You make me dream
By the look in your eyes
You give me the feel, I've been longing for
I want a give you my soul
All my life
beCause you are the one I
've been waiting for
I've been waiting for so long
Fomos ao apartamento e cuidamos de tudo, logo a lareira crepitou e um casal saiu de lá, trazendo uma mala. O homem era forte, tinha feições bonitas e tinha olhos castanhos emoldurados por cabelos castanhos curtos. A mulher era uma indiana linda e usava um sari que a fazia parecer uma princesa. Carregava um bebê rechonchudo. Sorria muito quando abraçou ao Kyle e empurrava uma criança no colo dele. Kyle falava algo que não entendi e vi amor em seus olhos por aquela mulher e aquela criança.
Senti o bichinho do ciúmes rosnar no meu peito. O homem me olhava e deve ter percebido algo em minha expressão, pois falou algo para a mulher que parou de sorrir e me encarou.
Já a conhecia de algum lugar. Kyle nos apresentou:
- Estes são: Jacques e Mira Savoy. Esta é a Alexandra McGregor. - o casal trocou olhares e me cumprimentou.
- Bem, agora que está tudo bem, eu vou embora... - comecei a dizer.
- Porque não se junta a nós Alexandra? Ficaríamos muito contentes com sua presença e não falaremos em hindi para que você possa nos entender. Não foi nossa intenção sermos rudes. – desculpou-se o homem e a mulher me olhava séria, olhei para Kyle e ele disse:
- Gostaria que ficasse. – acabei aceitando.
O jantar correu bem e após algum tempo, os homens saíram para beber e fumar na varanda e fecharam as portas de vidro para conversarem reservadamente, e eu fiquei cuidando das coisas enquanto a mulher amamentava a filha. Antes que eu falasse alguma coisa ela disse:
- Devo desculpas a você sobre meu comportamento de anos atrás. Na época achei que você fosse uma ameaça ao Kyle, e isto eu não permitiria. Devo minha vida a ele e ele sempre vai contar com a minha lealdade. (antes que eu a respondesse, ela disse).
- Não, meu marido não tem ciúmes, sabe que Kyle se tornou meu irmão. - arregalei os olhos e ela continuou rindo:
- Também não sei usar Legilimência, mas sou boa em ler sinais corporais. Você teve ciúmes quando me reconheceu e tentou achar traços do Kyle na minha filha durante todo o jantar e por estar desconfiada não pediu para segura-la ainda, o que eu poderia considerar uma ofensa. E agora vejo que seus ombros relaxaram, pois deixei claro que nunca tive nada com ele.
Engoli seco e tentei mudar de assunto:
- Desculpe. Sua filha é linda, posso segurar? Ela parece mais calma agora.
- Sim, Desireé é linda quando tem o que quer, mas se eu demoro a atender-lhe as vontades, ela chora como se fosse o fim do mundo.
Embalei o bebê e senti os olhos de Kyle grudados em mim. Soltei o ar preso em meus pulmões devagar.
- Há muita energia entre vocês, quando vão dar vazão a ela?- Mira perguntou.
- Acho que eu quero que ele dê o primeiro passo. - respondi sem pensar e olhei assustada para ela que começou a rir.
- Talvez ele já tenha começado a se mover, Alexandra. Você terá coragem de acompanhá-lo?
Fiquei sem responder. Algum tempo depois os homens entraram e comecei a me preparar para ir embora, quando Kyle disse com a voz arrastada:
- Durma aqui esta noite, Mira teria com quem conversar quando eu e Jacques levantarmos de ressaca pelo excesso de McCuttcheon de hoje. Pode ficar com o meu quarto. – e deixava uma garrafa de whisky vazia na cozinha.
- Sim, Alexandra, você me deixaria muito contente, se ficasse aqui. - Mira não continha o sorriso cínico.
Não vi opção a não ser aceitar. Ficamos conversando, e após algum tempo o casal foi dormir. Aproveitei a deixa e fui me deitar.
When you came into my life
It took my breath away
And the world stopped turning round
For your love
Tomei um banho e peguei uma de suas camisas para dormir. Meu estômago começou a roncar e como não ouvi nenhum barulho na casa, decidi ir até a cozinha pegar um copo de leite e o encontrei Kyle no corredor. Ele me olhou de cima em baixo e comecei a falar embaraçada pelo jeito que ele me olhava, devia estar meio bêbado. Peguei um copo para me servir com alguma coisa, não estava lembrando o que.
