Minhas crianças já estavam curadas da catapora e o trabalho na Ilha havia voltado ao ritmo normal. Tive mais trabalho em mandar a vovó Weasley embora, do que em lidar com os resmungos de Johny e Lizzie porque não podiam se coçar. A senhora Weasley nos ajudou muito, porém quando as crianças melhoraram e ela começou a dar palpites e a mimar os meninos excessivamente, a hora da partida chegou. Até mesmo Carlinhos suspirou aliviado quando ela voltou para a Toca. Era tarde da noite e estávamos conversando, deitados na cama.
- ... Fiquei enciumado quando vi Nick pegando Johny no colo quando ele o chamou de papa.
- Pobre Nikolas, ficou mal o dia todo por isso. Ele tem sido um ótimo amigo...
- Sim, notei como ele até já conhece as suas preferências no tratamento com os dragões...Vi que ele assumiu Gaia e já notei vocês cochichando...
- Ele não “assumiu” Gaia, ele apenas me ajudou quando eu precisei me ausentar por um tempo. Estava enjoada e ele achou que poderia ajudar. – respondi e ele levantou, se apoiando no cotovelo e espalmou aquela mão grande em cima de minha barriga e perguntou amoroso:
- Estamos grávidos novamente?
- Se eu estivesse você seria o primeiro a saber, porque eu estaria quebrando um vaso na sua cabeça...- bufei e ele riu.
- Valeria a pena cuidar de um galo. E nossos filhos já estão com 2 anos, podíamos pensar em dar um irmãozinho ou irmãzinha a eles...
- OU ter gêmeos não é? Posso ver na sua cara que você está pensando em marcar duplo novamente. - ele riu e eu continuei falando:
- Não vamos ter mais filhos pelo menos por enquanto...Quero voltar a estudar. - e ele exibiu um sorriso condescendente e perguntou:
- E você vai fazer isso como? Vai usar um vira tempo ou se dividir em duas?Não sei se percebeu, mas não podemos mais contar com Irina e Yuri em tempo integral, já que eles vão “se casar”. Pode acreditar nisso? Irina e Yuri juntos... – disse tentando mudar de assunto, mas insisti, queria terminar aquela conversa.
-Sei que estamos sem pessoal na Ilha, mas me informei. Posso estudar 2 dias na semana, vai demorar o dobro do tempo, mas não vai prejudicar o trabalho aqui na Ilha. - e quando ele viu que eu falava sério, parou de rir e disse:
- E os plantões? Quando tiver que dar plantões de 48 horas no hospital, quem vai ficar com os garotos? Porshy já cuida deles durante o dia, daqui a pouco vão achar que nasceram do elfo doméstico. Precisam da mãe presente...
- Eles também precisam do pai, ou você acha que eles não sabem que você é o pai deles?
- John e Elizabeth ainda são muito pequenos...
- Muitas mães fazem isso, e eles já estão mais independentes, não darão tanto trabalho. Conversei com Alex, Louise e Yulli...
- Você falou com elas antes de falar comigo?- disse estreitando os olhos.
- Sim, precisava ter informações se isso daria certo... E elas têm carreiras bem sucedidas e filhos bem criados...
- Não acha que eu deveria ser o primeiro, a saber de algo que mexeria em nossa rotina?
- Para que preocupá-lo antes de saber alguma coisa sobre isso? Nem sabia se poderia voltar a estudar...
- Agora você tem filhos para criar e a casa para organizar, fora o enorme trabalho na Ilha...
- Posso dar conta, o Nikolas tem um tio que faz parte do grupo de professores da Escola de Curandeiros e que pode me avaliar pra me encaixar na turma e com os amigos de minha mãe...
- O Nick já sabe sobre isso? ¬¬
- Sim, passo muitas horas com ele e acabei comentando, ele me deu o maior apoio...Aonde você vai?
- Acho que vou dormir no escritório, se esta conversa continuar, nós vamos acabar brigando e eu realmente estou exausto. – disse pegando seu travesseiro e um cobertor e me deixou sozinha no quarto. Podia ter ido atrás dele, mas sabia que iríamos discutir, então optei por esperar.
Carlinhos não havia gostado da idéia e para demonstrar isso, resolveu me dar um gelo. Por duas noites dormiu no escritório e como ele foi para lá de livre e espontânea vontade, resolvi que ele ficaria lá mais um tempo. Tentou voltar na terceira noite e encontrou a porta do quarto bloqueada com um ótimo feitiço. No dia seguinte agiu como se nada houvesse acontecido, e eu podia contar com sua opinião sobre os assuntos da casa e da Ilha, e isso estava nos deixava tensos, e se refletia em nosso trabalho.
