Tuesday, May 30, 2006

Armadilhas do amor

Por Louise Storm

Entrei furiosa, já chorando e sem realmente saber por que estava tão irritada, se era ele que tinha o direito de se sentir assim. Gabriel logo desceu as escadas parecendo preocupado comigo.

Sem você a vida pode parecer
Um porto além de mim


GS: Mãe? O que aconteceu?
LS: Nada meu filho, só estava conversando com um amigo.
GS: Mas você está chorando! O que ele te fez?
LS: Não fez nada, nós só discutimos e eu fiquei chateada. Já estou bem, não se preocupe.
GS: Não gosto de ver você chorando...

Ele se aproximou me abraçando forte e quando fui beijar sua cabeça, percebi que havia alguém nos olhando pela janela. Remo estava parado na rua do lado de fora.

LS: Já está tarde, melhor você dormir. Amanhã vamos acordar cedo.
GS: Ta bom... Você está bem mesmo?
LS: Sim, não precisa se preocupar.

Coração sangrando
Caminhos de sol no fim


Gabriel subiu as escadas novamente e caminhei até a varanda. Remo ainda estava parado no mesmo lugar e embora não tivesse dito nada, sabia que ele havia se acalmado.

RL: Nós estivemos juntos em Paris... Por que não me contou? – disse finalmente.
LS: Não sei se você se lembra, mas tivemos tempo para fazer de tudo, menos conversar...
RL: Era isso que você ia me contar no aeroporto, não é?
LS: Era... Mas não podia lhe contar algo assim e ir embora em seguida.
RL: Podia ter ficado como eu pedi...
LS: Não vamos falar sobre isso outra vez... – e ele não insistiu.

Nada resta, mas o fruto que se tem
É o bastante pra querer


RL: Eu teria feito qualquer coisa pra ficar do seu lado se fizesse idéia de que estava grávida.
LS: Eu sei que teria, nunca duvidei disso. Eu queria muito que você estivesse lá, mas nem sempre as coisas saem como planejamos.
RL: Sei bem disso... Mas não é certo, você passou por tudo isso sozinha! Nem consigo imaginar como foi difícil...
LS: Eu não estava sozinha, Scott sempre esteve comigo. Ele é o padrinho do Gabriel. Não foi fácil sabe... Mas consegui mantê-lo vivo até aqui, não foi tão complicado assim. – e ele sorriu um pouco.
RL: O nome dele é Gabriel?
LS: Como o anjo, mas um pouco endiabrado.
RL: Ele se parece um pouco comigo...
LS: Ele é todo você, Remo. Com exceção dos cabelos vermelhos e os óculos.
RL: E ele sabe que eu estou aqui?
LS: Eu não contei, mas tenho certeza que ele sabe. Você não precisa conhecê-lo se não quiser. Pra ele, basta que você saiba que ele é seu filho.
RL: Ele não quer me conhecer?
LS: Claro que quer, mas quer mais que você saiba da existência dele. É você quem vai decidir, é um direito seu. Ele não veio atrás de nada, só da verdade pra você.
RL: É claro que quero conhecê-lo! Só não sei se é uma boa idéia fazer isso agora...
LS: E por que não?
RL: Porque eu não sei nada sobre ele! Do que ele gosta? O que ele faz?
LS: Bom... Ele gosta de ler, bastante! Nas férias passa mais tempo na biblioteca do que em casa. E joga quadribol, é o apanhador do time da casa.
RL: Quadribol? Ele joga bem?
LS: Sim! Isso ele também não herdou de você, obviamente... – falei rindo e ele riu também.
RL: É, tenho que concordar com você, eu sou péssimo.