- Desculpe mexer nas suas coisas. Eu não trouxe nada para usar e...
- Esta camisa nunca ficou tão linda assim em mim. – corei e tentei mudar de assunto:
- Seus amigos são boas pessoas. - e ele se aproximou mais e o copo que eu segurava apertado na minha mão se quebrou e eu o soltei, ele agiu rápido para evitar que os cacos caíssem no chão e acordasse o resto da casa. Acabou se cortando.
- Deixa que eu cuido disso. – peguei sua mão e coloquei um pano, mas era um corte tão pequeno que quase não saía sangue, ficamos nos olhando e ele disse rouco:
KM - Você ainda pensa em mim, Selene?
AM - Claro que sim... Trabalhamos juntos todos os dias. - disse evasiva, mas meu coração acelerou quando ouvi o nome que só ele usava comigo.
KM - Não é isso e você sabe muito bem. Você ainda me quer da mesma forma que eu te quero? - e me puxou para ele de modo que nossos olhos ficassem na mesma altura.
Comecei a sentir calor, e quando levantei a mão para afastar os cabelos do meu rosto, tentei argumentar:
AM - Eu não sei o que dizer... E você parece estar bêbado, amanhã não se lembrará de nada...
KM – Eu nunca te esqueci, mesmo quando eu devia. Eu penso em você todos os dias, te quero tanto que chega a doer. Se você disser que ama o Warrick, eu páro de te atormentar e nunca mais eu falo disso com você.
Seria tão fácil negar meus sentimentos, como eu vinha fazendo há anos. Eu olhava para ele e seus olhos estavam naquele tom de cinza em dias de tempestade, e me arrepiava toda. Parecia que eu tinha borboletas em meu estômago.
Reconheci os sintomas: ainda estava apaixonada por ele. Passei a mão em seu rosto e senti sua barba por fazer. Ele virou o rosto e beijou a palma de minha mão lentamente, estremeci.
Beijei-o.
Ele me pegou no colo e me levou para o quarto, andando rápido como se quisesse recuperar cada segundo perdido.
When you came into my life
It took my breath away
beCause your love has found it's way
To my heart
Into my heart
Acordei com um fiapo de luz entrando pela janela. Levantei o mais devagar possível e comecei a vestir minhas roupas, quando ele disse com os olhos fechados:
KM - Aonde você pensa que vai?
AM - Para minha casa.
KM - Por quê? – sentou-se na cama.
Soltei um riso nervoso.
AM – Porque aconteceu algo sério e eu preciso saber direito o que foi... Não se preocupe, não vou exigir nada, pois você não me forçou a nada... Somos adultos e...
KM - Ouw, você ta achando que foi um caso de uma noite? Ou que me aproveitei da bebida?
AM - Eu não sei o que achar Kyle. Estou me sentindo... Não sei direito como me sinto.
KM - Não foi caso de uma noite, não sou disso. Foi a confirmação do que eu sempre soube: que você foi feita pra mim, a gente se completa... Foi a melhor noite da minha vida e eu sei que você gostou.
AM - Que presunção, seu ego é enorme. - disse de sobrancelhas erguidas.
KM - Sim ele é, e você curtiu. Sua reação foi minha melhor resposta. – ele respondeu notando que eu ficava vermelha. Parecia que eu havia voltado a ser uma menina.
KM - Volta para a cama!
AM - Por quê?
KM - Porque seu lugar é aqui do meu lado. Mais tarde vou entrar em contato com o Sergei, vamos buscar suas coisas e oficializar nosso casamento, a menos que você queira uma cerimônia tradicional demorada. Acho que devemos morar aqui, pois casa é bem maior que seu apartamento, não dá para jogar Quadribol no quintal, mas temos algumas árvores frutíferas e toda criança gosta de subir em árvores, e eu posso fazer uma casa na árvore ou um forte, quem sabe... Claro você deve querer reformar alguma coisa, trocar alguma cortina... - e começou a falar sem parar nas providências que deveríamos tomar.
AM - Que casamento? Não estou sabendo que vou me casar... Ou com quem... - disse cortando sua lista de afazeres.
Nesta hora ele pareceu entender aonde eu queria chegar. Levantou-se da cama e veio pelado na minha direção. Não conseguia desgrudar os olhos dele quando ele parou na minha frente:
KM - Alexandra Selene McGregor, eu a amo desde sempre e juro fazê-la feliz todos os dias de sua vida. A única coisa que tenho neste momento para te oferecer como prova do meu amor sou eu mesmo. - dizia enquanto segurava minhas mãos.
