Sunday, June 25, 2006

Fim de Festa! Começo de problemas para alguns...

Anotações de Alex McGregor

Havíamos entrado em contato com todos da primeira formação da Ordem para que estivessem presentes na festinha que estávamos organizando. Claro que alguns torceram o nariz como a Molly Weasley, que mulher chata, por Merlim.
-Não seria apropriado fazermos uma festa agora, estamos em luto por Dumbledore. Seria desrespeitoso. - ela me disse com aquele de ar sabe-tudo, enquanto arrumávamos as coisas para abrir espaço.
Havíamos mexido nas escalas de trabalho de todos de modo ao pessoal da primeira formação estar reunido no mesmo horário. Ela até tentou obter ajuda do Artur, mas até o Kyle interferiu dizendo que era uma forma dos laços antigos serem fortalecidos, e ele nos apoiou.
Ok agora a verdade  : Yulli, Scott e eu queríamos um motivo para juntar Remo e Louise, sem a presença da Tonks.
Desleal? Pode até ser, mas no amor e na guerra você faz de tudo para vencer. E se não déssemos uma pequena, mas vital ajudazinha àqueles dois, nós não conseguiremos saber se eles ainda se amam ou não.
Na hora marcada, todos foram aparecendo e para horror das crianças, colocamos as músicas do nosso tempo em Hogwarts.

Callin' out around the world--
Are you ready for a brand new beat?
Summer's here and the time is right
For dancin? in the streets.

Kyle estava atrasado, mas começamos a festa assim mesmo. Quim havia presenteado Remo com um charuto e parabenizado o papai gerando muitas risadas, de quem sabia da historia deles. Ty, Gabriel, Gina e Hermione nos olhavam chocados. Afinal nunca viram tantos dinossauros, fazerem passinhos de rock anos 60 tomando Cuba Libre e Hi-Fi.
-Dança comigo?
Virei-me e Logan estava parado na minha frente.
- Claro, que sim. Que bom que pode vir.
- Nâo poderia perder uma festa organizada pelas Lufanas. Éramos felizes e não sabíamos.
Começamos a dançar juntos as músicas que tantas vezes havíamos dançado na escola, notei quando Molly se plantou ao lado de Remo e Louise pela cara de minha amiga, a senhora devia estar dizendo algumas besteiras. Comecei a me virar para intervir, quando Logan me segurou pela cintura dizendo:
- Scott já está cuidando de tudo.
E vi satisfeita que ele tinha razão. Se alguém poderia deixar Molly Weasley quieta por um tempo, seria o Cott.

It's sad to think, we're not gonna make it
And it's gotten to the point where we just can fake it (Ooo)
For some unGodly reason we just won't let it down (let it down)
I guess neither one of us (neither one of us)
Wants to be the first to say good bye

