Do diário de Alex McGregor
Eu estava de folga das missões da Ordem então aproveitei para terminar de arrumar nossa casa em Londres. Kyle e eu estávamos pensando seriamente em mudar para cá, para ficarmos perto dos amigos em caso de necessidade. Nosso filho continuaria em Beauxbatons, onde era mais seguro para ele. Kyle ultimamente estava mais carinhoso, me cobrindo de atenções, como no início do nosso casamento. Sabe aquela coisa de acordar no meio da noite apenas para dar um beijo e dali, ficarmos acordados até o nascer do sol ou então ligar algumas vezes ao dia para dizer: eu te amo.
Estas pequenas coisas haviam se tornado uma agradável rotina em Londres, apesar dos problemas. Às vezes eu ficava insegura e me perguntava se ele estaria aprontando alguma coisa, pois ele estava agindo como se precisasse provar todo dia que me amava. Resolvi fazer um jantar a luz de velas, assim que Ty fosse para a escola para surpreendê-lo.
....
Ty havia saído para ir até o centro comprar um produto para sua vassoura e Kyle estava fora a trabalho. Logo chegaria para levarmos nosso filho até a escola. Eu estava descendo com as ultimas coisas do Ty, quando ouvi a porta da frente bater com força excessiva. Só podia ser um dos dois; desci e encontrei meu filho:
- Ei, Ty acabei de restaurar esta porta, mais cuidado. Hei, o que houve?- olhei para seu rosto transtornado.
- Nada, mãe.
- Como nada? Você está com uma cara péssima. Conta o que aconteceu? Se não a mim; ao seu pai que vai chegar logo.
- Onde aquele cara está?
- Como aquele cara? Ele é o seu pai, que modos são estes?
- Não vou conseguir olhar para ele tão cedo.
- O que foi que houve? Explique-se agora ou vou ter que forçar você a falar? - disse começando a ficar irritada.
- Eu vi meu pai no centro da cidade.
- Viu? Ah, e porque você não esperou para virem para casa juntos?- Nunca vi meu filho com um olhar tão desesperado e triste ao mesmo tempo
- Porque ele estava acompanhado mamãe, por uma moça bem jovem. Não quis atrapalhar os dois. - disse baixo.
Sabe quando você demora a entender alguma coisa óbvia?
- Devia ser alguma das novatas do escritório filho, devia ter falado com eles, você nunca o atrapalharia.
- Eles estavam se abraçando mãe. Será que preciso desenhar pra você entender o que meu pai tava fazendo? - disse com asco.
Parecia que eu havia tomado um soco. Olhei para ele e disse:
- Você tem certeza disso?- e meu filho fez que sim com a cabeça.
- Arrume suas coisas, você vai voltar pra a escola hoje. – disse enquanto subia para o quarto, com ele me seguindo.
- Vou ficar aqui com você mamãe. É minha obrigação.
- Sua obrigação é me obedecer. (ele abriu a boca para protestar, falei enérgica):
- Não vivemos numa democracia Tyrone, portanto quero você protegido em Beauxbatons, enquanto volta a estudar. Conte-me tudo o que você viu. – enquanto tirava uma sacola do armário e punha algumas roupas dentro.
Ele fez como era mandado e depois disso, telefonei para alguém que poderia acompanhá-lo em segurança até a escola. Apesar do meu medo em admitir que houvesse alguma coisa errada acontecendo em meu casamento, a segurança do meu filho era prioridade.
Desci com minha mala e Ty com as coisas dele. Acendi a lareira, pois mandaria meu filho via rede de Flú. Kyle chegou assobiando e se espantou quando viu as malas prontas.
- Ei, filhão aonde você vai?- falava enquanto tentava me beijar.
Empurrei-o.
- Não me toca. - disse ríspida.
- Amor, o que houve? Ty, o que aconteceu aqui?
- Como todo homem sem vergonha, foi se exibir com sua garotinha por ai né? Achou que ninguém fosse te ver? Mas o nosso filho viu vocês se abraçando na joalheria. - comecei a falar descontrolada.
Ele estava chocado, e começou a dizer:
- Não é o que você está pensando... Ty você viu errado...
- Meu nome é Tyrone, para você. – o garoto disse irritado.
- Pensei que você fosse mais original Kyle, dizer "não é o que você está pensando" me decepciona. Sempre o achei inteligente, correto, honesto, mas vejo que me enganei feio com você.
- Selene, benzinho... Eu não queria te contar assim... Olha aquela moça é...
- Não me interessa quem seja aquela moça, ou qualquer outra que esteja saindo com você. Você me traiu.
- Não... Não te traí... Você tem que me ouvir, por favor... - e pude notar pânico na sua voz ao ver a minha mala.
Nesta hora, ouvimos um barulho na lareira e Ty falou:
- Mãe... O tio Logan chegou. - e Logan espanava as cinzas das roupas e olhou-me de cima em baixo para ver se eu estava bem.
- O que ele faz na minha casa? Agora ele entra aqui assim é? - Kyle irritado fechando os punhos.
- Ele vai acompanhar o Ty até a escola. – respondi encarando-o.
- Eu é que vou acompanhar o MEU filho até lá... – ele respondeu, mas Logan interferiu:
- Vocês dois têm algumas coisas importantes para conversar. Eu estou indo a Paris, não me custa nada. Você sabe que eu nunca deixaria nada acontecer com o seu filho McGregor. - ele disse encarando Kyle, que avaliava a situação. Por fim, ele concordou e disse:
- Tchau filho. - e não obteve resposta.
- E agora, mãe?- Ty perguntou baixinho, enquanto me abraçava, e eu segurei as lágrimas. Sabia que meu menino, queria saber se ainda éramos uma família. Não iria chorar na frente dele.
- Depois dou um jeito de falar com você, não se preocupe comigo. Proteja-se e tente não enlouquecer Máxime este ano, sim? Logan! Cuide do meu filho. – foi mais uma ordem do que um pedido, mas ele assentiu assim mesmo, ajudou Ty com suas coisas e foram para a lareira. Antes de falarem o nome da escola, Logan me encarou e eu disse:
- Vou ficar bem. É sério. - ele se convenceu e entrou na lareira com meu filho.
Senti que morria por dentro ao ver o olhar de decepção misturado com raiva, do filho para o pai, enquanto ele gritava o nome da escola.
Peguei minha mala e fui para a porta.
- Você não vai a lugar nenhum, enquanto eu não falar com você. - Kyle falou e tentou segurar meu braço, mas eu encostei a varinha na cara dele:
- Só não acabo com você, porque você não vale uma temporada em Askaban, e eu ainda tenho um filho pra criar.
- Juro por tudo que é mais sagrado: As coisas não são o que parecem. Por favor, deixa explicar...
Foram as últimas palavras que ouvi dele, antes de sair de casa e aparatar para bem longe.
Tuesday, August 15, 2006
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