Um minuto além
Do que eu possa andar com você


LS: Olha, o que você não sabe sobre ele, vai descobrir com o tempo. Ele também não sabe muita coisa sobre você.
RL É, acho que vai ser desse jeito mesmo. Mas ainda assim prefiro que seja amanha... O que eu iria falar pra ele? Não ia saber o que fazer, não tenho outros filhos.
LS: Não que você saiba...
RL: Isso é divertido pra você? – falou meio indignado.
LS: Não, desculpa... – mas não contive o riso. – Vou lá em cima chama-lo! – brinquei com ele.
RL: Não! Amanha. Preciso pensar no que dizer. Você vai me deixar sozinho com ele, não vou saber como agir se não tiver tempo pra pensar!
LS: Ele não é um ex-presidiário, Remo...
RL: Você realmente está se divertindo, não é?
LS: Agora estou... Mas brincadeiras à parte, se você prefere que seja amanha por mim tudo bem. Já ia levá-lo até a Ordem de qualquer forma, Quim quer conhecê-lo...
RL: Ele também sabe?
LS: Só que eu tenho um filho, não faz idéia que é seu... Mas acho que vai matar a charada assim que por os olhos nele, concorda?
RL: Sim... E pegar no meu pé depois!

Te amo e o tempo não varreu isso de mim
Por isso estou partido e tão forte assim


Ficamos rindo do que nos aguardava e depois nos calamos um tempo, apenas nos encarando. Há tempos que chegamos a um tipo de entendimento onde as palavras eram dispensáveis. Levantamos-nos devagar, caminhando para a rua. Eu parei na ponta da varanda e ele no meio da escada, se virando pra mim.

RL: Desculpa pelo que eu disse antes... Dei a entender que não te conhecia mais e isso não é verdade.
LS: Tudo bem, você tinha todo o direito de estar com raiva de mim.
RL: Não estava com raiva de você, nunca. Só estava meio perdido... – ele parecia aliviado por eu não ter ficado magoada. – Na verdade, acho que ainda estou um pouco confuso com isso tudo...
LS: Você se acostuma com essa novidade.
RL: Suponho que sim...
LS: Você tem um filho...
RL: Nós. Nós temos um filho, juntos.
LS: Sim, nós... Quem diria... Alguma vez você parou pra pensar que teríamos um filho?
RL: Pra ser sincero, pensava nisso todos os dias até alguns minutos atrás... Até amanhã!

Ele sorriu pra mim antes de desaparatar e me deixar pensativa na varanda. Como é possível uma pessoa que você não vê há 15 anos, chegar de repente e virar sua vida de cabeça pra baixo em 15 segundos?

O amor fez parte de tudo que nos guiou
Na inocência cega, no risco das palavras certas
e até no risco da palavra: amor!


**********************************************
N.A.: Caminhos do Sol, Zizi Possi.

Sunday, May 28, 2006

Corações partidos

Por Louise Storm

Havia acabado de chegar a Londres na estação de King’s Cross, depois de buscar Gabriel em Paris. George estava nos esperando. Fazia dois anos que não via meu irmão, mas ele não mudara nada. Abracei-o forte, matando as saudades e fomos direto para a casa que havia alugado, enquanto ele me atualizava sobre o que acontecia. Contou-me com os detalhes que sabia sobre a morte de Dumbledore, como o asqueroso do Snape havia fugido depois de matá-lo, de como Hogwarts estava correndo o risco de não reabrir e como andavam os ânimos na Ordem desde então.

Havia prometido que iria lá assim que chegasse, precisava conhecer as pessoas novas com quem iria trabalhar e rever os velhos amigos. Deixei Gabriel na casa de George com a prima e fui com meu irmão direto para lá, a viagem seria longa. Passei uma manha até que agradável, dada as atuais circunstancias. Revi muitos amigos com quem convivia diariamente da 1ª formação da Ordem da Fênix e conheci muitos novos, incluindo a namorada do Remo. Sim, descobri por terceiros que ele está namorando. Confesso que fiquei chocada e sem reação na hora, nem sei se fui simpática com ela, minha cara era de no mínimo surpresa. Se Quim não tivesse aparecido pra me salvar da situação constrangedora, não sei como a conversa teria terminado. Como nos conhecemos desde a época da escola, ele sabia que Remo e eu éramos namorados, então foi logo me puxando pra longe da tal Tonks e me arrastando pra cozinha, onde havia mais pessoas com quem conversar.