Nesta hora hora começou uma música lenta e Logan, que já estava com a mão na minha cintura me puxou para ele:
- Vamos conversar enquanto dançamos.
- Ok.- sorri
- Vi seu filho na escadaria olhando chocado este bando de coroas bancando os adolescentes, arrasando na pista com estas músicas emboloradas de tão velhas.
- Ele teve foi sorte de você aparecer, senão eu o teria arrastado para a pista de dança.
- Que bom que cheguei a tempo, ou o Ty precisaria de terapia. Paguei muito mico em festas da familia tendo que dançar com a minha mãe na idade dele. Acho que por isso não sou muito normal.- começamos a rir e era tão fácil dançar com Logan. Ele me olhou sério e disse:
- Senti sua falta Alexandra....
- Eu tambem senti falta de sua amizade Logan.
- Vocês estão bem? Soube pelo Artur que o Ty se machucou feio neste último ataque..
Contei rapidamente os últimos acontecimentos e ele disse:
- Quer dizer então que ele herdou a projeção de vocês? Sempre o achei talentoso. Se você permitir, gostaria de marcar uma reunião com você. Paige me escreveu dizendo que tem uma menina lá com os mesmos sintomas que você demonstrava na escola, principalmente os pesadelos. Ela quer que você dê uma olhada na garota.
Ficamos falando sobre assuntos triviais, quando Kyle parou ao nosso lado sério:
- Interrompo alguma coisa?
- Claro que não! Amor como você demorou, estava começando a ficar preocupada. Quer uma bebida? – soltei-me de Logan e abracei Kyle enquanto o beijava.
- Quero sim, meu bem.
Diexei-os a sós enquanto ia buscar uma bebida para Kyle..
- Você é persistente....
- Tenho que ser.
- Imagino que você fique torcendo para alguma coisa séria me acontecer, e aí você consolar a viúva.
- Oh, ho, fico feliz em saber que ainda te preocupo. Sinal que nem tudo vai em entre vocês. O que foi? Falei alguma verdade Kyle?
- Está tudo muito bem entre nós, Warrick, como sempre esteve. O problema é você ficar rondando como uma ave agourenta minha mulher e meu filho.
- Gosto muito do Ty, e sempre amei a Alex. Nunca escondi isso.
- Você devia se casar e ter seus próprios filhos.
- Não posso ter filhos.
- Como?
- Não posso ter filhos e mesmo que pudesse não seriam os filhos dela.
- Diga honestamente o que você quer aqui Warrick.
- Ajudar. Nosso mundo corre um perigo muito maior, do que nossa guerra particular McGregor. E se por um acaso você saísse de cena, eu não teria a menor chance com ela. Você venceu no momento em que ela descobriu que vocês não eram irmãos. - antes de se afastar porém ele disse para o Kyle:
- Cuidado com o que você anda fazendo. As pessoas sempre falam dos nossos pequenos "deslizes".
Pude ouvir a última frase e olhei curiosa para Kyle. Ele sustentou meu olhar por algum tempo, enquanto pegava o copo de wisky de fogo da minha mão, e depois desviou os olhos.
- O que está havendo Kyle?- perguntei preocupada.
- Nada. Eu te amo e isto é o que importa ok? - enquanto me abraçava e afundava a cabeça em meu pescoço, deixando-me arrepiada. Procurei me concentrar nele, mas as palavras sempre voltavam à minha mente: "pequenos deslizes"...
O que será que estava acontecendo?

N.AUTORA: MÚSICAS: Neither one of us - Gladys Night
Dancing in the street - Martha Reeves & Vandellas

Friday, June 23, 2006

You're the first, the last, my everything

Por Louise Storm

We got it together didn't we
We definitely got our thing together don't we baby
Isn't that nice
I mean really when you really sit and think about it
Isn't it really really nice


- Acorda Louise, você vai se atrasar.
- Vai embora Scott, me deixa dormir.
- Sai logo dessa cama, mulher, vai se atrasar pro trabalho!

Scott me sacudiu com violência e senti minha cabeça pesada quando sentei na cama. Ele estava parado na minha frente ainda amarrotado segurando um copo d’água e um comprimido, estendendo-os pra mim quando consegui abrir os olhos direito. Ainda eram 6 da manha.

I can easily feel myself slipping more and more away to
That simple world of our own
Nobody but you and me
We got it together baby


- Para curar a ressaca.
- Obrigada... Por que você me deixou beber daquele jeito ontem?
- Vai querer jogar a culpa em mim? Não temos mais 15 anos, você sabia o que tava fazendo.
- Ah eu estava frustrada, se não bebesse ia ficar pensando e ai não ia me divertir.
- Normalmente se come chocolate quando está frustrado...
- Chocolate engorda. Ai droga, deixa ir logo ou vou me atrasar.

Engoli o remédio que Scott me deu e me arrastei até o banheiro para tomar banho. A impressão que tinha era de que carregava um piano na cabeça e que tinha apanhado na festa, pois meu corpo doía. Fui embora para o hospital de carro, pois era um hospital trouxa e não poderia aparatar no meio dele, e enquanto enfrentava o engarrafamento de Londres, ia lembrando da noite anterior.