- Você aceita ser minha esposa?
Olhei para ele e senti que o nosso momento havia chegado. Não tive dúvidas:
- Aceito. - e ele me ergueu do chão e comecei a rir, enquanto ele me levava para a cama novamente.
- Kyle... Aonde você pensa que vai? O dia já começou faz tempo.
- Engana-se amor. Nossos dias juntos estão só começando.
Ao final daquele dia, nos casamos numa cerimônia simples, mas muito bonita. Tínhamos Sergei como nosso padrinho, Mira e Jacques e sua filhinha como nossas testemunhas. Ele usava o kilt com as cores do clã e eu usava o xale do casamento de minha mãe sobre meu vestido preso com um broche.
Começava ali uma nova fase de minha vida.
When you came into my life
It took my breath away
beCause your love has found it's way
To my heart
N.AUTORA: Música When you came into my life - Scorpions
Wednesday, April 11, 2007
Thursday, April 05, 2007
Rompimentos e recomeços parte I
Do diário de Alex McGregor
Junho 1980
- Quero que você pare de trabalhar como auror. Você não precisa disso.
- Gosto do que faço, sinto-me útil. E não vou parar, minha carreira mal começou.
- Você pode estar grávida...
- Sabemos que não estou. Pelo menos estas poções eu faço muito bem e nós não temos...
- Sim, eu também percebi que há dias você anda trabalhando muito, e cai exausta de sono quando chega em casa. Você nem imagina como fico quando você não dá notícias... Você pode morrer...
- Posso morrer quando o forno explodir se eu resolver fazer um bolo, já pensou nisso? – tentei brincar. -... E o Kyle disse que estou cada vez melhor como obliviadora.
- Lá vem ele de novo... Até que demorou a aparecer o nome dele.
- Não sei do que você esta falando...
- Sabe sim, você não se contém e o nome do Kyle sempre está presente em nossas conversas, você precisa se ouvir, é como se ele fosse um deus.
- Você esta com ciúmes novamente? Isso é ridículo. E está se desviando do assunto: não vou parar de trabalhar.
- Em algum momento você vai ter que escolher entre o trabalho e eu.
- Se você me ama, não faça este tipo de pressão.
- Este é o problema: te amo demais, por isso não sei se posso continuar assim.
- Você quer terminar? É isso?
Ele ficou me olhando pasmo. Era a primeira vez que eu falava aquilo em voz alta e isso chocou até a mim. Ele respirou fundo e disse baixo:
- Eu vou para o rancho, e devo ficar lá algumas semanas. Se quiser que eu volte, sabe onde me encontrar. Vou dormir na sala porque vou sair muito cedo.
- Não se dê ao trabalho, Logan. Estou saindo numa missão para o Ministério.
Senti seus olhos me acompanharem enquanto ia para a saída, parei, retirei o anel de noivado da minha mão e o deixei no aparador dizendo algo que definia nossa situação:
-Deixe a chave no lugar de sempre quando... Você for embora.
Saí sem olhar para trás, não queria que ele visse minhas lágrimas.
o-o-o-o-o-o
Agosto/ 1980
Terminava meu relatório quando ouvi o telefone da sala do Kyle tocar e ele o atender. Devia ser algum conhecido porque ele ria contente.
- Claro que vocês podem vir, eu os espero... - Kyle disse ao desligar o telefone e começou a mexer nas páginas amarelas. Depois de ouvi-lo fazer várias ligações e reclamar frustrado resolvi interferir.
- Posso ajudar? – perguntei enquanto punha a cabeça na porta da sua sala.
- Se você conseguir um lugar pra hospedar um casal de amigos que chega de Paris, daqui a 2 horas eu agradeço. Não estou conseguindo um hotel decente.
- Por muitos dias?
- Pelo fim de semana.
- Porque não os hospeda em sua casa? Sergei está fora e o quarto dele tem banheiro não? Ficarão bem acomodados.
- Não sei, é um apartamento de homens solteiros, não tem nada decente para comer e... Você pode me dar uma ajuda?- pediu. – Quer dizer, se não atrapalhar você com seu noivo.
- Não estou mais noiva. - respondi.
- Por quê? – e vi curiosidade em seus olhos.
- Porque ele não suporta o que eu faço e quer que eu pare. Como se eu não pudesse cuidar de mim mesma. Isso é falta de confiança em minha capacidade.
- Divergências acontecem e ele te ama, disso você não pode duvidar.
