Da atolada agenda de Yulli Hakuna
Enquanto fazíamos nosso show particular em cima do palco, notei que alguns franceses me olhavam com sorrisos maliciosos... Louise e Alex logo foram puxadas para cima e com nossas coreografias conseguimos arrecadar dinheiro para pelo menos pagar as contas da noite! Vi quando um grupo de pessoas entrou no salão e meu coração deu um salto boca afora ao reconhecer um homem louro no meio. Ele me encarava com o mesmo sorriso que me deixou desarmada anos atrás e percebi, mesmo sem querer, que não era diferente!
Ele chegou até perto de onde eu estava e estendeu os braços pra me ajudar a descer. Segurou forte a minha cintura e me ergueu no ar. Senti um arrepio gelado percorrer desde meus ossinhos dos dedos do pé até o último osso no topo do crânio. Quando meus pés tocaram o chão e encarei Sergei, entendi que não poderia lutar contra meu íntimo. Fomos nos sentar à mesa, e para meu maior espanto, Remo também estava lá. Não o via desde o enterro dos Potter, e senti seu olhar pesaroso ao constatar isso. Louise me parecia um tanto eufórica, mas sufocava a sua vontade de pular no pescoço do Remo em uma expressão séria e desinteressada, e Alex e Kyle conversavam sobre o dia. As músicas estavam agitadas, e Alex e Kyle saíram pra dançar. Sergei me tirou pra dançar e me puxou pra mais perto dele. Essa era a hora que minhas pernas começavam a ficar bambas? Não? Bom, elas ficaram... Falhas técnicas às vezes acontecem! Me peguei o beijando pouco tempo depois, me senti a mesma adolescente de 16 anos... Ele sorriu e começou a me arrastar para fora.
YH: Pra onde a gente estar indo?
SM: Você vai ver... Se não quiser ir, tudo bem...
YH: Vamos!
Saímos pelas ruas de Paris com os braços entrelaçados. Tinha perdido a noção de tempo, de condições físicas, não queria pensar em nada. Chegamos no Rio Sena, e ele me conduziu até uma pequena gôndola, onde nos sentamos e ele foi distanciando ela da margem. A noite estava realmente muito linda...
SM: Acho que a gente sempre vai acabar em uma gôndola, não é?
YH: Bem, parece que sim... Com alguns poucos 10 ou 13 anos de diferença...
Quando paramos, mais ou menos no meio do Rio Sena, estávamos tão grudados que era difícil distinguir quem era quem... Ela segurava firme meu pescoço e minha cintura, me senti entregue... Depois disso, não vi mais nada além de o sol nascendo tão lindo quanto os que vemos no Japão... Sergei estava ao meu lado, estávamos abraçados e deitados no chão, do outro lado da margem do rio, não sabia como tinha parado lá, só desconfiava, e o sorriso insistia em sair. Uma noite maravilhosa! Agora entendo porque Paris é a cidade luz, cidade do amor!
Thursday, April 13, 2006
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