My first, my last, my everything
And the answer to all my dreams
You're my sun, my moon, my guiding star
My kind of wonderful, that's what you are


Passei mais da metade da noite com Remo. Conversamos, rimos, dançamos, mas tudo naquele clima de amizade e por mais que tentasse negar, aquilo estava me matando. A cada minuto, eu tinha mais certeza que não passaríamos desse ponto. Ele agora tinha uma namorada, nunca ia forçar algo diante disso. Então para não acabar me desanimando, bebi alem da conta. Agora tinha que encarar 12hs de plantão sem matar um paciente. É, só consegui 2 meses em Londres porque vou trabalhar algumas semanas no hospital daqui, um tipo de ‘intercâmbio’ entre os médicos. Nesse momento tem um médico britânico assando no calor do Rio de Janeiro.

O dia passou se arrastando. Chovia muito e a toda hora chegava um paciente envolvido em acidente de transito, não dando um único minuto sequer de folga para tomar ao menos um café forte. Meu plantão já estava perto do fim quando vi Scott na recepção do hospital pressionando um pedaço de pano na testa. Corri ate ele na mesma hora.

I know there's only, only one like you.
There's no way, they could have made two
You're all I'm living for,
Your love I'll keep for evermore,
You're the first, you're the last, my everything


- O que aconteceu? Você está bem??
- Sim, não foi nada demais, só um maluco que bateu no meu carro.
- Vem ate aqui, deixe-me ver isso!
- Já curou a ressaca? – disse quando entramos na sala vazia
- Ainda estou cansada, mas só mais uma hora e vou pra casa dormir.
- Dormir? Não pretende ir atrás do que lhe causou a ressaca??
- Outro coquetel?
- Não se faz de besta, você sabe do que estou falando!
- Não vou atrás de ninguém, já falei. Ele tem namorada e não vou ser a outra!
- Mas quem é que está dizendo que você tem que ser a outra? Bota aquele projeto de camaleão pra correr, Louise!
- Para com isso Scott, não vou fazer nada. Ontem a noite ficou bem claro que vamos ficar só na amizade.
- Ainda acho que você deveria correr atrás do que quer. Você não o ama?
- O que?
- Responde minha pergunta e sem gaguejar: você ainda o ama?
- Sim, lógico.
- Então não tem razão pra você não correr atrás da sua felicidade. O Remo sempre foi lerdo, tenho certeza que está na mesma incerteza que você. Não vai nos forçar a intervir, não é?
- Não pensem em fazer nada!
- Então age ou não posso garantir que vou ficar de braços cruzados assistindo esse circo. Por Merlin, vocês têm um filho juntos!

In you I've found so many things
A love so new only you could bring
Can't you see if you,
You'll make me feel this way
You're like a first morning dew on a brand new day


Scott falou isso tão alto que algumas pessoas que passavam na hora olharam assustadas. Terminei de dar os pontos na testa dele e sai o rebocando de lá para fora do hospital. Ele ainda vinha falando no meu ouvido sobre o assunto e paramos sentados no banco, debaixo da cobertura. Um ventinho gelado cortava nossos rostos, mas sentia falta desse clima frio de Londres e não estava me importando. Vários pacientes transitavam por ali, apesar da forte chuva. Scott parou de falar e ficou me encarando, serio. Odiava isso nele. Meu amigo sempre tinha razão nas coisas que dizia, mas quando ele cansava do sermão e se limitava a olhar para você com aquele ar de reprovação ou descontentamento, era mil vezes pior.

Encostei minha cabeça na parede cansada, fechando os olhos. Começava a analisar tudo que ele vinha dizendo desde que chegamos a Londres quando senti alguém me cutucar. Abri os olhos devagar e Scott estava me olhando com um sorriso satisfeito no rosto, indicando alguma coisa do outro lado da rua com a cabeça. Virei para ver o que era e vi Remo parado na calçada, completamente encharcado. Quando percebeu que eu havia o visto ali, começou a caminhar rápido, traçando uma reta ate onde estávamos. Scott levantou depressa quando ele parou na minha frente.

I see so many way that I can love you,
Till the day I die.
You're my reality, yet I'm lost in a dream
You're the first, the last, my everything


- Por mais que eu queira ficar e ouvir, não acho apropriado... – e saiu de perto, mas parou a pouco mais de 5 passos, encostando-se na parede.
- É você. – disse finalmente
- O que?
- É você Lou, sempre foi. Não existe outra pessoa.
- O que você esta falando? Você não tem uma namorada?
- Acabou. Não tenho mais nada com ela. Desde que você voltou não consigo mais pensar em outra coisa.
- Mas eu pensei que...
- PELO AMOR DE DEUS LOUISE, ELE TA DIZENDO QUE QUER FICAR COM VOCÊ!