Por mais que eu tentasse apagar os últimos minutos da mente, não conseguia. Estava completamente dispersa nas conversas e só pensava em sair dali o mais rápido possível. Quim ficava me vigiando o tempo todo e quando ela fez menção de se aproximar, ele disse que eu estava indo embora e me empurrou pra fora da cozinha.

LS: O que é isso? Andou praticando Legilimencia?
QS: Sim... E você pelo visto não pratica em nada Oclumencia, não é?
LS: Obrigada. Acho que vou embora, já estou começando a ficar com dor de cabeça.
QS: É melhor mesmo, mas talvez fosse bom você conversar com ele antes...

Ele apontou pra sala e Remo estava parado perto da porta, tinha acabado de chegar. Pela minha cara ele deve ter deduzido que eu já sabia das novidades e se aproximou devagar. Quim já havia desaparecido do meu lado e me deixado lá sozinha com ele. Tentei me conter, mas foi impossível.

LS: Meio novinha ela, não acha?
RL: Lou, não é exatamente isso que você esta pensando...
LS: Não se incomode. Eu não tenho o direito de falar nada.
RL: Mas eu posso explicar.
LS: Não faça isso, por favor. Já estava de saída, nos vemos amanha.
RL: Espera, não vai, a gente precisa conversar.
LS: Agora não Remo, por favor...

Saí depressa da Ordem sem nem olhar pra trás, mas não sabia pra onde ir exatamente. Droga, porque as meninas não moram mais por aqui? Precisava de alguém urgente pra conversar! Sem lembrar o endereço de mais ninguém com quem pudesse falar na cidade, voltei pra casa para alugar Scott pelo telefone um pouco, já que ele só chegaria à cidade no dia seguinte.

-----------------------------------

Estava terminando de arrumar as coisas, ainda atordoada com os acontecimentos da tarde, quando a campainha tocou. Larguei as caixas no chão para atender e quando abri, dei de cara com Remo parado na minha varanda. Num impulso, coloquei o pé atrás dela para não abri-la toda.

LS: Como que você conseguiu meu endereço?
RL: Seu irmão me passou depois de muito insistir. A gente precisa conversar Lou
LS: Acho que não temos nada para conversar.
RL: Temos sim, quero que você entenda que...
LS: Desculpa, mas acho que você não me deve explicação alguma. Pelo que me consta, não somos mais nada um do outro. E acho que a sua namorada confirmou isso hoje. Se me da licença, ainda tenho muita coisa pra arrumar aqui.

Fiz menção de bater a porta, mas ele pôs o pé na frente e a forçou para abrir. Tentei fechar, mas ele era mais forte e a empurrou de volta decidido a conversar.

LS: Já falei que você não me deve explicação, por favor, vai embora. Amanhã nós conversamos.
RL: Devo uma explicação sim, quero que você saiba o...
GS: Mãe, você viu aquele livro que eu comecei a ler no natal? Não consigo achar... – meu filho apareceu na escada e Remo o viu, mas Gabriel não conseguia vê-lo de onde estava.
LS: Não vi não querido, mas olha nas minhas caixas, pode estar lá. Sobe que eu já te ajudo a procurar.
GS: Ok... Quem ta ai?
LS: Sobe Gabriel.
GS: Ta bom, ta bom...

Gabriel subiu para procurar o livro e Remo me encarou sério, como se estivesse juntando as peças do quebra-cabeça. Podia ver que sua mente trabalhava rápido, tentando assimilar os fatos.

RL: Você tem um filho?
LS: Tenho...
RL: Quantos anos ele tem, Louise?
LS: 15.
RL: Por acaso tem alguma possibilidade dele ser meu filho?