- Não tem nada a ver com amor, trata-se de aceitar o que faço. Admira-me você intercedendo por ele. Não sabia que ficaram amigos. – disse erguendo a sobrancelha.
- Não estou intercedendo por ele, só estou tentando ser justo. Amor é a melhor base para começar um casamento, com ele a gente supera tudo... – olhava-me intensamente como vinha fazendo nas últimas semanas, e resolvi suspender aquele contato visual. Pigarreei.
- Vamos logo para sua casa e arrumar tudo, seus amigos estão chegando.
continua...
Junho 1980
- Quero que você pare de trabalhar como auror. Você não precisa disso.
- Gosto do que faço, sinto-me útil. E não vou parar, minha carreira mal começou.
- Você pode estar grávida...
- Sabemos que não estou. Pelo menos estas poções eu faço muito bem e nós não temos...
- Sim, eu também percebi que há dias você anda trabalhando muito, e cai exausta de sono quando chega em casa. Você nem imagina como fico quando você não dá notícias... Você pode morrer...
- Posso morrer quando o forno explodir se eu resolver fazer um bolo, já pensou nisso? – tentei brincar. -... E o Kyle disse que estou cada vez melhor como obliviadora.
- Lá vem ele de novo... Até que demorou a aparecer o nome dele.
- Não sei do que você esta falando...
- Sabe sim, você não se contém e o nome do Kyle sempre está presente em nossas conversas, você precisa se ouvir, é como se ele fosse um deus.
- Você esta com ciúmes novamente? Isso é ridículo. E está se desviando do assunto: não vou parar de trabalhar.
- Em algum momento você vai ter que escolher entre o trabalho e eu.
- Se você me ama, não faça este tipo de pressão.
- Este é o problema: te amo demais, por isso não sei se posso continuar assim.
- Você quer terminar? É isso?
Ele ficou me olhando pasmo. Era a primeira vez que eu falava aquilo em voz alta e isso chocou até a mim. Ele respirou fundo e disse baixo:
- Eu vou para o rancho, e devo ficar lá algumas semanas. Se quiser que eu volte, sabe onde me encontrar. Vou dormir na sala porque vou sair muito cedo.
- Não se dê ao trabalho, Logan. Estou saindo numa missão para o Ministério.
Senti seus olhos me acompanharem enquanto ia para a saída, parei, retirei o anel de noivado da minha mão e o deixei no aparador dizendo algo que definia nossa situação:
-Deixe a chave no lugar de sempre quando... Você for embora.
Saí sem olhar para trás, não queria que ele visse minhas lágrimas.
o-o-o-o-o-o
Agosto/ 1980
Terminava meu relatório quando ouvi o telefone da sala do Kyle tocar e ele o atender. Devia ser algum conhecido porque ele ria contente.
- Claro que vocês podem vir, eu os espero... - Kyle disse ao desligar o telefone e começou a mexer nas páginas amarelas. Depois de ouvi-lo fazer várias ligações e reclamar frustrado resolvi interferir.
- Posso ajudar? – perguntei enquanto punha a cabeça na porta da sua sala.
- Se você conseguir um lugar pra hospedar um casal de amigos que chega de Paris, daqui a 2 horas eu agradeço. Não estou conseguindo um hotel decente.
- Por muitos dias?
- Pelo fim de semana.
- Porque não os hospeda em sua casa? Sergei está fora e o quarto dele tem banheiro não? Ficarão bem acomodados.
- Não sei, é um apartamento de homens solteiros, não tem nada decente para comer e... Você pode me dar uma ajuda?- pediu. – Quer dizer, se não atrapalhar você com seu noivo.
- Não estou mais noiva. - respondi.
- Por quê? – e vi curiosidade em seus olhos.
- Porque ele não suporta o que eu faço e quer que eu pare. Como se eu não pudesse cuidar de mim mesma. Isso é falta de confiança em minha capacidade.
- Divergências acontecem e ele te ama, disso você não pode duvidar.
- Não tem nada a ver com amor, trata-se de aceitar o que faço. Admira-me você intercedendo por ele. Não sabia que ficaram amigos. – disse erguendo a sobrancelha.
- Não estou intercedendo por ele, só estou tentando ser justo. Amor é a melhor base para começar um casamento, com ele a gente supera tudo... – olhava-me intensamente como vinha fazendo nas últimas semanas, e resolvi suspender aquele contato visual. Pigarreei.
- Vamos logo para sua casa e arrumar tudo, seus amigos estão chegando.
continua...
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