Scott berrou impaciente e lhe lancei um olhar quase assassino, pois as pessoas que estavam lá fora agora paravam para prestar atenção por conta do escândalo dele. Remo estendeu a mão e me puxou do banco, ficando encostada nele debaixo da chuva. Podia sentir que cada olhar naquele pátio estava voltado para nós dois. Fiz esforço para ignorar esse fato e encarei Remo. Ele me prendia junto dele de maneira que eu não pudesse sair.

- Quero recomeçar do zero. Esquece tudo que aconteceu antes.
- Não é tão simples assim, você...
- É simples sim Louise, basta querer. Eu quero. Resta saber se você também quer.
- Lógico que ela quer! – Scott não se conteve e interrompeu de novo. Dessa vez ele teve o apoio dos desconhecidos abelhudos que estavam parados, uns até comprando café e biscoito para passar o tempo.
- Fica quieto Scott! – falei ríspida
- Ele está certo, não? Você quer, mas tem medo. Acertei?
- Medo não é a palavra exata...
- Lou, nós temos um filho juntos. Acho que não tem motivação maior que essa.
- Isso não é motivo para manter uma relação. Ajuda, mas não basta.
- Mas não é esse o principal motivo! Eu te amo! Isso não é o suficiente para você? Eu estou aqui, na sua frente, dizendo que nada mais me importa agora, só ficar com você. O que mais quer que eu faça?

I know there's only, only one like you
There's no way they could have made two
Girl you're my reality
But I'm lost in a dream
You're the first, you're the last, my everything


Queria ter respondido que ele não precisava fazer mais nada, que aquilo era mais que suficiente, mas não conseguia formar sentenças. Em vez disso, envolvi minhas mãos em volta de seu pescoço e o beijei. Ouvi Scott soltar um grito empolgado e puxar aplausos embaraçosos, mas não conseguia brigar com ele, sabia que ele realmente estava feliz por mim. Eu tremia de frio por estar encharcada da chuva, mas pouco me importava naquele momento. Remo enlaçou os braços na minha cintura quando o soltei do beijo, me olhando sorrindo.

- Só existe você Lou, só você...

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N.A.: You're the first, the last, my everything, Barry White

Thursday, June 22, 2006

Resistindo as tentações

Por Louise Storm

Por conta da tensão dos últimos dias, Alex, Yulli, Scott e eu, revivendo os velhos tempos, resolvemos organizar uma festinha na sede da Ordem, uma reunião dos velhos amigos de escola e membros da 1ª formação. Logo começamos a espalhar a noticia, confirmando os nomes dos que viriam e tentando coincidir os horários de plantão para que ao menos a maioria da nossa turma estivesse presente. Alex disse que os novatos não eram importantes, que deveríamos trocar algumas escalas para nos certificarmos de que somente os antigos comparecessem. Sei... Havia entendido muito bem o que ela realmente pretendia com essa sugestão, mas não contestei, apenas não ajudei a mexer no quadro de escalas.

Na noite marcada para o encontro, praticamente todo mundo que queríamos apareceu. A casa estava parecendo uma festa ainda nos anos 80, quando a turma se reunia depois do trabalho numa sexta-feira para esquecer os stress e rir um pouco, dançar, andar pelas ruas de Londres sem rumo. Remo também estava lá, obvio, e sem a namorada. Pelo que Yulli me falou, Tonks estava nesse momento de guarda em algum lugar longe dali e que isso era a oportunidade perfeita para eu dar um rumo naquela historia. Ela se juntou a Alex e Scott no coro e não falavam de outra coisa.

Decidi ignorar as indiretas e piadinhas do trio e fui ate o outro lado da sala conversar com Remo e Quim. Assim que me viu, Quim abriu um enorme sorriso e disse que voltava em um minuto, sumindo pela porta. Ele voltou rápido, batendo no peito do Remo e lhe entregando um charuto. Engasguei com a bebida na mesma hora, entendendo a brincadeira.