Não respondi a pergunta, o que foi o mesmo que confirma-la. Ele soltou a porta e começou a andar de um lado pro outro na varanda. Sai atrás dele e a fechei, pois tinha certeza que Gabriel estava no alto da escada tentando ouvir alguma coisa. Ele passava a mão no cabelo nervoso enquanto rodava e parou de repente, se virando pra mim.

RL: Como que você escondeu de mim esse tempo todo que eu tinha um filho??
LS: Eu não escondi, eu simplesmente não sabia onde te encontrar!
RL: Não parece que você tentou...
LS: Não fala do que você não sabe... Você não faz idéia do que foi estar em um país diferente, grávida e apaixonada, tentando achar o pai do meu filho e não conseguindo! Não vem me dizer que eu nunca tentei, porque foi só o que eu fiz desde que descobri que esperava um filho seu!
RL: Você não tinha o direito... Eu voltei pra Londres há 4 anos, por não me procurou então?
LS: E você acha que é simples chegar pra uma pessoa que você não vê há anos e dizer que ela tem um filho?
RL: Bom, você ta fazendo isso agora, não deve ser tão complicado!
LS: Estou fazendo isso porque o Gabriel pediu e não gosto de ver o meu filho triste.
RL: Quer dizer que você então nem pretendia mais me contar sobre isso?
LS: Claro que pretendia, mas não brigando desse jeito!
RL: E quando ia ser isso? Depois que o nosso 2º filho secreto nascesse?
LS: Você esta agindo como um idiota!
RL: Seus amigos sabem?
LS: Claro que sim, sempre souberam.
RL: Eu preciso sair daqui...
LS: O que? Vai embora assim, sem falar mais nada?

Remo se virou pra mim a meio caminho da rua me encarando como se eu fosse uma estranha pra ele.

RL: Quem é você?

Ele me olhou com uma cara incrédula, como se não me conhecesse mais. Foi uma sensação horrível, sensação de que tinha acabado de magoar o homem que ainda amava. Ele virou a esquina e sumiu na rua, me deixando sozinha na varanda.

Continua...

Friday, May 19, 2006

Notícia Ruim corre logo!

Da penseira de Yulli Hakuna

A Bolsa de Valores de Tókio teve queda de 2,1 percentuais em relação à Bolsa de Valores de Nova York, que fechou em alta de 3,33 percentuais ao final dessa tarde.
O presidente se reúne hoje com os sub-secretários e ministros para discutir uma possível mudança na taxa de impostos cobrada sobre as barreiras alfandegárias...

Voltava do trabalho e ouvia o jornal noturno pelo rádio. O dia havia sido cansativo e muito preocupante... A Bolsa de Valores era só um dos meus motivos de stress naquele dia. Ouvi o dia inteiro relatórios e gráficos da situação no Gringotes, que não estava lá uma das melhores, e ainda por cima, sabe quando se sente uma semente amarga na ponta da sua garganta, uma sensação ruim que não se sabe explicar o que é e porque está lá, como um pressentimento agourado?

Tinha combinado de jantar com o Yuri hoje, meu irmão andava meio preocupado com alguns casos que andara recebendo no St. Hishus esses últimos dias...

Simmas, o meu funcionário principal, andava um tanto agitado também! Desde que voltei de Paris, que a situação da empresa anda um caos e acho que ele está assustado com tudo, por isso tenta me ajudar todas as horas, mas acaba atrapalhando na maioria das vezes!

Havia escrito uma carta para a Miyako hoje, eu não sei bem o porquê, acho que só para garantir que estava tudo bem com ela e lá em Beauxbatons... As notícias de ataques, mortes e crueldades cada vez mais dolorosas estavam expostas diante do mundo bruxo dia após dia, e os outros membros da Ordem da Fênix estavam em alerta pelo mundo todo...

Cheguei ao restaurante e Yuri já me esperava. Ele parecia exausto e aflito também, e mal me sentei em sua frente, começou a falar...

