Da penseira de Yulli Hakuna
A Bolsa de Valores de Tókio teve queda de 2,1 percentuais em relação à Bolsa de Valores de Nova York, que fechou em alta de 3,33 percentuais ao final dessa tarde.
O presidente se reúne hoje com os sub-secretários e ministros para discutir uma possível mudança na taxa de impostos cobrada sobre as barreiras alfandegárias...
Voltava do trabalho e ouvia o jornal noturno pelo rádio. O dia havia sido cansativo e muito preocupante... A Bolsa de Valores era só um dos meus motivos de stress naquele dia. Ouvi o dia inteiro relatórios e gráficos da situação no Gringotes, que não estava lá uma das melhores, e ainda por cima, sabe quando se sente uma semente amarga na ponta da sua garganta, uma sensação ruim que não se sabe explicar o que é e porque está lá, como um pressentimento agourado?
Tinha combinado de jantar com o Yuri hoje, meu irmão andava meio preocupado com alguns casos que andara recebendo no St. Hishus esses últimos dias...
Simmas, o meu funcionário principal, andava um tanto agitado também! Desde que voltei de Paris, que a situação da empresa anda um caos e acho que ele está assustado com tudo, por isso tenta me ajudar todas as horas, mas acaba atrapalhando na maioria das vezes!
Havia escrito uma carta para a Miyako hoje, eu não sei bem o porquê, acho que só para garantir que estava tudo bem com ela e lá em Beauxbatons... As notícias de ataques, mortes e crueldades cada vez mais dolorosas estavam expostas diante do mundo bruxo dia após dia, e os outros membros da Ordem da Fênix estavam em alerta pelo mundo todo...
Cheguei ao restaurante e Yuri já me esperava. Ele parecia exausto e aflito também, e mal me sentei em sua frente, começou a falar...
- Li, o St.Hishus está um caos, são centenas de pessoas em casos graves por semana, e algumas perdas significativas nesses últimos 2 meses! O Ministro da Magia está nos dando apoio, até contratou mais alguns curandeiros e medibruxos jovens para ajudar, mas mesmo assim, são muito pouco experientes para ajudarem em casos mais complexos...
YH: E o Yoshi, ele está dando conta de produzir as poções e antídotos mais urgentes a tempo?
- Sim, temos um bom estoque de poções revigorantes e analgésicas, mas a situação está ficando insuportável!
YH: E o que eu posso fazer pra ajudá-los – perguntei um pouco angustiada com o nervosismo do meu irmão...
- Quero que você faça a encomenda de duas caixas de xaropes especiais da Índia, e passe o valor de importação para o Ministro, ele já está ciente do meu pedido... Alguns casos mais urgentes carecem de pílulas controladas, são feitiços das trevas que jamais tínhamos conhecido, ainda não sabemos ao certo como reagir diante deles...
YH: Providenciarei isso amanhã mesmo, assim que chegar no escritório!
- Obrigado Li... Eu realmente gostaria de te esperar jantar, mas estou tendo que dar plantões todas as noites no hospital e já estou atrasado... Me desculpa ta? A Mi está bem?
YH: Está sim... Vai lá, eu também não estou com fome, vou pra casa dormir... Só de falar em taxas e produtos minha cabeça gira! O mundo todo está um caos!
Voltei pra casa, só pensava em colocar uma roupa mais leve e cair na cama o resto da noite... Estava sem fome, acho até que por causa daquela sensação amarga que estava contaminando todo o meu sistema digestório. Quando em preparava pra deitar, ouvi um grito conhecido na sala e deixei cair a xícara quente que segurava. Desci atropelando os degraus da escada e localizei de onde ele vinha...
MK: MÃE! RÁPIDO! TEM UMA LEGIÃO DE COMENSAIS ATACANDO BEAUXBATONS, E OS AURORES AINDA NÃO ESTÃO SABENDO!!! – Miyako gritava desesperada e soluçava em prantos... A cabeça dela flutuava na lareira em chamas verde-esmeralda.
A minha primeira reação foi a de choque, mas logo outro grito desesperado da Miyako me fez voltar à realidade...
YH: Miyako, eu quero que você corra, corra para as torres mais altas e se tranque em uma das salas, de preferência, se esconda atrás de cortinas, ou capas escuras, nem respire direito. Não tente lutar com um deles, é inútil! Corre Mi, logo eles vão explodir a sala da Máxime e nem Merlin sabe o que farão se te verem aí...
Minha filha concordou com a cabeça, e desapareceu com um estalo. Vesti uma capa, apanhei uma quantidade de flú na boca da lareira, e gritei com clareza: MINISTÉRIO DA MAGIA – PARIS.
Estava tão exasperada que nem senti a viagem, só retomando os sentidos quando bati os pés com força no chão e senti os joelhos cederem. Lágrimas caíam sem parar, eu precisava chegar logo no castelo...