- O que é isso?
- Mazel tov! Desculpe, mas não tinha um que dissesse “É um garoto de 15 anos!” na loja...
- Você é ridículo, alguém já disse isso?
- Estava querendo fazer isso desde que soube do Gabriel, mas precisava ser na frente da Louise ou não teria tanta graça! – falou rindo – Ai, ai... Vou deixá-los conversarem a sós, devem ter muito assunto...

Ele saiu ainda rindo e Remo me olhou serio, mas logo deixou a risada escapar ao ver que eu também não conseguia parar de rir. Conversávamos sobre nossas vidas, tudo que passamos nesses anos afastados, quando uma bruxa ruiva e baixa parou ao nosso lado, tentando parecer simpática.

- Espero não estar atrapalhando a conversa. Ela me pareceu bem animada...
- De jeito nenhum! Lou, essa é Molly Weasley. Molly, essa é a Louise Storm, a mãe do meu filho.

Olhei espantada para ele, ainda não estava acostumada a ouvir isso. E pelo jeito nem ela, pois a mulher torceu o nariz sem disfarçar e em seguida forçou um sorriso, estendendo a mão para mim. Fui obrigada a apertá-la. Ela se plantou feito um saco de batatas ali e não dava sinal de que arredaria pé.

- Quer dizer então que você criou seu filho, er... sozinha?
- Sim, praticamente sozinha. Tive ajuda de um amigo, mas sou mãe solteira.
- Isso não é certo, crianças devem crescer com um pai e uma mãe.
- Pois é, concordo com a senhora, mas nem sempre as coisas saem como planejadas, não é mesmo Remo? – e vi que ele prendeu o riso, sabia que já estava perdendo a paciência com o interrogatório.
- Vocês, mulheres modernas... Essa segurança toda é para cobrir o fato de que não conseguem arranjar um marido!
- Molly! – Remo exclamou espantado.
- Ora, mas é a verdade, pergunte a quem quiser que...
- Olá! Posso interromper? A senhora é Molly Weasley, certo? Prazer, Scott Foutley. Sou chef de cozinha e encontrei sem querer algumas de suas receitas lá dentro, podemos trocar umas palavras?

Scott fazia uma cara cínica e se insinuava sem disfarçar para ela, que acabou caindo na conversa dele e saindo sem terminar a frase. Amo o Scott, sempre salvando as situações criticas. Quando eles se afastaram virei seria para Remo.

- Posso bater nela? Ela não é tão mais velha assim, não seria agressão ao idoso!
- Não liga pra Molly. Ela é um tanto conservadora, mas não é má pessoa. Se quer minha opinião, acho que esta com ciúmes...
- Ah, por favor, que mulher intrometida!
- Esquece isso... Vem, vamos dançar, sei que você gosta dessas musicas.

Ele me puxou pela mão pro meio do pessoal que dançava animado no meio da sala umas musicas velhas de doer, mas todas do nosso tempo de escola. Via que Gabriel, Ty, Miyako e mais duas meninas estavam sentados na escada e olhavam horrorizados aquele bando de ‘coroas’ na opinião deles se empolgando com as velharias.

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- Porque não fica? Volte para Londres comigo.
- Não posso... Minha vida agora é em outro lugar...
- E não há nada que te prenda aqui?


Dançava com Louise na sala e de repente a cena da nossa despedida em Paris voltou a minha mente. Ela não havia respondido minha pergunta, apenas me beijou e atravessou o portão de embarque. Havia passado meses na incerteza de que ela voltaria a Londres e agora que ela estava aqui, via minha vida virar de cabeça para baixo. Estava namorando Tonks pouco mais de uma semana e estava feliz, não podia me queixar. Mas agora já não tinha mais tanta certeza disso.

Louise e eu ficamos muito tempo afastados, passamos anos sem nos falar. Mas vendo ela aqui na minha frente, rindo e brincando como antigamente, sentia minha cabeça girar. Era forçado a admitir que não me divertia assim, como estou me divertindo agora, há anos. Só ela conseguia me fazer rir, esquecer as preocupações, sempre me entendia, e mesmo depois de tanto tempo percebi que tudo continuava igual. E para completar, agora sabia que tínhamos um filho juntos.