N - Que bicho te mordeu? Sei que você e Morgan andam se estranhando...
CW - É, você sabe de tudo a respeito de minha mulher. Fico curioso em saber o que mais você sabe... - ele respondeu sarcástico e Nick não se intimidou:
N - Vou fingir que não ouvi isso. Se você parasse para ouvir o que ela tem a dizer, ela não teria falado comigo. Depois de sua “quase conversa”, ela anda se sentindo uma pessoa mesquinha, cruel e tem dúvidas até mesmo da capacidade dela como mãe.
CW - Mas ela é uma ótima mãe, eu sempre achei isso...É uma ótima esposa, companheira...
N - Então porque você não diz isso a ela e voltam às boas?- o ruivo pensou por um tempo e finalmente disse:
CW - Você pode cuidar de tudo por aqui amanhã à noite?
N - Claro, estou aqui para ajudar.
CW - Obrigado e desculpe pela minha grosseria, Nick. Já que você vai ajudar, quero que me ajude com uma coisa.
Carlinhos e eu fomos ao pub do vilarejo para conversarmos e lá encontrei Megan e alguns amigos que estudaram comigo em Ballyhara. Ficamos conversando e bebendo e ouvindo os grupo animado do palco tocando músicas tradicionais irlandesas. Quando começou a tocar Lord of the Dance, Megan se levantou e me provocou em céltico:
- Ainda sabe como dançar Morgan ou o inglês só tem fogo no coração?
- Sabe dançar isso? – perguntei para Carlinhos e ele sorriu se levantando comigo e fomos para a pista nos divertir. Após algum tempo a banda começou a tocar músicas mais lentas e começamos a dançar, e nos beijamos, mas não falamos sobre a nossa falta de entendimento. Quando o grupo começou a tocar músicas animadas, daquelas típicas de pub, onde até os mais tímidos, ficam corajosos após algumas doses de Guinness e começam a cantar e a chorar, e não demorou muito Carlinhos estava entre eles e meus amigos de escola ficaram espantados ao ver como ele conhecia as cantigas de taberna. Quando ele terminou de cantar, aplaudimos e ele veio em minha direção, estendeu a mão e eu a peguei sem hesitar.
Saímos para ir embora e começamos a caminhar para casa, não queríamos aparatar. Após algum tempo, ele disse:
- Desculpe, estava sendo um babca em não conversar com você sobre sua volta à escola. Vou apoiar você em tudo e principalmente com os nossos filhos. – quando tentei falar ele me pediu para esperar:
- O motivo por eu não querer você estudando novamente era em parte por ciúmes. Você teve nossos filhos e isso para mim, a deixou mais bonita do que antes e também receio de que o nosso pouco tempo juntos, acabe reduzido. Eu a amo demais, para tentar atrapalhar em algo importante para você. Fui um egoísta.
- Não concordo com a parte do egoísta, isso eu sei que você não é, mas com relação a me apoiar, sempre foi assim, mesmo quando você não me conhecia, lembra? Amei você desde o primeiro tombo. - rimos e ele retirou de dentro das vestes um envelope. Abri e era uma carta da Escola de Curandeiros, me chamando para uma prova de aptidão. Se eu fosse aprovada, poderia me formar curandeira.
- Mas isso...Eu não me inscrevi...
- Nick me falou e eu fiz a sua inscrição com a ajuda dele. Este é um dos meus presentes de aniversário para você. – e com a ajuda de sua varinha, jogou para cima alguns dos fogos Weasley e quando eles explodiram no céu formaram um coração com as iniciais de nossos nomes entrelaçados e uma dupla de cupidos lançando flechas, com as feições que lembravam os nossos filhos. Fiquei encantada com os presentes, mas o melhor presente que eu poderia ter recebido em minha vida, foi meu pai quem me deu, quando me pediu que recebesse em nossa casa, o homem que estava ao meu lado segurando minha mão e me dando esperanças que tudo daria certo.
You make all my fears dissappear
I'm braver than I could imagine
You give me courage when all hope is gone
When I'm feeling lost, your love keeps me strong
I'll never let go of your hand
I'll always be faithful,
I know I can
I never stop careing
I'll always be true
I'll forever love you
N.Autora: música Never, Ever and Forever, Lee Ann Womack
Sunday, May 25, 2008
Subscribe to:
Posts (Atom)