Monday, January 08, 2007

Alguns meses em poucas linhas....

Por Morgan S. M. O. H. Weasley

Quando voltamos para nossa casa nas Ilhas Hébridas, não esperava o comitê de recepção organizado por tia Bertha. Claro que ela já havia contado todas as aventuras pelas quais eu passei neste ano na Beauxbatons, e que para fechar com chave de ouro havia me casado, e já estava grávida, e que meu marido, graças a Merlim, era um tratador de dragões, melhor do que um almofadinha, nas palavras dela.
Era engraçado as mulheres mais velhas abençoarem minha barriga com caras felizes e depois olharem para meu marido com ares reprovadores do tipo "seu animal" rsrsrs, isso durou até a hora em que tia Bertha falou que se ela fosse uns 10 anos mais jovem, ela é quem teria se casado com Carlinhos, gerando o riso de todas. A partir daí elas se soltaram, começaram a tentar mimá-lo, trazendo-lhe pratos de comida ou mesmo perguntando coisas sobre os filhos que ele nem conhecia ainda. Tia Emeraude, queria saber o que ele achava da cirurgia plástica dos trouxas, porque ela estava cansada das poções bruxas que não faziam o que prometiam: rejuvenescer. E ela queria se casar novamente, pois era jovem ainda.
Ele ficou em dúvida sobre o que responder, já que esta tia da minha mãe, tinha pelo menos 80 anos. Segurei o riso enquanto ele dizia a ela, que tudo que ela decidisse fazer seria bem feito, afinal ela era uma mulher muito interessante. Aproximei-me e pedi a Carlinhos que pegasse algo para mim, pois estava com sede. Ele saiu aliviado, e tia Emeraude comentou, enquanto olhava as costas dele:
-Você arrumou um bom homem para marido. Bonito, educado, gentil, e pelos calos nas mãos é trabalhador.
- Obrigada. Tenho que agradecer aos pais dele.
- Sim, e agradeça também pela bundinha dura que nem ovo cozido. Yaammi. Não o deixe escapar.
Comecei a rir enquanto ela ia em direção aos outros membros mais velhos para dizer que meu marido estava aprovado.

Alguns meses depois...

- Não corre... Respira... Não sei por que fui concordar com isso. Acabei de voltar de viagem, estamos cheios de problemas na Ilha e...
- Vamos logo, estamos atrasados. E isso é pelos seus filhos.
- Mas um curso de parto natural "trouxa"? Onde você estava com a cabeça? E você está com quase 8 meses de gestação, eles vão ter que nascer de qualquer jeito.
- Louise disse que isso é muito bom e vai me ajudar na hora do parto. Além de que você precisa de mais tempo para ficar comigo. E vovô Weasley iria adorar saber que os trouxas fazem curso pra isso, quem sabe ele não traz sua mãe. – respondi risonha enquanto entravamos numa sala cheia de mulheres grávidas e seus companheiros. Imitamos os outros casais e nos sentamos no chão. Quer dizer, pelo tamanho da minha barriga, nos últimos tempos eu encalho no lugar mais confortável e Carlinhos banca o guindaste.
Logo uma mulher oriental, entrou na sala calmamente e se apresentou:
- Bom dia. Sou Ming Na, e vou ajudá-los a se preparar para o maior acontecimento em suas vidas. O nascimento dos seus filhos. - ela falou de um jeito tão teatral que fiquei em dúvida se estava na aula certa, pois alguns casais bateram palmas.
- Vamos começar pelas apresentações.
Cada um dos casais dizia o nome, o que faz e o sexo dos filhos, quando chegou a nós Carlinhos disse:
- Carlos Weasley, minha esposa Morgan, somos veterinários, e vamos ter gêmeos. – disse todo sorridente e notei que algumas mulheres ficaram com inveja, e os homens olharam Carlinhos com admiração, enquanto ele estufava o peito.
Como se a decisão do óvulo de se dividir em dois e gerar dois bebês fosse dele e não do meu corpo. Homens... ¬¬
Depois começamos com alguns exercícios de respiração, os pais tiveram que se sentar atrás de nós, passando óleo e alisando as barrigas, falando coisas bonitas para os bebês. E Carlinhos como já fazia isso faz tempo, falava em romeno, nossos bebês se dividiam entre se agitar e ficar calmos.
- Muito bem, agora vamos ver um vídeo de como será o parto normal de vocês.
Nenhuma novidade, pois eu sabia como era um parto natural. Tudo ia bem, ate a hora em que começaram a mostrar cenas da mulher, fazendo esforço para ter o bebê.
- Er... Porque ela não toma algum remédio para dor? Vai ser mais fácil. – comentei.
- Mas uma verdadeira mãe agüenta as dores, é da natureza da mulher. - respondeu um dos homens, e algumas mulheres concordaram. Outras ficaram caladas. Talvez estivessem tão assustadas quanto eu.
- Amor, quer ir embora?- Carlinhos me perguntou baixinho, ao notar o quanto eu apertava a mão dele.
- Não. - respondi insegura.
Em determinado momento o médico disse que o bebê era muito grande e abriram as pernas da mulher de tal forma que bastava um pequeno puxão e ela se rasgaria ao meio. Quando aquele bebê de quase 5 kilos saiu de dentro dela, eu estava chorando. Não de emoção, mas de verdadeiro pavor. Outras mães começaram a derramar algumas lágrimas e a professora disse:
- Não é emocionante? Todas passarão por esta alegria...
Não terminei de ouvir o resto. Levantei-me o mais rápido que podia e sai dali. Carlinhos estava ao meu lado e logo chegávamos à rua.
- Morgan mais devagar...
- Eles não vão nascer... Não daquele jeito. - disse chorando.
Não conseguia parar para ouvir, tudo o que eu queria naquele momento, era me esconder do mundo e que meus filhos nunca saíssem da minha barriga. No que dependesse de mim, eles ficariam aqui.

