer...

- Se precisar de qualquer coisa...
- Não vou precisar de nada. Quero que fique despreocupado e se proteja. - disse enquanto o abraçava indo em direção ao quarto de nossos filhos, onde Johny e Izzy dormiam tranqüilos.
- Eles estão crescendo rápido. – ele disse emocionado e o vi beijar cada um deles e sussurrar alguma coisa em seus ouvidos. – deram um sorrisinho involuntário enquanto dormiam.
- Cuidei para que você tenha ajuda... - ele começou a dizer.
- Não vai acontecer nada. Tia Bertha, Yuri e os outros estão aqui para me ajudar.
- Eu sei, mas se acontecer alguma coisa, não hesite em mandar me buscar.
- Não se preocupe amor, se alguém se atrever a tentar nos fazer mal, vão saber que posso ser tão cruel quanto Voldemort. - falei tão espontaneamente que ele riu e disse:
- Esta é a minha garota! Venha, quero me despedir mais uma vez.

Alguns dias depois...

O Ministro da Magia vinha chegando e junto dele havia mais três pessoas. Eram dois aurores com um olhar de poucos amigos e seu secretario Percy Weasley. Conhecia Rufus desde criança, mas optei por usar um tratamento formal, pois percebi que não era uma visita social. Coloquei Johnny e Elizabeth no colo de Porshy, e esperei.
- Bom dia, Morgan, ainda não tive a oportunidade de felicitá-la pelo seu casamento e pelo nascimento de seus filhos. São lindos! Disseram-me que você está muito feliz. Um tratador de dragões é? Apropriado. - enquanto passava a mão na cabeça das crianças. Percy deu uma olhada fria nos sobrinhos, mas estava tão empertigado que duvido que ele saiba discernir quem era quem.
- Obrigada Ministro. Estou muito feliz. - Respondi e continuei: - Agora gostaria de ir direto ao assunto: O que você quer? Sei que não é uma visita social, ou não teria trazido estas pessoas com você. Você raramente nos visitava quando meus pais eram vivos, não seria agora que você o faria.
- Mas que falta de respeito... - bufou Percy e o ignorei, o Ministro levantou a mão para calá-lo e Yuri deu um passo à frente. Notei satisfeita que Nick e Irina haviam se movimentado ao mesmo tempo em que os aurores.
- Ela pode falar o que quiser, ela está na casa dela, Percy. Sinto não ter visitado seus pais antes, Morgan. Eu gostava muito do John e Bess, era especial para mim. – ele falava com sinceridade e assenti com a cabeça.
- Onde está o seu marido?- perguntou e em seus olhos pude ver que ele sabia ou desconfiava da verdade.
- Carlinhos está resolvendo assuntos da Ilha. Deve voltar logo.
- Você também era do exército de Dumbledore?- ele perguntou á queima roupa.
- Não, mas compartilho de muitas de suas idéias. - e ficamos nos encarando.
"Encare o seu inimigo, mesmo que você não tenha chance de vencê-lo. Faça-o pensar duas vezes, antes de atacá-la" - era uma das muitas coisas que meu pai me falava quando criança.
- Talvez o Ministério deva intervir na administração da Ilha. Não há gente o suficiente para cuidar dela. - ele disse tentando parecer casual.
- Esta Ilha está na minha família há gerações e sempre demos conta de tudo. – respondi no mesmo tom.
- Alguém conseguiu burlar seus feitiços e roubar vários ovos de dragão. Isso nunca aconteceu antes.
- Ovos de dragão são roubados de todas as ilhas de criação. Sabemos que não é este o problema. Você acha que vai mostrar força política se intervier na Ilha, como tentou fazer com Hogwarts. Torno a dizer: podemos nos cuidar.
Percy resolveu falar sem ser convidado:
- E o que uma garota pode fazer para defender um lugar deste tamanho sem ajuda especializada.
Antes que eu respondesse, a terra tremeu.
- É um terremoto? – perguntou Percy assustado e os aurores olharam apreensivos para o Ministro que se manteve calmo.
- Não é um terremoto. É o coração da Ilha reagindo. Seu pai me falou sobre isso.
- Então você sabe que não há o que temer. Se esta Ilha cair em mãos erradas, ela vai ser afundada. – respondi e ouvi um som de surpresa escapar da boca de Irina.
- Seria bom ter alguns aurores do Ministério aqui para aumentar a segurança. - Rufus começou a dizer novamente e antes que eu respondesse ouvi uma voz conhecida:
- Que maravilha um comitê de recepção. Não mereço tanto. - e era Alex McGregor, chegando em sua vassoura, trazendo uma caixa de madeira onde se via escrito frágil, que pousou suavemente antes de desmontar. Foi até engraçado de ver a cara de surpresa do Ministro e dos outros aurores enquanto ela os cumprimentava.
- Como vai Rufus? Williamson, Dawlish. - acenou com a cabeça na direção deles. - Morgan querida. - me abraçou e olhou para Yuri e Nick.
- Rapazes, podem ajudar aqui? Sabem que uma garota às vezes é tão... Frágil. - e fez um ar de desamparo, que me deu vontade de rir, mas me controlei.
Yuri e Nick correram para levar a caixa para dentro do estábulo, e Irina ficou parada observando-a. Alex tornou a falar:
- Enquanto descia, ouvi você dizer que a Ilha precisava de aurores. Engraçado, foi o mesmo que os Ministros Berbennot e O'Bannion me disseram quando me pediram para vir até aqui. E acho que uma professora da Academia de Aurores pode dar conta do recado não? Afinal nossos governos estão do mesmo lado. - e colocou nas mãos do Ministro dois pergaminhos com selos oficiais: um do ministério francês e outro irlandês.
O Ministro após ler as cartas, disse meio contrafeito.
- Se tivesse sido informado que você cuidaria disso não estaria aqui, com tantas coisas que tenho para resolver. - e lançou um olhar de censura a Percy, que ficou vermelho.
- Bem, se você está aqui e vai ajudar a Morgan a manter a Ilha em segurança, meu trabalho será um pouco mais fácil. Adeus Morgan, espero poder visitá-la mais vezes quando as coisas estiverem mais calmas.- e caminhou até um ponto mais à frente junto com o seu pessoal e aparataram.
-Uffa! Bem na hora não? – Alex respondeu enquanto pegava Elizabeth no colo e fazia gracinhas para John, que tentava pegar a sua mão.
- As coisas vão ficar perigosas não é? – perguntei apreensiva.
- Parece que sim, mas estamos mais preparados desta vez. E sinceramente eu confio que o Potter vai fazer o que Dumbledore o encarregou de fazer. Se ele não conseguir... - e ela mudou de assunto:
- Será que podemos comer alguma coisa? Não trouxe um casal de testrálios a você como presente de Hagrid à toa não é? Quero ver os arranjos para a colônia de férias. Ty já avisou que vai fazer muita propaganda na escola.
E ela foi comigo cuidar dos novos moradores da Ilha. Apesar de estarmos em estado de alerta, a vida continuava, e precisávamos seguir em frente.
Naquela noite antes de dormir, mais uma vez pedi aos deuses que protegessem a todos nós.