- Li, o St.Hishus está um caos, são centenas de pessoas em casos graves por semana, e algumas perdas significativas nesses últimos 2 meses! O Ministro da Magia está nos dando apoio, até contratou mais alguns curandeiros e medibruxos jovens para ajudar, mas mesmo assim, são muito pouco experientes para ajudarem em casos mais complexos...
YH: E o Yoshi, ele está dando conta de produzir as poções e antídotos mais urgentes a tempo?
- Sim, temos um bom estoque de poções revigorantes e analgésicas, mas a situação está ficando insuportável!
YH: E o que eu posso fazer pra ajudá-los – perguntei um pouco angustiada com o nervosismo do meu irmão...
- Quero que você faça a encomenda de duas caixas de xaropes especiais da Índia, e passe o valor de importação para o Ministro, ele já está ciente do meu pedido... Alguns casos mais urgentes carecem de pílulas controladas, são feitiços das trevas que jamais tínhamos conhecido, ainda não sabemos ao certo como reagir diante deles...
YH: Providenciarei isso amanhã mesmo, assim que chegar no escritório!
- Obrigado Li... Eu realmente gostaria de te esperar jantar, mas estou tendo que dar plantões todas as noites no hospital e já estou atrasado... Me desculpa ta? A Mi está bem?
YH: Está sim... Vai lá, eu também não estou com fome, vou pra casa dormir... Só de falar em taxas e produtos minha cabeça gira! O mundo todo está um caos!

Voltei pra casa, só pensava em colocar uma roupa mais leve e cair na cama o resto da noite... Estava sem fome, acho até que por causa daquela sensação amarga que estava contaminando todo o meu sistema digestório. Quando em preparava pra deitar, ouvi um grito conhecido na sala e deixei cair a xícara quente que segurava. Desci atropelando os degraus da escada e localizei de onde ele vinha...

MK: MÃE! RÁPIDO! TEM UMA LEGIÃO DE COMENSAIS ATACANDO BEAUXBATONS, E OS AURORES AINDA NÃO ESTÃO SABENDO!!! – Miyako gritava desesperada e soluçava em prantos... A cabeça dela flutuava na lareira em chamas verde-esmeralda.

A minha primeira reação foi a de choque, mas logo outro grito desesperado da Miyako me fez voltar à realidade...

YH: Miyako, eu quero que você corra, corra para as torres mais altas e se tranque em uma das salas, de preferência, se esconda atrás de cortinas, ou capas escuras, nem respire direito. Não tente lutar com um deles, é inútil! Corre Mi, logo eles vão explodir a sala da Máxime e nem Merlin sabe o que farão se te verem aí...

Minha filha concordou com a cabeça, e desapareceu com um estalo. Vesti uma capa, apanhei uma quantidade de flú na boca da lareira, e gritei com clareza: MINISTÉRIO DA MAGIA – PARIS.

Estava tão exasperada que nem senti a viagem, só retomando os sentidos quando bati os pés com força no chão e senti os joelhos cederem. Lágrimas caíam sem parar, eu precisava chegar logo no castelo...

Saí em disparada para o Balcão de Informações, onde uma bruxa de nariz me atendeu...

YH: Cadê o Ministro?
- O SENHOR Ministro está em reunião neste momento...
YH: DEPRESSA, ONDE ELE ESTÁ? BEAUXBATONS ESTÁ SENDO ATACADA!

Ela pareceu não acreditar por um momento, mas todos os bruxos em volta começaram a comentar alto e ela apenas fez sinal para que a seguisse até uma porta no final do corredor, atrás do balcão. Entrei arrombada, e uma legião de bruxos olharam assustados...

YH: Sr. Berbenott, Beauxbatons foi invadida por uma legião de Comensais da Morte, os alunos correm grande perigo e nenhum auror está sabendo!