Saí em disparada para o Balcão de Informações, onde uma bruxa de nariz me atendeu...
YH: Cadê o Ministro?
- O SENHOR Ministro está em reunião neste momento...
YH: DEPRESSA, ONDE ELE ESTÁ? BEAUXBATONS ESTÁ SENDO ATACADA!
Ela pareceu não acreditar por um momento, mas todos os bruxos em volta começaram a comentar alto e ela apenas fez sinal para que a seguisse até uma porta no final do corredor, atrás do balcão. Entrei arrombada, e uma legião de bruxos olharam assustados...
YH: Sr. Berbenott, Beauxbatons foi invadida por uma legião de Comensais da Morte, os alunos correm grande perigo e nenhum auror está sabendo!
Ele e outros bruxos me olharam incrédulos e se apressaram a comentar desesperados em medidas urgentes... Corri até a Academia de Aurores para chamar algum que pudesse ir até o castelo. No primeiro escritório que entro, já branca e trêmula, vejo Alex... Minha amiga levantou de pronto e correu até mim. Havia um homem, ruivo, com ela...
AM: YULLI! O que houve?
YH: Alex – tentava respirar para explicar o que acontecia – Ataque em Beauxbatons, nenhum auror, depressa!!!
O ruivo que estava no escritório saiu desesperado porta afora e o seguimos... O Ministro berrava aos funcionários do balcão para entrarem em contato com o maior número de aurores possíveis, e alguns aurores, inclusive uns da Ordem, já se posicionavam nas lareiras indo para o castelo. Louise e Scott vieram correndo até nós, haviam acabado de entrar, tinham caras tão desesperadas como as de qualquer um. Louise disse que todos da Ordem estavam a caminho do castelo, e então nos separamos e entrei em uma das lareiras...
Cai de joelhos. A sala de Madame Máxime estava destruída, mas não havia barulho de ninguém perto dali. Empunhei a varinha e sai da sala... Subi as escadarias o mais silenciosamente que podia. Pelas janelas vi aurores lutando com Comensais e alunos. Os professores também estavam lá fora. Ao chegar no Terceiro Andar ouvi gritos nos corredores.
YH: ESTUPEFAÇA!
Um Comensal caiu enrijecido no chão, e o grupo de alunos ao qual lutava com ele, saiu correndo desesperados... Subi mais um lance de escadas e cheguei nas torres...
YH: MIYAKO!!!
Não houve resposta alguma... Meu coração começou a bater descontroladamente e aquela sensação amarga estava pra me matar. Esperei ouvir algum barulho, mas nada parecia se mexer...
MK: MÃE! SOCORRO!
Sai correndo desesperada, a varinha em punho. Arrombei a porta e Miyako estava caída no chão, encolhida, o rosto coberto de lágrimas e as roupas cheias de sangue. Uma figura alta e mascarada empunha a varinha para a minha filha e soltava gostosas gargalhadas de prazer...
YH: SOLTA A MINHA FILHA!
- HAHAHA... Já está na hora dela aprender a não desrespeitar os superiores! – a voz grossa me fez sentir um arrepio congelado na espinha.
YH: Ela é uma criança! A sua briga é comigo! Solta ela!
- WOW, troca justa... A filha pela mãe...
Ele apontou a varinha para meu peito, e rapidamente lançou um feitiço roxo contra mim, que consegui desviar por pouco.
YH: Tire a máscara... – Disse ao mesmo tempo em que apontava a minha varinha para o peito dele tentando me lembrar do maior número de maldições que pudesse.
- Não me dirija tão imperativamente assim... CRUCCIO!
Miyako soltou um berro de dor no chão e se contorceu, enquanto o Comensal gargalhava e me olhava debochadamente. Uma onda de ódio me tomou por inteiro e sem pensar duas vezes gritei: AVADA...
-ESTUPEFAÇA!
O Comensal caiu estático no chão. Tive vontade de matá-lo, mas olhei para trás... Um dos professores apontava a varinha para o Comensal caído e me olhava assustado.
PC: Não adiantaria matá-lo... As Maldições Imperdoáveis são realmente sem argumentos de defesa para quem as utiliza!
Eu já não escutei mais nada. Corri até a Miyako, ela tinha os olhos fechados e o rosto molhado de lágrimas...
YH: Me ajuda, é a minha filha, ela precisa de cuidados rápido!
Ele se aproximou e pegou a Miyako nos braços. Um grupo de aurores entrou na sala com varinhas em punho, e depois saíram correndo. Os barulhos já haviam cessado. Levamos Miyako até a enfermaria e ela logo foi atendida por Madame Magali. Beauxbatons acabara de amanhecer devastada de tragédia...
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