Olhei para os lados e vi que Scott ainda prendia Molly do outro lado da sala e podia perceber que ele se esforçava para não deixa-la sair. Me senti grato por isso, não queria que ela viesse interromper outra vez. Virei para Louise de novo. Ela estava rindo e falando o quanto a musica que tocava era velha. Talvez ela não se lembre, mas era a musica que estava tocando no dia em que começamos a namorar, ainda na escola. O ritmo foi ficando mais lento e enquanto nos aproximamos mais, pensava no que iria fazer, tentava encontrar um jeito de resolver essa situação. Encostei meu rosto no dela enquanto dançávamos e sentia meu coração bater cada vez mais depressa. Podia ver que muitos nos olhavam, mas não me importava, sabia agora exatamente o que tinha que fazer, não restava mais duvidas... Tonks podia ter muitas qualidades, mas ela não era a Louise...

Thursday, June 01, 2006

Entenda o passado...prepare-se para o futuro!

do diário de Alex McGregor

Estava em minha sala vendo alguns documentos antigos, quando o diário de minha mãe, caiu no chão. Há quantos anos não mexia nele. Levantei-o e subitamente senti saudades da mulher que eu só conheci através daquelas linhas. A vida que eu tenho hoje, devo à ela.
Comecei a relê-lo.

Durmstrang, outono 1956

Love me tender,
love me sweet,
never let me go.
You have made my life complete,
and I love you so.

Ai, ele é tão lindo... *suspiros*
A razão do meu afeto está no sétimo ano, é capitão do time de Quadribol da escola e nem preciso dizer o quanto ele é popular com as garotas. Algumas fariam loucuras para poder receber um olhar dele. Mas ele parece não ligar para isso ou finge que não. Sabe... Algumas vezes, eu fico escondida numa das ameias do castelo só para vê-lo conduzir os treinos de quadribol. Na outra noite, ele virou-se e sorriu para onde eu estava. Juro que se eu não estivesse imóvel no escuro, pensaria que ele sabe quem é. Que tolice a minha... Ele nem sabe que eu existo. Nem lembra que já estive em festas na casa dele... Também naquela época eu ainda usava tranças e estava com espinhas... Aquele dia eu chorei tanto porque minha mãe me obrigou a ir, só porque era uma reunião dos clãs... Vou sonhar com ele esta noite... Sei que vou.
*fazendo corações ao redor da inicial C *


Durmstrang,
Fim do Inverno 1956



Hoje tivemos o baile da escola. O diretor Ivanov resolveu acender as lareiras, segundo ele: para deixar a atmosfera mais aquecida. Claro que ele fez isso para o conforto próprio, pois sofre de gota. Não tenho passado muito frio aqui, pois Connor, que está no último ano, ensinou alguns garotos da minha classe a conjurar fogos portáteis. Todos andam para cima e para baixo com seus vidrinhos.
Aceitei o convite de Igor, porque ficaria muito feio chegar sem acompanhante ao baile. Seria um suicídio social, não que eu seja popular, nada disso. Dançamos algumas músicas, e em dado momento ELE veio até a minha mesa pedir uma dança...Sim, ele mesmo: Connor McGregor.
CM - Seu carnê de danças está cheio senhorita? Se não estiver gostaria de uma contradança.
SM - Claro, que eu reservo uma para você. Aliás, esta agora está livre...
CM - Então vamos. - deu-me o braço e eu me sentia a garota mais feliz do mundo.
Começamos a dançar e ele começou a falar comigo, com aquela sua voz calma, e mágica:
CM - Está muito bonita esta noite, Sarah.
SM - Como sabe meu nome?
CM - Eu lembro de você das festas de família.
SM - Achei que não se lembrasse você nunca falou comigo como agora.
CM - Eu estava com vergonha de bancar o bobão perto de você.
SM - Você não é bobo. - sorria tímida e ele retribuía.
CM - Gostaria de ir aos jardins?
E lá fomos nós aos jardins... Estávamos tão próximos que eu chegava a tremer, estava tão ansiosa, que falei a primeira coisa que me veio à mente:
SM-A lua está tão linda...
CM: Ela está apenas refletindo a sua beleza... - e me beijou.
Estou tão feliz...