Ele e outros bruxos me olharam incrédulos e se apressaram a comentar desesperados em medidas urgentes... Corri até a Academia de Aurores para chamar algum que pudesse ir até o castelo. No primeiro escritório que entro, já branca e trêmula, vejo Alex... Minha amiga levantou de pronto e correu até mim. Havia um homem, ruivo, com ela...

AM: YULLI! O que houve?
YH: Alex – tentava respirar para explicar o que acontecia – Ataque em Beauxbatons, nenhum auror, depressa!!!

O ruivo que estava no escritório saiu desesperado porta afora e o seguimos... O Ministro berrava aos funcionários do balcão para entrarem em contato com o maior número de aurores possíveis, e alguns aurores, inclusive uns da Ordem, já se posicionavam nas lareiras indo para o castelo. Louise e Scott vieram correndo até nós, haviam acabado de entrar, tinham caras tão desesperadas como as de qualquer um. Louise disse que todos da Ordem estavam a caminho do castelo, e então nos separamos e entrei em uma das lareiras...

Cai de joelhos. A sala de Madame Máxime estava destruída, mas não havia barulho de ninguém perto dali. Empunhei a varinha e sai da sala... Subi as escadarias o mais silenciosamente que podia. Pelas janelas vi aurores lutando com Comensais e alunos. Os professores também estavam lá fora. Ao chegar no Terceiro Andar ouvi gritos nos corredores.

YH: ESTUPEFAÇA!

Um Comensal caiu enrijecido no chão, e o grupo de alunos ao qual lutava com ele, saiu correndo desesperados... Subi mais um lance de escadas e cheguei nas torres...

YH: MIYAKO!!!

Não houve resposta alguma... Meu coração começou a bater descontroladamente e aquela sensação amarga estava pra me matar. Esperei ouvir algum barulho, mas nada parecia se mexer...

MK: MÃE! SOCORRO!

Sai correndo desesperada, a varinha em punho. Arrombei a porta e Miyako estava caída no chão, encolhida, o rosto coberto de lágrimas e as roupas cheias de sangue. Uma figura alta e mascarada empunha a varinha para a minha filha e soltava gostosas gargalhadas de prazer...

YH: SOLTA A MINHA FILHA!
- HAHAHA... Já está na hora dela aprender a não desrespeitar os superiores! – a voz grossa me fez sentir um arrepio congelado na espinha.
YH: Ela é uma criança! A sua briga é comigo! Solta ela!
- WOW, troca justa... A filha pela mãe...

Ele apontou a varinha para meu peito, e rapidamente lançou um feitiço roxo contra mim, que consegui desviar por pouco.

YH: Tire a máscara... – Disse ao mesmo tempo em que apontava a minha varinha para o peito dele tentando me lembrar do maior número de maldições que pudesse.
- Não me dirija tão imperativamente assim... CRUCCIO!

Miyako soltou um berro de dor no chão e se contorceu, enquanto o Comensal gargalhava e me olhava debochadamente. Uma onda de ódio me tomou por inteiro e sem pensar duas vezes gritei: AVADA...

-ESTUPEFAÇA!

O Comensal caiu estático no chão. Tive vontade de matá-lo, mas olhei para trás... Um dos professores apontava a varinha para o Comensal caído e me olhava assustado.

PC: Não adiantaria matá-lo... As Maldições Imperdoáveis são realmente sem argumentos de defesa para quem as utiliza!

Eu já não escutei mais nada. Corri até a Miyako, ela tinha os olhos fechados e o rosto molhado de lágrimas...

YH: Me ajuda, é a minha filha, ela precisa de cuidados rápido!

Ele se aproximou e pegou a Miyako nos braços. Um grupo de aurores entrou na sala com varinhas em punho, e depois saíram correndo. Os barulhos já haviam cessado. Levamos Miyako até a enfermaria e ela logo foi atendida por Madame Magali. Beauxbatons acabara de amanhecer devastada de tragédia...