Dois dias depois...
- Morgan abre esta porta...
- Não.
- Morgan, eu quero entrar no nosso quarto, tomar um banho e dormir na nossa cama. Eu trabalhei feito um escravo e preciso dormir. - Carlinhos disse irritado.
- Você não dorme nesta cama, nunca mais.
- O que está havendo?- ouvi tia Bertha perguntar no corredor.
- A Morgan não me deixa entrar no quarto, passou o dia trancada, não comeu o dia todo. Foi o que o Porshy acabou de me contar. - respondeu Carlinhos.
- Porshy eu vou mandar você embora, seu fofoqueiro. - gritei do quarto.
- Mas a Morgan não pode ficar sem comer, ainda mais na fase final, precisa de forças para a hora do parto.
- Não preciso não. Já estou super gorda, nem posso me movimentar direito sem ajuda. (funguei). Eles vão ficar quietos aqui, vão... AIIIIIIII.-
- Morgan o que tá acontecendo, por Merlim abre a porta. – Carlinhos gritou desesperado ao ouvir meus soluços.
POP - ouvi o barulho e Porshy apareceu do meu lado dentro do quarto.
-A mestra vai ter os bebês não é? Por isso está nervosa. - e foi me empurrando em direção à cama.
- BOMBARDA.
Ouvimos uma explosão e a porta do quarto havia era derrubada. Carlinhos entrou rápido.
- Amor, o que está havendo?- abaixava-se ao meu lado.
- São os bebês, eles querem nascer. – respondeu o Porshy.
- Mas já? Ainda é cedo... Amor, calma ok? – enquanto eu sentia outra dor.
Porshy me olhou sério e disse:
- Mestra, você não ama seus bebês?
- Amo, mas estou com medo. Ainda são novinhos ainda...
- Se vão nascer, é porque já se sentem prontos mestra. O mestre está aqui, não vai deixar nada de ruim acontecer com vocês. E a mestra teve dores o dia todo não é?- enquanto ele punha as mãos sobre minha barriga. Sacudi a cabeça afirmativamente.
- Amor, eu preciso que você seja forte só mais um pouquinho ok? Não vai acontecer com você o mesmo que aquela mulher. Ninguém precisa sofrer assim
- E se eles não gostarem de mim Carlinhos? Não sei muita coisa...
Carlinhos acabou entendendo que meu maior medo não eram as dores do parto, mas medo de não ser boa mãe.
- São meus filhos, já receberam os genes do meu amor por você, não tem como errar. – respondeu amoroso e naquela hora uma calma enorme abateu-se sobre mim. Sorri e disse olhando nos olhos dele:
- Porshy busque as poções que preparei... - tia Bertha entrou no quarto e disse:
- Já estão aqui querida, Carlinhos pelo jeito dela, não vai demorar. - enquanto dava uma poção para amenizar a dor, sem interferir no trabalho de parto.
Carlinhos saiu do meu lado por alguns minutos para se preparar e logo voltou de banho tomado e pronto para me ajudar no parto.
Após algum tempo que me pareceram horas, ouvi o choro do meu primeiro bebê:
- É um menino! – gritou tia Berta, enquanto eu voltava a fazer força e após algum tempo nasceu uma menina. - Carlinhos se aproximou carregando nossos bebês e falando com eles:
- Agora vocês vão conhecer a mamãe. - enquanto punha nossos filhos em meus braços e enxugava as lágrimas de alegria de seus olhos.
Minha exaustão e cansaço passaram como por milagre enquanto olhava para aquelas duas cabecinhas tão parecidas e com uma penugem ruiva.
- Como vamos chamá-los? – perguntou Carlinhos.
- Pensei em dar-lhes os nomes de meus pais... O que você acha?
- Deixe-me ver... - enquanto os segurava novamente. Após algum tempo sorriu e disse:
- Bem vindos: John e Elizabeth O’Hara Weasley.
Naquela noite antes de adormecer, ouvi Carlinhos falando com eles numa voz calma e o pouco que ouvi era:
- ... De repente aquela garota linda saiu da parede e, caiu em cima de mim, eu me apaixonei á primeira vista....
Sorri satisfeita. Começava um novo ciclo em nossas vidas.

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