Folhei as páginas e havia muitas com corações, bilhetinhos amorosos, fotos... Comecei a folhear e cheguei a um em que a letra de mamãe tremia.


Londres, 1960
Acordei indisposta hoje, o bebê chutou a noite toda e não me deixou dormir. Connor passou a noite acordado junto comigo e depois foi trabalhar. Kyle esteve aqui, antes do raiar do dia. Brigou com Virna novamente... Ela o acusa de ser infiel. De ter um romance comigo. Absurdo. Se ela soubesse como aquele homem a ama, não falaria uma coisa destas. Um Inominável, não pode contar as coisas cotidianas do trabalho, sem colocar as pessoas que ama em risco.
Connor e eu procuramos acalma-lo, especialmente porque Virna disse que vai abandoná-lo e sumir com os garotos. Ele estava transtornado.
Se ela soubesse que Kyle, Connor e eu estamos estudando a projeção astral no Ministério, não falaria tantas asneiras. Enquanto estou impossibilitada pela gravidez, Connor e Kyle continuam com os estudos... Kyle quer entrar naquele arco que está no departamento de mistérios... Ele é tão sinistro e ao mesmo tempo intrigante. Quando o olhamos fixamente ouvimos vozes. Bem... Eu ouço algumas vozes vindas de lá. Parecem lamentos... Estou com medo.
Acho que a criança nasce hoje...

Escócia 1961

Kyle projetou-se para dentro do arco e quase não voltou. Agora temos certeza que aquela é a porta para o mundo dos mortos.
Connor teve força o suficiente para trazê-lo de volta, e por pouco não perdemos os dois. Avisei ao Kyle que não vou continuar com as pesquisas, não por medo de morrer, afinal um dia todos morreremos; mas tenho mais medo hoje por causa de Alexandra...Quero ver minha filha crescer, e se continuar a me arriscar assim, acabarei morrendo, pois ando me sentindo muito fraca depois de sucessivas projeções. Pedi ao Connor que parasse e ele resolveu me ouvir. Disse que o pouco que viu, dentro daquele arco, o fez repensar suas prioridades. Vamos nos desligar do Departamento de Mistérios.
Kyle está assustado também, especialmente porque não poder conversar com Virna sobre o que viu... Já pensou se ele conta que a projeção é um dom de família e que se não for estudada direito pode causar a morte? Pois, temos que ter uma saúde acima do normal, para não sermos afetados. E se algum de nossos filhos tiver este dom também? O que será que ela fará? Rezo tanto para que ambos deixem o orgulho de lado e se entendam... Se os garotos tiverem este dom, temos que nos preparar para o futuro, e Virna é boa medibruxa, poderia nos ajudar....

Parei de ler, quando ouvi uma batidinha na porta e ela sendo aberta:
-Mãe, o papai já terminou de assustar os novatos e já mandou a mensagem pro tal de Schackelbolt em Londres, vamos? Estou com fome.
Olhei para a porta e vi meu filho Ty, me esperando, segurando sua mochila. Tinha os ombros eretos, e parecia mais velho do que seus quinze anos, mas um bom observador veria que, apesar da aparência crescida, ele tinha todas as dúvidas e receios de um adolescente estampados no rosto.
Observei-o. Tanto tempo se passou desde que eu o peguei no colo pela primeira vez... Ele enfrentou um comensal, quase morreu, descobriu que tem o dom da projeção astral como nós, eu acho que está gostando de alguém na escola.... Não ele não me falou, mas ele tem muito de mim e do pai dele para negar que esteja interessado em alguém. Quando ele estiver pronto, saberá lutar pelo que quer, seja o que for. Eu sinto isso, e ao mesmo tempo gostaria de poder protegê-lo. Amar alguém em épocas tão negras exige muito, e só espero que ele seja forte o bastante.
Guardei o álbum em minha bolsa para continuar a ler depois e fui com ele e Kyle para casa. Os perigos não haviam acabado, mas por algum tempo poderíamos ser uma família normal.

N.AUTORA: Love me tender - Elvis Presley (1956)